Covid-19

Diretor do Hospital de Campanha alerta para cuidados em confraternizações de fim de ano: Pode haver nova superlotação de leitos

Feira de Santana registrou nestes primeiros dias de dezembro mais de mil casos de covid-19 confirmados e a cidade volta a ficar em alerta sobre a 2ª onda da doença.

08/12/2020 às 15h16, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

O diretor do Hospital de Campanha de Feira de Santana, o médico Francisco Mota, em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta terça-feira (8), comentou sobre o aumento de casos da doença na cidade, as taxas de ocupação dos leitos e a importância das pessoas manterem os cuidados, principalmente com a chegada das festas de fim de ano.

Feira de Santana registrou nestes primeiros dias de dezembro mais de mil casos de covid-19 confirmados e a cidade volta a ficar em alerta sobre a 2ª onda da doença.

Francisco Mota informou que dos 35 leitos clínicos do hospital, 17 estão ocupados, e a taxa de ocupação da UTI é de 67%. Segundo ele, o perfil dos pacientes internados mudou em comparação com o início da pandemia, onde os leitos na maioria das vezes recebiam pessoas idosas e com comorbidades, e atualmente, chama atenção o fato de muitos pacientes internados terem abaixo de 30 anos.

Na opinião do médico, essa realidade é resultado do comportamento de muitos jovens de saírem sem tomar os devidos cuidados e acharem que se infectados terão apenas uma gripe leve. Francisco Mota salientou que realmente 5% das pessoas infectadas por covid-19 não precisarão ser internadas, mas frisou que esse percentual além de impactar o sistema de saúde, reflete que a falta de prevenção do contágio, afeta além não só os jovens, como como idosos e outros membros dos grupos familiares

“Os pacientes mais graves vão direto para UTI, mas aquela pessoa que está no leito clínico pode descompensar ir para UTI também. A doença é imprevisível, é nova e nós médicos não sabemos muito ainda sobre ela. Então o que tem que se fazer é evitar se contaminar, Se caso a pessoa apresentar algum sintoma, como coriza, febre, dor de cabeça, deve procurar atendimento médico. Essa é a primeira suspeita de infecção pelo coronavírus, pode ser que não seja nada, ou seja um quadro de sinusite, uma gripe, mas o ideal é que vá ao médico para ser avaliada. O médico pode eventualmente através do exame clínico, descartar ou solicitar o teste sorológico, o teste rápido” declarou.

O diretor do Hospital de Campanha alertou para que as pessoas não utilizem medicamentos sem orientação médica e explicou sobre a possibilidade de reinfecção. De acordo com ele, este assunto ainda está sendo estudado e embora seja algo raro, a reinfecção pode sim ocorrer em quadros de infecções virais. “Comprovado no mundo com sequenciamento de RNA são cinco casos de reinfecção registados. Pode dar uma reação cruzada, com a dengue zika e chikungunya e o exame dar falso positivo. O indivíduo acha que teve coronavírus e eventualmente não teve. Ainda não está bem firmado isso da reinfecção, está em estudo ainda. Pode ter, mas não é muito comum”, acrescentou.

Sobre o aumento de casos neste período de fim de ano, o médico relembrou a situação de superlotação de leitos hospitalares em Feira de Santana no início de julho. Ele avaliou que esse resultado foi fruto de festas juninas em chácaras, fazendas, sítios e reflexo de aglomeração de pessoas. Ele fez um alerta sobre as confraternizações e festas de fim de ano e pediu para que as pessoas tomem cuidado, pois a realidade é preocupante e pode haver uma superlotação de leitos. 

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