Doze horas após prisão, juíza manda soltar acusados de corrupção
Todos tiveram revogada a prisão temporária - regime em que os suspeitos ficam detidos enquanto são recolhidas provas.
25/11/2009 às 05h53, Por Dilton e Feito
Doze horas após a prisão dos sete acusados com o esquema de propinas na Agerba, a juíza Leonildes Bispo dos Santos Silva, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Salvador, mandou soltar todos os envolvidos no início da noite desta terça-feira (24). Todos tiveram revogada a prisão temporária – regime em que os suspeitos ficam detidos enquanto são recolhidas provas.
Ao todo, foram cumpridos sete mandados de prisão. Os ex-diretores da Agerba, Antonio Lomanto Netto e Zilan da Costa e Silva, foram presos acusados de receber propina de empresários. Também foram presos o advogado Carlos Eduardo Vilares Barral, a advogada Ana Luiza Dórea Velanes e o proprietário da empresa Rota Transportes, Paulo Carleto, e os donos das empresas Planeta, José Antonio Marques Ribeiro, e da Expresso Alagoinhas, Ana Penas Pinheiro. Os donos das empresas entram no inquérito como corruptores do esquema ilegal de concessões.
Todos são acusados de participar do esquema de fraude em licitações de linhas públicas intermunicipais na Agerba (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia).
Em coletiva realizada esta tarde, na Secretaria de Segurança Pública, a polícia revelou um esquema de compra das empresas de transporte Expresso Alagoinhas e Planeta, pela Rota. A compra teria sido realizada num valor de R$ 4 milhões e a quadrilha que atuava dentro da Agerba recebeu R$ 400 mil, o equivalente a 10%, para liberar a negociação sem licitação, ainda segundo a versão da polícia. Outros três casos de compra ilegal estão sendo investigados.
A empresa itabunense Rota Transportes Rodoviários LTDA, por exemplo, teria pago propina de R$ 400 mil para poder administrar linhas das empresas Planeta Transportes e Expresso Alagoinhas sem a realização de licitação. O advogado Tarso Soares, que defende o empresário Paulo Carletto – um dos proprietários da Rota e irmão do deputado estadual Ronaldo Carletto (PP) – e a advogada da empresa, Ana Luzia Dórea Velanes, afirmou que a empresa não tem contratos irregulares.
“A Rota não tem envolvimento em licitações fraudulentas”, afirmou Soares. A polícia recolheu ainda cinco computadores e documentos da empresa.
O presidente da Abemtro, Décio Sampaio Barros, é apontado com o avalizador dos contratos fraudulentos. Seu advogado, Sebastian Mello, contestou. “Ele é apontado na investigação apenas por ser presidente da Abemtro e por supostamente saber do que acontecia na Agerba. Não há provas contra ele”. Décio também é dono da empresa de ônibus Santana. Representantes da Viação Planeta e Expresso Alagoinhas não foram localizados pela reportagem até o fechamento desta edição.
Informações do Correio ( repórter Jorge Gauthier)
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