Manifestação

Professores da rede municipal fazem nova manifestação contra parcelamento de salários

Uma professora que não quis se identificar contou ao Acorda Cidade que recebeu cerca de 200 reais referentes a 20 horas de trabalho.

17/05/2022 às 12h46, Por Rachel Pinto

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Nesta terça-feira (17), mais uma manifestação dos professores da rede municipal de ensino acontece em frente a prefeitura de Feira de Santana. Eles paralisaram as atividades hoje até quinta-feira (19) e reivindicam sobre o corte e o parcelamento de salários e afirmam que essa situação está cada dia pior, causando além de abalos financeiros e também emocionais.

Uma professora que não quis se identificar contou ao Acorda Cidade que recebeu cerca de 200 reais referentes a 20 horas de trabalho. De acordo com ela, o salário está vindo parcelado em três vezes.

O salário base hoje está em R$2.260 para quem trabalha 20h e para quem trabalha 40 horas, cerca de R$4.900. No entanto, nós recebemos esse mês o valor parcelado em três vezes. Recebi 200 e poucos reais de deslocamento, parcelado. Estamos recebendo as 20h do concurso mais as 20h extras em outro contracheque e o deslocamento também em outro contracheque”, disse.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

A professora relatou que não entende o motivo do parcelamento, uma vez que segundo ela, há uma ação na justiça que é a favor dos professores. Para ela, a situação dos professores de Feira de Santana está tão incerta, que não sabem nem quanto e nem quando vão receber e isto está gerando abalos emocionais e financeiros.

Outra professora que também não se identificou, considerou o parcelamento dos salários como uma forma de retaliação do governo municipal com toda a classe de professores, tanto os veteranos, como os que assumiram recentemente.

“Vemos a justiça assistir isso e infelizmente muitas pessoas estão desdenhando da APLB. Antes a gente recebia dia 25, depois passou para dia 30, sábado recebi R$210 por 40h trabalhadas e hoje já é dia 17, não sabemos como será. O sindicato está brigando por uma causa que é justa. O que a prefeitura faz é uma falta de respeito com os professores”, lamentou.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Marlede Oliveira, presidente do Sindicato dos Professores (APLB) frisou que os professores estão vivendo uma calamidade pública e passando fome.

“Retornamos as aulas faltando tudo nas escolas e agora falta salário de estagiários, cooperativados e efetivos. Pagou a alguns parte do salário de março e de abril e o governo coloca notas na imprensa contra a nossa categoria. Estamos em frente a prefeitura para denunciar o descaso do governo com a educação. É preciso que se dê um basta e solucione essa situação. Ganhamos ação na justiça, o prefeito precisa cumprir e se ele não cumprir, vamos pedir a prisão dele”, acrescentou.

A sindicalista frisou que falta diálogo com o prefeito sobre as questões da categoria. De acordo com ela, as reuniões com a secretária de educação Anaci Paim não chegam a nenhum resultado.

A secretária de educação Anaci Paim afirmou que a APLB vem adotando uma postura anti-educativa ao convocar a categoria para mobilizações que interrompem as aulas. Na opinião dela, isso não ajuda a construir um diálogo que leve aos resultados que o sindicato espera.

“Suspender aulas é um procedimento inadequado e portanto, a ausência de aula é falta e falta tem desconto no salário. É assim que nós estamos procedendo e também é importante destacar que o esforço que está sendo feito para atender a todas as demandas é muito significativo. Estamos convocando professores e admitindo-os, são mais de 300 professores já admitidos na rede, através do Reda e estamos também viabilizando as condições com materiais e equipamentos. Essa semana chegaram duas carretas de carteiras para renovar o estoque existente e todas as demais condições estão sendo viabilizadas. O sindicato quer reivindicar as suas demandas, as suas bandeiras que faça mas respeite o funcionamento das escolas”, concluiu.

