Eleições 2022

Segurança Pública, Saúde e fome norteiam 4º bloco do debate da Rede Bahia

O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), questionou Jerônimo Rodrigues sobre a Saúde, afirmando que a Bahia enfrenta um grave problema em sua fila da regulação.

28/09/2022 às 07h21, Por Acorda Cidade

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Foto: Eric Luis Carvalho/g1

O terceiro bloco do debate de candidatos ao governo do estado na Rede Bahia foi marcado, na madrugada desta quarta-feira (28), por debates acerca de temas sensíveis para os baianos: Segurança Pública, fome e Saúde.

Questionado pelo deputado federal João Roma (PL) sobre Segurança Pública, o candidato Jerônimo Rodrigues (PT) defendeu uma atuação rigorosa do governo estadual no combate à violência, com a medidas orçamentárias que possibilitem a convocação de concurso público, a formação profissional, a valorização dos policiais e um forte investimento em tecnologia e inteligência. O petista também apontou para soluções nacionais.

“Nós recebemos, com muita alegria, o chamado do presidente Lula, há 10 dias, chamando alguns governadores, policiais e estudiosos da área, para que a gente pudesse tratar desse tema já agora, antes das eleições. Três frentes dialogam bastante com o meu programa de governo. Primeiro, pôr em prática o Estatuto do Desarmamento. Segundo, um Programa de Política Nacional de Segurança Pública. E terceiro, o fortalecimento da institucionalidade, para que um sistema nacional possa ter orçamento, com ministério forte, para, junto com os estados, proteger as fronteiras, para que a passagem de armas e drogas possa ter um rigor da fiscalização”, disse Jerônimo.

Roma, por outro lado, defendeu o direito das pessoas comprarem e portarem armas de fogo, citando inclusive uma personagem de novela da TV Globo, da qual a Rede Bahia é afiliada.

“O que nós defendemos é o direito do cidadão ter uma arma de fogo. Até a Globo defende isso! Se não fosse Juma Marruá com seu rifle lá, ela não estaria mais viva na novela, já teria acabado Pantanal. Isso é muito claro. Diferente do seu governo, que vive querendo transferir a responsabilidade. No Brasil, o índice de crimes violentos caiu de 60 mil para 40 mil. Menos na Bahia. Nós precisamos é mudar a postura, dar respaldo às nossas forças policiais para agir com energia”, respondeu Roma.

Fome

Quando perguntado por Jerônimo sobre agricultura familiar, o candidato Kléber Rosa (PSOL) chamou a atenção para a fome crescente no Brasil e responsabilizou o agronegócio por parte do problema.

“Já estava me incomodando o silêncio aqui neste debate sobre a fome. As pessoas falam muito de obra, disputam a ponte, enquanto o nosso povo mora embaixo do viaduto. Não existe a centralidade, num debate como este, daquilo que é mais urgente para nossa população: que é o direito a morar e sobretudo o direito de se alimentar. O agronegócio, que o senhor está em alguma medida defendendo, bateu recorde de produção de grãos no ano passado, no mesmo momento em que a fome bateu taxas alarmantes. Isso significa dizer que o agronegócio, que significa a concentração de terras e riqueza na mão de pequenos grupos, pode ser responsável pela produção da própria fome”, analisou Rosa.

“O que precisamos é ampliar, de forma maciça, o acesso da nossa população do campo à terra. Com isso, ampliar o programa de agricultura familiar. É possível garantir acesso de todas as pessoas à terra, porque a Bahia tem 80% de terras devolutas, que pertencem ao estado. E promover uma grande infraestrutura para garantir o escoamento da produção da agricultura familiar, a exemplo da volta do trem do Subúrbio, que pode interligar a Região Metropolitana, o Recôncavo, e escoar, pelo menos nesta região, a produção da agricultura familiar. É necessário ter responsabilidade com o nosso povo de verdade”, concluiu o psolista.

Jerônimo respondeu que a fome não é causada pelo setor produtivo, mas sim por um problema de distribuição de renda no Brasil.

“O problema não é de produção de alimentos. É de distribuição. A frente da agricultura familiar e do agronegócio, eu quero respeitar aqui o papel dos dois e dizer que são fortes opções de geração de renda e trabalho para o povo da área rural, do interior principalmente”, defendeu o petista.

Saúde

O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), questionou Jerônimo Rodrigues sobre a Saúde, afirmando que a Bahia enfrenta um grave problema em sua fila da regulação. O petista respondeu comparando as ações do PT à frente do governo baiano com as realizações do antigo grupo carlista no estado.

“Seu grupo político, prefeito, ficou 40 anos governando a Bahia. Pega 16 dos seus com os 16 nossos. Um hospital seu, 20 nossos. Amanhã, Rui está entregando um em Camaçari. Uma maternidade, que você não fez nenhuma em Salvador. Estradas: 17 mil km de estradas feitas. Eu sou do interior, prefeito, conheço muito bem. Uma viagem de onde eu nasci, de Aiquara, até Jequié era 35 km e a gente fazia em 2 horas, porque vocês não fizeram. Policlínicas não existiam. Agora são 24 policlínicas”, disse Jerônimo.

“Sabe o que existia no seu tempo? A política do pistolão. A pessoa tinha que conhecer um deputado ou diretor do hospital. Você não conhece um hospital público não. Eu conheço”, criticou Jerônimo, que ainda afirmou que Salvador, sob comando de ACM Neto e seu sucessor Bruno Reis (União), seria um fracasso no atendimento da atenção básica.

“Qual é a posição da atenção básica da capital baiana entre as capitais? A atenção básica é um fracasso em Salvador. Eu não vou torcer contra isso. Pelo contrário: serei um governador que ajudará os prefeitos a resolver o tema da segurança, da saúde e do atendimento com rapidez. Esse arco de investimentos na área de Saúde, com hospitais e policlínicas, vai garantir sim a gente conseguir atender, em cada canto da Bahia, com especialidades, coisa que vocês com 40 anos não fizeram”.

ACM Neto se defendeu dizendo que ampliou a cobertura da atenção básica em Salvador, construiu um hospital e usou a estrutura de Saúde da capital para atender pacientes do interior durante a pandemia.

“ACM Neto: Eu tirei a atenção básica de Saúde de Salvador de uma cobertura de 18% e deixei em quase 60%. Construí o Hospital Municipal, que muitos prometeram. Inclusive o PT, que havia comandado no passado a Secretaria da Saúde, e não fez. Eu fui lá e fiz. Aliás, fui também exemplo na pandemia, quando assisti a todos os pacientes do interior, que não tinham UTI lá e nós trouxemos para cá”, respondeu.

Fonte: Bahia Notícias

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