Feira de Santana

Mãe relata dificuldades de filho com autismo em escola municipal após saída de auxiliar

Ela faz um apelo à Secretaria Municipal de Educação para que solucione esta situação.

05/10/2022 às 20h57, Por Laiane Cruz

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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Com a quebra dos contratos de estagiários pela Secretaria de Educação, muitas escolas que possuem crianças com deficiência ou são diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão sem professores auxiliares para acompanhar esses alunos.

A falta de auxiliares nas escolas do município também se reflete em dificuldades para as famílias, devido à quebra de rotina do acompanhamento.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a moradora do Conjunto Feira X Priscila Leal Costa, que tem um filho diagnosticado com TEA e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), relatou que a criança sente falta da auxiliar em sala de aula e começou a regredir nas atividades.

“Desde sempre ele tem acompanhamento. Em 2018, ele começou a estudar nesta escola e sempre teve uma auxiliar. Só que este ano houve o problema com os contratos, e foram encerrados. Ele ama a auxiliar dele, faz as tarefas, e as crises estavam até diminuindo, mas agora ele ficou mais agitado com essa quebra de rotina. O trabalho do auxiliar na escola é conduzir a criança ao banheiro, estar sempre ao lado nas tarefas, é tudo para a criança que tem o espectro autista”, contou Priscila Leal.

Ela informou que o garoto foi diagnosticado ainda pequeno, através de um especialista do Centro de Apoio Psicossocial (Capes) e desde então recebe o acompanhamento.

“No início a gente pensou que ele só tinha o TDAH, isso por volta de 2016 para 2017. Em 2018, eu fui ao Caps, e lá o médico falou que ele poderia ter esse diagnóstico de autismo. Sendo assim, em 2019, fechamos o diagnóstico de autismo e TDH. Hoje ele tem 10 anos. Ele começou a estudar na rede municipal em 2018. Meu filho é autista do grau moderado, porém todos os autistas são diferentes. Meu filho é hiperativo, ainda não consegue realizar a tarefa de tomar banho só, sempre tem que ter aquele auxílio para fazer várias coisas.”

Segundo Priscila Leal, com a saída da auxiliar da unidade de ensino, o filho já tem uma semana sem frequentar as aulas e tem sido difícil realizar as tarefas em casa.

“Meu filho tem uma semana sem ir para a escola, que fica no Feira X. A escola está funcionando. E não é só meu filho que está sem os auxiliares, são 21 crianças no total. Em média, fiquei sabendo que 14 auxiliares tiveram a quebra do contrato. Meu filho estava na fase de aprender a ler. Eu fui até a escola pegar as tarefas para fazer com ele, mas como teve essa quebra de rotina já atrapalhou. Ele ama matemática, mas isso trouxe um vazio pra ele, e a começou a regredir”, lamentou a mãe.

A dona de casa faz um apelo à Secretaria de Educação para que solucione esta situação. “Como mãe de um autista, não só para essa escola, mas também outras que estão precisando, pois eles precisam estudar.”

Anaci Paim
Foto: Mario Neto / ASCOM-CMFS

Segundo a secretária de educação, Anaci Paim, há necessidade de compatibilizar o tempo de assinatura dos contratos de estágio, como de qualquer outro contratado, assim como o e-social.

“Em decorrência dessa situação, que é uma exigência legal, estabelecida para todo o país, é necessário, portanto, que os estagiários assinem novos contratos a partir do dia 1º até o dia 28 de fevereiro, e tendo todo esse período regular com a situação do contratado, incluindo-o no e-social, que é a exigência para seu pagamento. Toda essa situação concluída e encaminhando para as faculdades o termo de compromisso para assinatura em bloco, para ganhar tempo e não ter nenhum atraso nessa tramitação, enquanto isso fazemos toda uma tramitação que ocorre online entre a Secretaria de Educação e as unidades dos estagiários.”

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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  1. A verdade é que o estagiário se tornou mão de obra barata,a função que está de sendo desempenhada pelo auxiliar com criação com deficiência é direcionado ao profissional capacitado como assistente terapêutico ou mediador.
    Os estagiários têm um auxílio bolsa vergonhoso em comparação aos outros estágios e pra completar o valor do transporte está sendo pago por cartão via feira no qual impossibilita muitas vezes o estagiário recorrer a outros meios de transporte para chegar a tempo já que o coletivo é sempre super lotado.
    E mais só entregam o cartão com atrasos…

  2. É uma mentira atrás da outra… Os estagiários desempenham uma função tão importante e necessária, mas infelizmente a SEDUC e os órgãos competentes vinculados não valorizam, seja o valor baixo da bolsa estágio, a demora no pagamento, entre outros. A consequência disso quem colhe além dos próprios estagiários somos nós também pela falta destes e nesse caso, principalmente as crianças especiais.

  3. Enfim, a importância do estagiário na sala de aula.
    É uma pena que a atual gestão não se importa.
    Contratos atrasados.
    Baixa remuneração
    Atraso de pagamentos, entre outros.
    Alguns estagiários foram obrigados a parar de trabalhar por conta do atraso da renovação nos contratos, e a falta de comunicação da secretaria.
    É realmente um descaso.

  4. Estou pra ver uma secretaria incompetente como Anaci, a secretária de educação tem problema em todos os setores. O pessoal da área de portaria e segurança nas escolas é quem bem sabem disso. Trocaram uma empresa que pagava direito na na data certa para uma empresa que só paga se o pessoal parar as atividades. Além de terem reduzido os valores de salário e ter tirado o vale alimentação. Mas como ela é ruim Colbert vai insistir em mantê-la .

  5. Tem um filho autista rede do municipal na escola que ele estuda tem mães passando pela mesma situação com a falta de auxiliar e infra-estruturas pra atender nossas crianças meu filho mesmo até hoje não tem fardamento as sala de recursos precárias profissionais maus capacitados um descaso com o ensino de inclusão.

  6. Referente a falta de suporte temos alguns problemas:

    1º Remuneração muito baixa para os estagiários
    2º Atraso nos pagamentos
    3º Ego dos professores, DIREÇÃO, coordenação…
    Que HUMILHAM os estagiários

    Ninguém deseja sair de casa para ser humilhados
    Ou valoriza… Ou fica SEM

  7. Acorda meu povo, acorda mãe! Nem Colbertvírus nem Anaci estão nem aí pra a educação, para as necessidades de nossos alunos, filhos de vcs! Eles querem mais é que a população volte a ser massa de manobra, sem estudo, sem conhecer seus direitos , facilitando a eles nos manobrar!

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