Secretário da Fazenda cita dificuldade em ajustes para suplementações na Bahia; entenda

Com pedidos de suplementação no Judiciário e também no Legislativo, o secretário da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz-BA), Manoel Vitório, revelou dificuldades em conseguir reajustes na suplementação orçamentária no estado. O titular da pasta contou ao Bahia Notícias que tem conversado com os poderes para poder suprir as requisições de auxílio orçamentário que recebeu ao longo deste ano.

“Nós estamos num momento que é muito difícil, muito delicado. No final de quatro anos o governador tem que deixar recursos suficientes e as rubricas providas, então é o momento que inclusive a responsabilidade pessoal do governador é grande. O fechamento das contas e a gente já recebeu os pedidos [de suplementação] estamos conversando com os poderes no sentido de obter algum tipo de ajuste e vamos discutir com eles, vamos conversar pra ver em que medida a gente pode fazer esse atendimento”, afirmou Vitório.

Apenas neste ano, o Estado recebeu a solicitação de, ao menos, R$ 270 milhões em suplementação, sendo R$ 110 milhões para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e R$ 160 milhões para o Tribunal de Justiça (TJ-BA).

O presidente da AL-BA, Adolfo Menezes (PSD), sinalizou em agosto que faria o pedido de suplementação da quantia para cumprir acordos que foram realizados antes de sua gestão. Além disso, o parlamentar relembrou que o governador, Rui Costa (PT), aprovou o reajuste salarial dos servidores públicos, o que culminou em um maior gasto para a Casa.

No judiciário, o presidente do TJ-BA, Nilson Castelo Branco, afirmou que faria a solicitação de suplementação de R$ 160 milhões por conta da alta arrecadação do executivo neste ano. O magistrado disse que o orçamento do tribunal, de R$ 2 bilhões, havia sido realizado sob uma expectativa de arrecadação do Estado, que acabou sendo superada pelo governo.

No início de 2021, a Defensoria Pública da Bahia (DP-BA) chegou a atrasar o pagamento do salário dos funcionários após ter a requisição de suplementação no valor de R$ 13,7 milhões negada pelo estado.

Titular da pasta desde 2013, o secretário já havia afirmado em 2019 que o governo estadual teria dificuldades em atender os pedidos de suplementação. Na época, Vitório citou a conjuntura política do país no momento, que, segundo ele, trouxe surpresas negativas para a Bahia (relembre aqui).

Permanência no governo

Vitório também afirmou ao Bahia Notícias que ainda não recebeu um convite formal para permanecer na titularidade de alguma secretaria no futuro governo de Jerônimo Rodrigues (PT). Apesar disso, o secretário se colocou à disposição do petista.

“Eu acho que tem muita especulação, se fala muita coisa, eu fico até surpreso com o que está se especulando mas acho que fizemos um bom trabalho a partir de um grande time tanto do governo do Estado com a liderança do governador Rui Costa, como na Secretaria da Fazenda e acho até lisonjeiro essas especulações, mas é só especulação mesmo”, explicou Vitório.

“Estou à disposição para contribuir, continuar contribuindo no grupo político. Eu me sinto parte de um time, um time que tem feito muitos gols, mas que passou também por dificuldades muito grandes. Então a missão agora é concluir esse governo”, concluiu.

O entorno de Jerônimo Rodrigues fala sobre uma “renovação” no secretariado. O futuro governador, inclusive, chegou a afirmar que “quem fica muito tempo no mesmo lugar cria limo”. Vitório é especulado em uma cadeira de segundo escalão do próximo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou no Banco do Nordeste do Brasil.

Fonte: Bahia Notícias

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