Dom Itamar diz que Santo Antônio denunciava atos de corrupção e pede honestidade em ano de eleição

^{Daniela Cardoso}

Com 14 dias de programação, o trezenário de Santo Antônio teve abertura dia 31 de maio e chega ao auge neste domingo (10), com a missa e procissão dos romeiros. A festa será encerrada na próxima quarta (13), dia do santo casamenteiro. O arcebispo emérito de Feira de Santana, Dom Itamar Vian, presidiu a missa.

O arcebispo afirmou que Santo Antônio sempre foi um anunciador da palavra Deus e que com muita coragem denunciava atos de corrupção e injustiça. Dom Itamar lembrou ainda que este ano de eleição, os brasileiros devem ter coragem e honestidade na hora de escolher os representantes do país.

“Santo Antônio nos deixa o ensinamento da coragem. Somo pessoas tímidas em denunciar, Santo Antônio não temeu em denunciar corrupções, injustiças. Hoje nós, como cristões, precisamos ter mais coragem, neste ano que teremos eleições, temos que ser honestos com nós mesmos e nunca vender o voto”, disse.

Romarias de vários municípios baianos participam

Dentre os 14 dias de programação, Dom Itamar afirma que este domingo representa a grande participação das comunidades de outros municípios baianos. Há 22 anos participando da celebração, o arcebispo destaca que a romaria atrai multidões de pessoas de todos os cantos da Bahia.

O Frei Mário Sérgio, que está a frente da Paróquia Santo Antônio em Feira de Santana, falou sobre o trabalho para motivar os fiéis das várias localidades da Bahia e também para envolver os jovens.

“Visitamos cerca de 180 caravanas. Há devoção no coração dos fiéis, mas eles precisam ser motivados. A gente tem uma equipe que trabalha o ano todo, visitando os povoados. Tem caravanas de várias cidades e esperamos o resultado no dia de hoje. Além disso, tenho o projeto Romeiro Jovem, onde os jovens são motivados e nós e já conseguimos êxito”, afirmou.

Origem da fama de santo casamenteiro

O Frei Mário Sérgio falou também sobre a origem da fama de Santo Antônio ser casamenteiro. Ele contou duas versões para o início dessa crença. 

“Uma mulher já no desespero por não poder casar, pega a imagem do santo e dava um castigo, mas não resultava. Zangada, ela jogou a imagem fora pela janela e pagou na cabeça de um homem, que voltou para devolver o santo e eles se apaixonam”. Mas há uma versão que o frei considera mais interessante. 

“Pagava-se um dote para a mulher casar. Uma jovem pobre queria casar, mas a família não podia pagar um dote e pediu ajuda a Santo Antônio, que ainda era vivo. Ele fez um bilhete e pediu que ela levasse a um ourives, que deveria lhe dá a quantidade de ouro que correspondesse o peso do papel. Lá eles riram da piada, já que o papel é leve, mas quando colocou o papel na balança, deu exatamente o peso que ela precisava para pagar o dote”, contou.

Devoção e fé passadas de mãe para filhas

Dona Alexandrina Cerqueira, 75 anos, participa da romaria todos os anos. Este ano ela estava acompanhada das duas filhas, para quem ela ensinou o amor a Santo Antônio.

“Tudo que peço a ele, acontece. Sou devota, já fiz promessa. Sentia muita dor de cabaça e nunca mais eu senti. Além disso, pedi a Santo Antônio para casar e já tenho 53 anos de união”, afirmou.

Vilma Alves, 53 anos, filha de dona Alexandrina, sempre participa acompanhando a mãe. Ela também revelou que já teve pedidos realizados, através da interseção de Santo Antônio.

“Ele é um santo que na minha vida já me agraciou muito. O que tenho pedido, sempre alcanço, mas é segredo meu e dele”, disse aos risos.

Amanda Sacerdote, 51 amos, é a outra filha de dona Alexandrina. Ela pediu paz e benção ao santo.

“O percurso é grande, mas temos que enfrentar e seguir em frente. Peço graças, benções, paz, saúde para Santo Antônio”, afirmou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade