Educação

Ao menos 54 universidades federais e 51 institutos estão em greve

Servidores reivindicam reestruturação de carreira, recomposição salarial e revogação de normas aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro.

01/06/2024 às 08h20, Por Acorda Cidade

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Foto: ADUFC/Reprodução

Ao menos 54 universidades, 51 institutos federais (IFs) e o Colégio Pedro II continuam em greve desde abril, de acordo com levantamento do g1. Professores e servidores das instituições reivindicam reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, e revogação de normas aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andres), há uma defasagem de 22,71% no salário dos professores, acumulada desde 2016. A entidade pede uma reposição salarial que considere essa diferença.

Os níveis de paralisação variam — em algumas instituições, professores e técnicos-administrativos aderiram à greve. Em outros casos, apenas os professores ou técnicos estão paralisados. No caso dos institutos federais, a greve atinge pelo menos 400 campi espalhados pelo país.

Na segunda-feira (27), o governo chegou a assinar um acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação).

No entanto, essa proposta não foi aceita pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).

O Ministério da Saúde disse em nota que “as demais instituições que não assinaram o acordo terão mais prazo para levarem novamente a proposta para suas bases e poderão assinar o acordo posteriormente.”

Acordo com Proifes e negativa de sindicatos

O acordo firmado entre o governo e o Proifes prevê a reestruturação da carreira docente, um reajuste de salário de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Além disso, o acordo também detalha o que a entidade define como “reestruturação na progressão entre os diferentes níveis da carreira”, que garantiria uma elevação de salário para profissionais em início de carreira.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andres), no entanto, essa valorização aconteceria “às custas de mais uma desestruturação”, pois haveria uma redução no número de graus que a carreira possui atualmente, passando de 13 para 10.

Em comunicado na terça-feira (28), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) declarou que “a greve não acabou”.

Ainda em nota, o MEC afirmou que reforça que a pasta está “sempre aberta ao diálogo, franco e respeitoso, pela valorização dos servidores”.

Com a negativa dos dois sindicatos, a greve continua em muitas instituições pelo Brasil.

Veja a lista abaixo:

Norte

Amazonas: servidores técnico-administrativos dos 18 campi do Ifam entraram em greve no dia 15 de abril de 2024.

Pará: professores e servidores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) continuam em greve. Também continuam paralisados os 18 campi do IFPA.

Acre: na Universidade Federal do Acre (UFAC), técnicos-administrativos e professores continuam em greve, assim como 6 campi do IF do estado.

Roraima: professores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) continuam paralisado desde o dia 22 de abril.

Rondônia: na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), docentes e técnicos administrativos continuam em greve. Onze campi do IF do estado também continuam paralisados.
Amapá: técnicos e docentes da Universidade Federal do Amapá estão em greve. Os trabalhos em 5 campi do IFAP também estão suspensos.

Tocantins: na Universidade Federal do Tocantis, professores e técnicos continuam em greve. Três unidades do Instituto Federal também estão paralisados.

Nordeste

Alagoas: técnicos e professores continuam em greve na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). 17 campi do IF do estado também estão paralisados.

Bahia: na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Recôncavo da Bahia (UFRB) e Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) professores e servidores continuam em greve; Todos os 24 campi do Instituto Federal da Bahia (IFBA), e os 14 do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano) estão parados.

Ceará: a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Cariri (UFCA), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) estão em greve. Assim como 33 campi do Instituto Federal do estado.

Maranhão: técnicos e professores continuam em greve na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e em todos os 25 campi do IF do estado.

Paraíba: técnicos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) estão em greve. Todos os 21 campi do IF da Paraíba também seguem paralisados.
Pernambuco: a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e 5 campi do IFSertãoPE continuam paralisados.

Piauí: técnicos e docentes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e de 17 campis do IF do estado continuam paralisados.

Rio Grande do Norte: docentes e técnicos-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa) e o Instituto Federal do RN continuam em greve.

Sergipe: técnicos e docentes da Universidade Federal do Sergipe e de 10 campi do IF do estado continuam paralisados.

Sul

Paraná: técnicos e docentes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) de 28 campi do IF do estado seguem em greve.

Rio Grande do Sul: universidades e institutos federais suspenderam total ou parcialmente as atividades acadêmicas devido às cheias, portanto, não foram incluídos no levantamento.

Santa Catarina: treze dos 15 campi do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e os 22 campi do Instituto Federal Catarinense (IFC) estão em greve total ou parcial; a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está em greve parcial.

Sudeste

Espírito Santo: professores e servidores da Universidade Federal do Espírito Santos (UFES) estão em greve desde o dia 15 de abril.

Minas Gerais: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ ), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) continuam em greve. 28 campi do IFMG e Norte do estado.

São Paulo: docentes da Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de São Carlos e (UFSCar) e de pelo menos 6 institutos federais não estão trabalhando.

Rio de Janeiro: professores e servidores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Unirio, Universidade Federal Fluminense (UFF) e de 15 campi da Instituto Federal do estado segue com os trabalhos paralisados.

Centro-Oeste

Goiás: técnicos da Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Catalão (UFCat) e Universidade Federal de Jataí (UFJ) continuam em greve. O IFGO e IF Goiano também continuam paralisados.

Mato Grosso: docentes e funcionários da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e de um campi do IFMT continuam em greve.

Mato Grosso do Sul: a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) de Campo Grande continua em greve. 10 campi do instituto federal do estado também estão em greve.

Distrito Federal: docentes e técnicos da Universidade de Brasília (UnB) também estão em greve.

Fonte: g1

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  1. Lembrando que no governo anterior, o mito queria fechar os Institutos Federais no Brasil todo e não havia repasse de verbas, quase fecharam por falta de estrutura. Agora querem que “ajeite” a coisa pública toda, e a culpa do governo atual, que se vier para colocar em dia o rombo do bozolóide.

  2. Não vi uma greve das universidades e dos institutos federais no governo do vampiro, do inelegível, agora porque somos de esquerda fazem greve. A negociação é a melhor forma de reinvindicação, estão fazendo o jogo da direita golpista.

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