Saúde

Doação de sangue: 1,8% da população brasileira doa sangue; meta da OMS é 3%

O dia 14 de junho é lembrado como o Dia Mundial do Doador de Sangue, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a necessidade da doação e agradecer aos voluntários pela atitude, que pode salvar vidas.

14/06/2017 às 17h01, Por Maylla Nunes

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Agência Brasil – Há 28 anos, o servidor público Hélio da Fonseca vai regularmente ao Hemocentro de Brasília doar sangue. Já são mais de 100 doações. “Há uma série de fatores, como um amigo ou familiar que precisa, mas, a pessoa que doa sangue, no primeiro instante, ela pensa exclusivamente em salvar vidas”, disse.

Hélio deu o seu depoimento hoje (14) durante o lançamento da Campanha Nacional de Doação de Sangue de 2017, em Brasília. Ele conta que seguiu o exemplo do irmão, sete anos mais velho, que era doador regular. “Vendo ele doar, eu sentia um orgulho por ele ter esse ato e também quis fazer isso na idade apropriada”, contou.

O dia 14 de junho é lembrado como o Dia Mundial do Doador de Sangue, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a necessidade da doação e agradecer aos voluntários pela atitude, que pode salvar vidas. No Brasil, 1,8% da população doa sangue, número que está dentro dos parâmetros, de pelo menos 1%. A taxa, entretanto, está longe da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 3% da população doadora.

Por isso, o Ministério da Saúde quer sensibilizar novos voluntários e fidelizar doadores existentes com a campanha deste ano que tem como slogan “Doa Sangue regularmente e ajude a quem precisa”.

“É importante saber que o sangue não tem substituto, então é de suma importância manter os estoques abastecidos. Queremos reconhecer os doadores e angariar novos voluntários para que possamos transformá-los em doadores regulares”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros. “A meta é 3%, nós vamos fazer um esforço para chegar lá”.

Apenas uma doação de sangue pode beneficiar até quatro pessoas. No Brasil, ao ano, cerca de 3,5 milhões de pessoas realizam transfusões de sangue. No total, existem no país 27 hemocentros e 500 serviços de coleta.

O sangue é um recurso importante tanto para tratamentos planejados como para intervenções urgentes. Ele ajuda pacientes que sofrem de doenças crônicas graves, como a doença falciforme e a talassemia, além de servir de apoio para procedimentos médicos e cirúrgicos complexos. O sangue também é vital para tratar feridos em emergências.

Baixa nos estoques

Nessa época do ano, com as férias escolares, feriados de São João e mudança de estação, as doações costumam diminuir, o que ocasiona uma baixa nos estoques de sangue no Brasil. Por isso a campanha acontece nesse período, para incentivar e fortalecer as doações.

O perfil dos doadores de sangue se mantém estável no país ao longo dos últimos anos. Do total de doadores, 60% são do sexo masculino e 40% do sexo feminino. O maior percentual está na faixa etária a partir dos 29 anos, com 58% do total dos doadores, enquanto as pessoas de 16 a 29 anos representam 42%.

Doadores voluntários

De acordo com relatório divulgado esta semana pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), menos da metade dos doadores de sangue na América Latina e no Caribe são voluntários. A porcentagem de doadores voluntários de sangue cresceu de 38,5% para 44,1% entre 2013 e 2015 na região, mas ainda está longe de atingir o nível de 100% recomendado pela OMS.

Em alguns países, há a doação remunerada, além daquelas doações por reposição, quando o doador faz a doação em nome de algum paciente. No Brasil, não existe doação remunerada. Em 2015, 61,25% das doações foram voluntárias e 38,17% foram para reposição.

A auxiliar administrativa de 24 anos, Vivian Vieira Santos, doou a primeira vez por causa do avô que precisou de transfusões de sangue. Hoje, foi ao Hemocentro fazer sua segunda doação. “Quero ser doadora regular. Meu avô estava precisando e agora, outras pessoas precisam do meu sangue para sobreviverem”, disse ela, que é doadora universal, de sangue O +.

Segundo o relatório, que inclui dados de 36 países da região, apenas dois países da América Latina e oito do Caribe obtiveram todas as suas doações de sangue provenientes de doadores voluntários não remunerados. São eles Cuba, Nicarágua, Aruba, Bermudas, Ilhas Cayman, Curaçao, Guadalupe, Guiana, Martinica e Suriname.

Em relação à qualidade, os dados da Opas também apontam melhorias: quase todos os países alcançaram 100% de testagem do sangue para infecções que podem ser transmitidas pela transfusão.

Quem pode doar

No Brasil, pessoas entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Para os menores de 18 anos é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos. Além disso, é preciso pesar, no mínimo, 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia da doação, é preciso levar documento de identidade com foto.

A frequência máxima é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

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