Feira de Santana

Empresários reclamam de prejuízos por falta de saneamento e sobrecarga de energia na Avenida Fraga Maia

Eles também reclamam de problemas da rede elétrica da avenida, que têm trazido prejuízos às empresas.

25/05/2021 às 11h14, Por Laiane Cruz

Compartilhe essa notícia

Laiane Cruz

Proprietários de estabelecimentos comerciais localizados na Avenida Fraga Maia, em Feira de Santana, têm enfrentado vários problemas de ordem econômica por falta de saneamento básico na região, que atualmente é uma das que mais cresce na cidade. Eles também reclamam de problemas da rede elétrica da avenida, que têm trazido prejuízos às empresas.

O empresário Noide Cerqueira Filho, proprietário de um restaurante e pizzaria no local há cerca de três anos, relatou em entrevista ao Acorda Cidade, que por falta de saneamento, precisa gastar em torno de R$ 4 mil por mês para fazer a limpeza de uma fossa que foi aberta para o estabelecimento.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

“Na obra eu descobri que aqui não tinha rede de esgoto e tive que fazer uma fossa séptica. O problema é que essa fossa é limitada, e a gente que trabalha com alimentação usa muito a parte de esgotamento, por conta da lavagem de pratos, sanitários para funcionários e clientes, e temos que gastar toda semana com limpa fossa. Uma avenida dessa, cresceu muito, a Fraga Maia hoje talvez seja a principal avenida gourmet da cidade, com muitos restaurantes, pizzarias, barzinhos, açaí, então a gente sofre muito com essa questão do saneamento, de limpeza de fossas, e uma avenida dessa deveria já ter há muito tempo a rede de esgoto”, afirmou.

De acordo com ele, um engenheiro foi chamado para cavar um nova fossa para o restaurante. Ele espera que com isso os gastos com limpeza do equipamento diminuam.

“A gente está sofrendo, gastando muito com limpeza de fossa, eu gasto quase 4 mil reais por mês pra fazer essa limpeza, coisa que deveria ser do órgão público fazer a drenagem, que a gente paga imposto e não é barato. E tem outro problema grave, que é a contaminação do lençol freático de Feira. A gente trouxe um engenheiro aqui pra cavar uma segunda fossa. No Gauchão, André, o proprietário, me falou que já cavou quatro fossas na Fraga Maia. Então isso complica. A questão do lençol freático é outro problema sério. E a equipe de engenharia ambiental deveria buscar a Embasa para ela fazer esse projeto de esgotamento da avenida, por causa da contaminação”, destacou.

O diretor de um laboratório na mesma avenida, Eduardo Borges, disse que também se sente prejudicado com a falta da rede de esgotamento.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

“De fato a Avenida Fraga Maia hoje é a principal avenida de entretenimento da cidade, mas aqui também tem muitas clínicas, laboratórios e outras atividades empresariais e que já cabe aqui o saneamento básico. Porque os empresários aqui sofrem muito com isso, a área de saúde a gente tem que manter tudo exatamente em dias, como todo empreendimento, e deveria ter sido construída a avenida já com o saneamento. Não foi, infelizmente, mas acho que está em tempo do poder público rever isso, o estado, a Embasa, pra que os empresários não sofram tanto com a falta de saneamento da avenida”, declarou.

Proprietária de um empreendimento comercial, Anaíta Almeida revelou que há 14 anos mantém negócios na Fraga Maia e que as reclamações são antigas. Segundo ela, há muito tempo vem sofrendo prejuízos e pede providências urgentes.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

“Eu tenho mais de 14 anos aqui, já tive indústria comercial, trabalhei na parte de panificação e no meu prédio nós temos três fossas, que não dão conta. Estou sendo sempre chamada a atenção pelo fato de elas não suportarem mais. Hoje o prédio se transformou em pontos comerciais, com 15 inquilinos, e está sempre me causando problemas porque inquilino nenhum quer ficar pagando pra limpar essas fossas. A Avenida está crescendo a cada dia, com comércios enormes, e é hora do poder público olhar pra isso aqui, pra Feira se desenvolver de forma correta e não de maneira aleatória.”

