Feira de Santana

Do lazer a atividade física: feirenses aderem a prática do pedal durante a pandemia

Um meio de transporte versátil, a bicicleta também é alternativa para quem pensa em economizar.

28/08/2020 às 15h24, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

Os benefícios são inúmeros. Andar de bicicleta relaxa a mente e exercita o corpo. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, muitos feirenses estão experimentando essas sensações ao andar de bicicleta, basta observar nas ruas da cidade e já é possível perceber que muita gente aderiu a prática, especialmente como opção de atividade física e lazer.

Até quem nunca antes tinha se interessado pela atividade, viu na bicicleta uma oportunidade de manter o corpo em movimento enquanto as academias da cidade estavam proibidas de funcionar. É o caso da enfermeira e microempresária Paula Thamile que, acompanhada do namorado Eliaquim Bernardino, vem se aventurado sob duas rodas.

“Sempre vi as pessoas andando de bike, mas nunca me interessei. Já fazia academia e crossfit e com as academias fechadas acabei optando por andar de bike. O interesse surgiu através do meu namorado. Ele sempre quis ter uma bike e como a gente já fazia exercício juntos, surgiu a ideia de pedalar. Compramos as bicicletas juntos e tem sido uma experiência maravilha. É muito gratificante poder respirar o ar livre, ir pra onde quiser de bicicleta e ao mesmo tempo que você está se deslocando e distraindo a mente, você ta fazendo uma atividade física, fazendo bem pro corpo e pra saúde, tem sido uma experiência maravilhosa”, afirmou.

Além do exercício e da atividade de lazer, Paula Thamile também estreitou laços, fez novas amizades e parcerias. Proprietária da loja Dona Maria, que vende roupas fitness e acessórios, ela ampliou o número de clientes e fez o negócio crescer.

“Mesmo com a pandemia a gente participa de grupos de pedal, todos usando máscara, álcool e tendo todos os cuidados de andar a certa distancia e com isso conheci novas pessoas. Fiz a minha loja crescer ainda mais, através desses contatos, então acabei agregando. E agora mesmo com a abertura das academias pretendo continuar no pedal. É um exercício que quero pra vida”, afirmou.

O pedal também movimentou a vida de Marino Busseni Brandão. Já adepto da atividade, viu na pandemia a oportunidade de montar o próprio negócio e abriu a Busseni Bikes, uma loja que vende bicicletas e acessórios. Além disso, ele orienta os clientes com relação a bicicleta ideal e até a forma correta de pedalar.

“A loja é nova, foi criada no dia 28 de maio em meio a uma brincadeira, pois alguns amigos meus queriam pedalar. Muita gente, de todas as idades, começou a procurar todo tipo de bicicleta. Além da procura pela bicicleta e pelos acessórios, as pessoas também querem alguém que preste instrução e eu faço isso, com assessoria da compra da bike ideal, acessórios, configuração da bicicleta e também acompanhamento no pedal para avaliar a postura”, afirmou.

Marino Busseni destaca que as bicicletas têm tamanhos diferenciados. Segundo afirmou, as pessoas atualmente estão procurando bicicleta aro 29, mas ele lembrou que também existe diferença do quadro, que varia de 15,5 até 21. O tamanho ideal para cada pessoa depende da altura dela.

“Existe uma tabela onde a pessoa olha a altura e identifica qual o quadro específico. Tem gente que pelada sem postura com o quadro alto ou baixo demais e isso pode ocasionar uma lesão”, alertou, acrescentando ainda a importância de pedalar com todos os equipamentos de segurança. 

“As pessoas precisam usar os itens de segurança como capacete, luvas, óculos, sinalizador ou lanterna, pois quase não tem ciclovia na cidade e muitas vezes as pessoas andam nas ruas. Isso é muito importante para garantir a segurança”, afirmou.

Alta demanda faz faltar peças

O empresário Marino Busseni diz ainda que a alta procura por bicicletas, gerou uma escassez de peças e acessórios. Segundo ele, a alternativa é procurar algumas fábricas de quadros e ir montando as peças.
“A gente não está tendo peças, acessórios, pois tem muita gente procurando e acho que o mundo não estava preparado. Muita coisa vem da China e eles ficaram sem material para entregar. Hoje se alguém me pedir uma bicicleta nova, eu não consigo, pois as fábricas só estão aceitando novos pedidos pro ano que vem. Isso também fez movimentar o mercado de bike usada e a procura por manutenção”, informou.

Versatilidade

Um meio de transporte versátil, a bicicleta também é alternativa para quem pensa em economizar. Marino Busseni diz que muitos clientes procuram a loja com o objetivo de comprar uma bike para se deslocar para o trabalho e aliar economia e bem estar.

“Tenho alguns clientes que me procuraram para comprar a bicicleta para trabalhar, pensando em deixar o carro em casa para economizar e ainda aproveitar para fazer o exercício físico. Muita gente utiliza o canteiro da Getúlio Vargas para se deslocar de bicicleta para o trabalho.”

E com tanta versatilidade, Marino acredita que pedalar em casal ajuda até mesmo a melhorar o relacionamento amoroso. Ele sempre pedala com a noiva Lorena Pereira e afirma que muitos amigos também aprovam essa experiência.

“Muitos casais começaram a pedalar juntos e com certeza a atividade melhora a convivência. Isso já aconteceu com alguns amigos meus”, disse.

E como um apaixonado por bicicleta que pedala todos os dias, o empresário acredita que pedalar é um vício, e seja por qualquer motivo que a pessoa opte pela atividade, ele afirma que poucas pessoas que começaram, conseguem parar de pedalar.

Preços

Com a grande procura pelo produto e a falta no mercado, o preço das bicicletas e também dos acessórios vem sofrendo reajustes. De acordo com o proprietário da loja de bicicletas Pererê, Leandro Araujo, desde o início da pandemia, todos os produtos sofreram um aumento de em torno 15%.

“A partir de maio houve um crescimento considerável de clientes a procura de bicicletas. Tivemos uma média de 40% a mais nas vendas se comparando com o mesmo período de 2019 e houve esse aumento de preços. Hoje a média de preço de uma bike para iniciante está em torno de 1.500 reais”, informou.

E não é só em Feira de Santana, o movimento pela bike tem crescido em todo o Brasil. Um levantamento da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas mostra que entre junho e julho deste ano, as vendas mais que dobraram em todo país, em relação ao mesmo período de 2019.

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