O que diz a prefeitura:

A prefeitura Municipal de Feira de Santana, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação, enviou a seguinte nota:

Somente com o pagamento de remunerações, a Prefeitura de Feira investe cerca de R$ 15 milhões todo mês. Já provamos que a Prefeitura paga melhores salários que o Governo do Estado. A APLB está tentando confundir os professores, cobrando 33% de aumento no piso salarial: o que existe é que o piso salarial nacional foi corrigido em 33% e a Prefeitura já garantiu que vai pagar o novo piso.

Num ano, a Prefeitura investe em educação cerca de R$ 300 milhões em salários, construção, reformas e manutenção de escolas. No antigo FTC, estamos construindo um dos maiores centro educacionais do Nordeste. Quase 20 mil alunos da rede municipal de ensino de Feira já estudam com computadores individuais, um benefício que nem toda grande cidade no Brasil oferece ao aluno. Em quatro anos, nomeamos mais de mil professores concursados.

Mesmo com todo esse esforço, essa dedicação do Governo Municipal, a APLB insiste em criar uma crise na educação, paralisando as aulas a todo momento, desrespeitando decisão judicial contra a greve, prejudicando pais e estudantes. Já provamos em várias situações que a APLB é um sindicato político, partidário, aliado do Governo do Estado. Mas nada vai impedir, vai intimidar o nosso compromisso com a educação. O nosso compromisso com os pais, no sentido de garantir aos alunos uma formação digna.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Foto: Paulo Joaé/Acorda Cidade

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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  1. Na Escola Clovis Lima no Parque Ipê, onde meu filho estuda, desde quando começou só tem aula até 10:00 da manhâ. por falta de alguns professores, depois de 2 anos quase sem aula, e quando começa dessas forma as escolas faltando “tudo”.
    Por favor impressa nos ajude a está sempre divulgando pra vê se o prefeito faz o que é de dever dele.

  2. A crise da educação foi criada pelo próprio governo municipal, sucateando as escolas e massacrando os professores com cortes, parcelamentos e atrasos. Se a prefeitura diz que investiu tantos milhões assim, cadê o salário integral dos professores? Por que essa “disgraça” se arrasta por anos na vida finaceira e emocional dos professores? Por que as escolas estão sem estruturas adequadas para o funcionamento? Se muita coisa tá acontecendo (como merenda, contratação de professores e chegada de carteiras) é porque houve pressão, porque se todo mundo tivesse caladinho, as coisas iam ficar piores do que já estavam.

  3. Sou mãe, estudante e a cada dia nossos professores sofrem. Dependemos dos nossos mestres afinal o que seria sem professores.
    As escolas estão passando por extrema dificuldades a creche Municipal Anchieta Nery da Mangabeira estar com o parque sem funcionar, o parque é das crianças ou era para ficar parado. O que diz o prefeito !

  4. Os professores não trabalham fica todos os dias fazendo greve e ainda querem receber salário kkkkk
    Vai trabalhar professores ou pedem pra sair não vejo está agonia na rede privada pois lá se não trabalhar é rua , parabéns ao prefeito que não se dobra pra está APLB corrupta que é na verdade um instrumento político

    1. Experimenta você trabalhar com salário parcelado e atrasado! Experimenta você trabalhar sem o mínimo de ventilação e excesso de insalubridade! Não fale sobre o que você não sabe! Ninguém aqui quer tirar proveito de nada, só estamis exigindo nosso direito de sobrevivência, como qualquer cidadão.

    2. Você deve ser apenas mais um frustrado na vida, onde a única motivação é a inveja e atacar outras pessoas.
      Você é apenas mais um “lambe c*” de político, pois é um incapaz e sem o dinheiro ou cargo que eles te oferecem não seria nada, apenas mais um estrume da sociedade.

  5. Diante de tanta incompetência em relação a educação, saúde, meio ambiente, mobilidade urbana, entre outros aspectos, já passou da hora do Prefeito entregar o cargo.

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