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Klara Castanho no 'Altas Horas': 'Fui forçada a trazer a público a coisa mais difícil da minha vida'

Em primeira aparição pública na TV após vazamento de história pessoal, atriz agradeceu apoio e disse que confia na Justiça. 'Fiz o que meu psicológico podia aguentar', disse atriz no 'Altas Horas'.

05/03/2023 às 09h22, Por Acorda Cidade

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Foto: Reprodução/TV Globo

A atriz Klara Castanho, de 22 anos, fez sua primeira aparição após o vazamento de história pessoal no ano passado. Em participação no “Altas Horas” neste sábado (4), atriz disse:

“Fui forçada a trazer a público a coisa mais difícil da minha vida.”

Em 25 de junho de 2022, a atriz publicou um relato em suas redes sociais revelando que foi estuprada, engravidou e decidiu entregar o bebê diretamente para adoção. Na época, ela divulgou a carta aberta repudiando o vazamento da história.

A Serginho Groisman, apresentador do “Altas Horas”, a atriz também agradeceu o carinho que recebeu e disse confiar na Justiça.

“Pessoas foram muito gentis comigo. Por mais que as pessoas não entendam, as pessoas escolheram respeitar a minha decisão. Depois que vim a público, de novo, de forma forçada, denunciei todos os crimes. O que me resta é confiar na Justiça, e eu confio muito”, disse a atriz no Altas Horas.

“E que bom que eu estou aqui, que bom que é com você. Finalmente eu consigo chorar, colocar para fora. Mais uma vez eu quero agradecer… Que bom que foi agora, que bom que foi agora. Dessa forma.”

Depois da declaração, a atriz foi abraçada pela jornalista Sandra Annenberg e pela cantora Roberta Miranda. O programa deste sábado (4) é em homenagem ao Dia da Mulher e também tem a participação da ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara, da ex-BBB Tina Calamba, e da cantora Maria Rita.

“É minha primeira vez, minha primeira aparição pública. Antes de mais nada eu quero muito agradecer a todos vocês. Eu escolhi vir aqui porque principalmente você, Serginho, é muito cuidadoso, sempre me recebeu muito bem, é uma plateia sempre muito cuidadosa, muito amistosa, muito respeitosa. E, meu coração tá muito acelerado. É, muito provável que em algum momento eu vá chorar… É, eu quero te agradecer, de verdade, por esse espaço. Foi um período de recolhimento voluntário. Depois de tudo o que aconteceu no ano passado, eu cheguei no meu limite do que eu poderia, deveria e consigo falar.

Eu quero antes de mais nada abrir o programa falando sobre isso, que é um assunto latente, eu sei que por ser a minha primeira vez publicamente é o que as pessoas querem saber, é o que as pessoas estão em busca. Eu fui forçada a trazer a público a coisa mais difícil da minha vida. Eu nunca imaginei que eu teria que falar e lidar com isso além das pessoas que involuntariamente foram incluídas na história, que são a minha família. Eu tenho muita sorte de ter recebido muito acolhimento, as pessoas foram muito gentis comigo. Eu tenho uma rede de apoio maravilhosa. Uma equipe que me acolheu, me defendeu e me defende. Eu recebo mensagens de muito carinho, por mais que as pessoas não entendam, as pessoas escolheram respeitar a minha decisão.

E tem uma coisa que quero deixar aqui registrado, já que é a única coisa que tentam usar contra mim de alguma forma. Depois que eu vim a público, de novo, de forma forçada, eu denunciei todos os crimes aos quais eu fui submetida. Todos. Sem nenhuma exceção. E o que me resta nesse momento, e ainda bem, é confiar na Justiça. E eu confio muito. Não só na justiça daqui, mas numa justiça muito maior. Eu fiz o que eu podia, como podia, o que meu psicológico podia aguentar, e pode.

E que bom que eu estou aqui, que bom que é com você, que bom que é com mulheres tão fortes, mulheres tão potentes. E finalmente eu consigo chorar, finalmente eu consigo colocar para fora. Mais uma vez eu quero muito agradecer o acolhimento de cada um, cada olhar de carinho, cada olhar de amor, cada carinho que eu recebi e recebo todos os dias. Desculpa tomar tanto tempo, mas que bom que foi agora e que bom que foi dessa forma, obrigada.”

Entrega para adoção

Pela lei brasileira, Klara teria direito a fazer um aborto legal. A atriz afirmou, no entanto, que tomou a decisão de fazer uma entrega direta para adoção.

A entrega voluntária para adoção está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e permite que a mãe entregue o filho para adoção em um procedimento assistido pela Justiça.

Viver na era das redes sociais


Mais tarde no programa, Klara deu uma nova declaração agradecendo familiares, amigos, companheiros de trabalho e toda sua rede de apoio.

Durante a fala ela relembrou o quanto acha difícil viver nesse período em que as redes sociais estão tão em evidência.

“Viver na época das redes sociais é terrível! As pessoas acham que elas podem tudo e por elas estarem protegidas por uma tela preta elas têm a falta de compaixão cada vez mais explícita. A minha história ela foi contada de forma torta e ainda bem que a minha rede social me proporcionou a minha voz. Mas ali eu encontrei todos os tipos de pessoas. Pessoas que não tinham ideia do que estavam falando, pessoas que leram uma manchete e assumiram que aquilo era a realidade”, disse ela.

Ainda sobre o assunto ela comentou que, em sua visão, existe uma grande falha na comunicação como um todo.

“As pessoas nunca vão querer saber duas vezes da mesma história. Elas sempre vão absorver a primeira informação. A minha informação foi a segunda. Ela é a verdade, mas foi a segunda”, comentou.

Fonte: G1

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  1. Toda e qualquer mulher vítima de qualquer tipo de abuso merece todo o respeito e acolhimento. Pena que esta moça, além da violência sexual, teve que sofrer com a violência psicológica de pessoas que falam de assuntos particulares de outras pessoas e julgam de forma infeliz e injusta. Que sejamos mais empáticos ao invés de julgar sem nenhum conhecimento dos fatos.

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