Consciência Negra

Presidente do CNJ afirma que Judiciário terá tolerância zero com o racismo

O Diagnóstico Étnico-Racial do Poder Judiciário, produzido e divulgado pelo CNJ este ano, identificou a existência de apenas 1,7% de pessoas pretas na magistratura brasileira e 12% de juízes ou juízas pardas.

20/11/2023 às 17h49, Por Dilton e Feito

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Ministro Luis Roberto Barroso do STF
Foto: Reprodução/ Youtube

“Todas as estatísticas demonstram a existência de racismo estrutural na sociedade brasileira: de renda, de vítimas de violência, de encarceramento, de discriminações diversas. Para virar esse jogo, é preciso tomar consciência e viver uma vida antirracista”. A afirmação foi dada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, nesta segunda-feira (20/11), em alusão ao Dia da Consciência Negra.

O ministro afirmou que está sendo estruturado um programa de bolsas de estudo que visa contribuir para o ingresso de juízes negros nos quadros do Poder Judiciário e reforçou a importância de “se derrotar nosso próprio passado de injustiças e mudar as estatísticas do Poder Judiciário”.

O Diagnóstico Étnico-Racial do Poder Judiciário, produzido e divulgado pelo CNJ este ano, identificou a existência de apenas 1,7% de pessoas pretas na magistratura brasileira e 12% de juízes ou juízas pardas.

“Vamos capacitar milhares de pessoas para disputarem as vagas nos concursos da magistratura em melhores condições de competitividade”, garantiu o ministro. Segundo o presidente, para isso, é preciso ampliar o acesso à educação de qualidade, ao mercado de trabalho e de consumo, aos cargos públicos e eletivos, bem como às posições mais elevadas em empresas privadas. “Esses são os caminhos da igualdade”.

Como parte da celebração desse dia no Judiciário, Barroso lembrou que trabalhar para o fim do racismo e do preconceito não é apenas a causa do povo negro, nem só do povo brasileiro, mas de toda humanidade: “dignidade, oportunidade e direito à felicidade para todos. Temos tolerância zero com o racismo”, disse.

O ministro ressaltou a diversidade brasileira, “construída por europeus, negros, indígenas, cristãos, judeus, muçulmanos, cultores de religiões africanas, todos aqui encontraram a sua pátria e encontraram sua nacionalidade”, no entanto, destacou o sofrimento do povo negro.

“Nenhum sofreu mais. Escravizados, vítimas de violências cruéis e entregues à própria sorte após a abolição da escravatura”, disse. “São séculos de superação e resiliência em busca de respeito, igualdade e oportunidades. Nos últimos tempos, vimos procurando escrever uma nova história, com empatia, tirando o atraso, saldando dívidas. São milhões de pessoas que através de gerações deram a alma, o sangue e a vida para fazer um país melhor e maior. Frequentemente sem o reconhecimento devido e merecido”, completou.

“O Brasil é um país de paz, mas também de resistência. Percorremos um longo caminho, mas ainda há muito por fazer. O papel de todos nós é empurrar a história na direção certa. Como me disse certa vez uma maravilhosa juíza negra que trabalha comigo: a vida é uma festa para a qual todos fomos convidados e com direito a entrar pela porta da frente. Feliz Dia da Consciência Negra”, finalizou.

Fonte: CNJ

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  1. A ideologia racial é extremamente nociva, incita o ressentimento, a mágoa e a desunião entre as pessoas. Sob o argumento de que está fazendo uma política de”reparação”, a esquerda está dividindo a população, odiosamente alimentando a ideia de que existem grupos “inconciliáveis”, separados por uma arquitetura social onde quem não ganha o status de vítima é automaticamente “culpado” por alguma vitimação: ou é racista, ou é machista, ou é homofóbico etc. Essa é a atualização do velho “nos contra eles”, tão ao gosto do PT, que hoje, diante de um sindicalismo moribundo, obsoleto frente as novas relações de trabalho, abraçou com unhas e dentes o identitarismo, essa verdadeira chaga, que está corroendo as democracias ocidentais. É o identitarismo que legítima barbaridades como os “direitos de cor”, feitos para racializar a população e articular uma espécie de tribalismo, com direito a inacreditáveis”cultos a ancestralidade”. Nessa ideologia, não ser reconhecido como “negro”, significa ser automaticamente taxado de ” opressor colonial privilegiado”, mesmo que o tal privilegiado em questão, seja uma pessoa miserável, que passe fome, esteja desempregada e sem qualquer expectativa de ascensão econômica. Se não é negro, é privilegiado. É irracional. É triste ver prosperar o cinismo do judiciário ativista, que tenta negar a realidade miscigenada da população, cujas famílias são compostas de pessoas de todas as cores e de todos os credos. Como justificar que dois irmãos pobres, um de pela mais escura e outro de pele mais clara, assim nascidos porque tem um pai negro e mãe
    branca, por exemplo, recebam tratamentos diferenciados pela própria legislação? Como conceber que um deles, por ser “dois tons mais claro”, é um sujeito privilegiado e, portanto, sem direito as cotas, ou a qualquer dos benefícios promovidos pelas políticas de discriminação “positiva”? Irracional, extremamente erracional. A esquerda vive da desgraça social, “quanto pior melhor”, ela se alimenta da pobreza e da ignorância, por isso, destrói qualquer lugar que a recepcione. E aqui, infelizmente, não está diferente. Então jogando no lixo o princípio da igualdade, cada vez mais esvaziado e distorcido pela falácia retórica da “medida da diferença”. Pobres, são pobres, tenham a cor que tiverem, com fenótipo de “opressor ou de vítima”, sem dinheiro, serão apenas pobres.

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