Sobrecarga de energia

Outro problema relatado pelos empresários são as constantes quedas de energia na Avenida Fraga Maia. Segundo Noide Cerqueira, já perdeu clientes por falta de energia no restaurante.

“A Fraga Maia, por estar crescendo bastante, chegando comércios o tempo todo, postos de combustíveis, e a gente tem um problema de sobrecarga. Quando todos estão funcionando a todo vapor, aí começam as quedas de energia, a gente não consegue religar a energia, porque o disjuntor desarma. Eu tenho restaurante com ar-condicionado, os clientes começam a se incomodar por causa do calor, de falta de energia, e termino perdendo clientes, eles começam a sair da loja, e isso é um problema sério que tem que ser resolvido”, protestou.

Anaíta Almeida relatou que já perdeu a produção de panetones em finais de ano, quando tinha a panificadora, devido aos fornos queimarem com as quedas de energia do local.

“Já tive prejuízos enormes. Sempre fabriquei 100 mil panetones em finais de ano e já perdi fornos cheios, aparelhos quebrados porque os fornos não suportavam. A Coelba não tinha como me indenizar, essa é uma reclamação muito antiga. Os meus inquilinos no prédio tem três salões de beleza e vive dando problema nos aparelhos e é sempre reclamações. Está na hora de voltarem toda a atenção para a Fraga Maia.”

Ela contou ainda que, recentemente, abriu uma nova delicatessen, vizinho a um armazém e teve que fechar, porque não conseguiu ligar um forno que comprou, pois o disjuntor da Fraga Maia não suportou.

“Isso é um problema antigo, que tem que ser levado a sério, o prejuízo é grande. Temos um poste no local errado, na esquina, que meus inquilinos não podem colocar uma fachada no prédio. Solicitei que fosse feita a remoção e eles me cobraram um valor exorbitante, por isso nunca foi feito.”

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Em resposta às reclamações feitas pelos empresários, a Embasa confirmou que a Avenida Fraga Maia ainda não dispõe de rede de esgotamento sanitário operada pela empresa.

“A companhia já iniciou os trabalhos para ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Feira de Santana, em consonância com o que está previsto no contrato de programa assinado com a Prefeitura Municipal no ano passado. A meta é ampliar a cobertura com coleta e tratamento de esgotos, passando do patamar atual de 68% para mais de 90% da cidade nos próximos anos. Inclusive, já estão sendo desenvolvidos projetos/estudos para implantação do serviço de esgotamento na região da Av. Fraga Maia”, informou a Embasa em nota enviada ao Acorda Cidade.

Em nota, a Coelba informou que fará avaliação na rede elétrica que atende aos locais citados. "A concessionária orienta que, em qualquer situação que necessite do serviço dos técnicos da companhia, o consumidor registre a situação nos canais de atendimento, como o 116 ou www.coelba.com.br para que a empresa tenha conhecimento da ocorrência e possa atuar para melhor atender ao cliente", disse a concessionária.

A Agência Reguladora de Feira de Santana (Arfes) informou ao Acorda Cidade que o compromisso da empresa, conforme previsto no contrato de programa assinado com o município em 2020, é efetivar a ampliação do índice de atendimento com coleta, tratamento e destinação adequada do esgoto dos atuais 68% para 90% até 2033.

A questão que envolve o local a ser realizada a obra, segundo a agência, depende de projeto realizado pela embasa, cabendo a Arfes fiscalizar o cumprimento das metas estipuladas no contrato celebrado entre o Município de Feira de Santana e a Embasa.

“Desta forma, a Embasa, até o momento está cumprindo gradualmente as metas de universalização do acesso ao serviço público de esgotamento sanitário, conforme informou a agência reguladora.
 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade. 

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade