Dilton e Feito

Inflação cai pela primeira vez em 2023 e tem a menor variação para junho em 6 anos

País passa a ter uma inflação acumulada de 3,16% na janela de 12 meses. Alimentação e bebidas foi o grupo com maior queda, seguido de Transportes.

11/07/2023 às 10h40, Por Dilton e Feito

Compartilhe essa notícia

Economia, Moeda Real,Dinheiro, Calculadora

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, caiu 0,08% em junho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice teve a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando também teve queda de 0,23%. O resultado do IPCA desacelerou mais uma vez, na sequência de um avanço de 0,23% em maio. No ano, acumula alta de 2,87%. Já em junho de 2022, o índice teve alta de 0,67%.

Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 3,16% na janela de 12 meses.

Quatro dos nove grupos do IPCA tiveram queda em junho. O indicador geral foi puxado para baixo especialmente pelos grupos de Alimentação e bebidas (-0,66%), e Transportes (-0,41%). (saiba mais abaixo)

Segundo André Almeida, analista do IBGE, os dois grupos são os “mais pesados” dentro da cesta de consumo das famílias e representam cerca de 42% do IPCA. “A queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho”, explica.

Veja o resultado dos nove grupos que compõem o IPCA:

  • Alimentação e bebidas: -0,66%;
  • Habitação: 0,69%;
  • Artigos de residência: -0,42%;
  • Vestuário: 0,35%;
  • Transportes: -0,41%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,11%;
  • Despesas pessoais: 0,36%;
  • Educação: 0,06%;
  • Comunicação: -0,14%.

Alimentação e Transportes em queda

O principal recuo dentro do grupo de Alimentação e bebidas veio da Alimentação no domicílio, que acumulou queda de 1,07% no mês. O principal item deflacionário foi o óleo de soja (-8,96%), que caiu na esteira da redução dos preços de grãos e outras commodities alimentícias.

“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explica André Almeida, do IBGE.

O IBGE também destaca quedas relevantes nos preços de frutas (-3,38%), leite longa vida (-2,68%) e carnes (-2,10%). A alimentação fora de casa teve alta de 0,46%, mas desacelerou em relação ao mês anterior, em que havia subido 0,58%.

Outro destaque importante foi mais uma redução do grupo Transportes, com redução de preços de todos os combustíveis. A gasolina, que tem maior peso individual no grupo, teve recuo de 1,14%. O óleo diesel caiu 6,68%. Etanol, 5,11%. Por fim, o gás veicular teve baixa de 2,77%.

As passagens aéreas seguem com alta flutuação subindo 10,96% em junho, depois de queda de 17,73% em maio. Junto com a energia elétrica residencial (ambos com 0,06 p.p.), as passagens trouxeram a maior pressão ao índice geral.

Carro zero com desconto

Ainda no grupo Transportes houve recuo nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos automóveis usados (-0,93%). O subitem automóvel novo foi o de maior impacto individual no mês, com -0,09 p.p.

O resultado é efeito do programa de descontos para carros populares do governo federal, que concedeu descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil para carros de pequeno porte, com valor total de até R$ 120 mil. Foram mais de 125 mil veículo vendidos em um mês desde o lançamento da iniciativa, no início de junho.

Ao todo, foram liberados R$ 650 milhões dos R$ 800 milhões previstos em descontos para essa modalidade. Os R$ 150 milhões restantes serão usados para compensar a perda de arrecadação em impostos, causada pelo desconto no preço final dos veículos.

De acordo com os cálculos de André Almeida, sem a redução de preços dos automóveis novos e usados, o IPCA de junho teria registrado alta de 0,03%.

Alta em Habitação

Na ponta oposta, o grupo Habitação (0,69%) teve a alta mais importante de junho, com a maior contribuição positiva vinda dos preços de energia elétrica residencial (1,43% e 0,06 p.p.). Na sequência, a taxa de água e esgoto (1,69%) também pressionou os preços para cima.

Segundo o IBGE, em ambos os casos, houve reajustes aplicados em algumas áreas de abrangência da pesquisa. Já a principal redução veio do gás de botijão (-3,82%), mesmo sem efeito do último ajuste de preços pela Petrobras no dia 30 de junho.

Por fim, o resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,11%) teve alta influenciada pela alta nos preços dos planos de saúde (0,38%), ainda decorrente de reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Inflação de serviços

A inflação de serviços, uma das principais métricas monitoradas pelo Banco Central para uma possível redução da taxa básica de juros, a Selic, teve alta de 0,62% em junho. Trata-se de uma aceleração em relação a maio, quando houve deflação de 0,06% no mês.

Quem puxou o resultado do segmento, novamente, foi o preço de passagens aéreas e sua alta de 10,96%. Mas itens como aluguel residencial (0,78%) e condomínio (1,67%) também têm pressão importante.

Assim, a variação acumulada em 12 meses para a inflação de serviços ficou em 6,21%. É a menor taxa desde fevereiro de 2022 (5,94%).

INPC tem queda de 0,10% em junho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve queda de 0,10% em junho. Em maio, a alta foi de 0,36%.

Assim, o INPC acumula alta de 2,69% no ano e de 3% nos últimos 12 meses. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,62%.

Fonte: G1

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Alguns produtos baixaram,na pandemia dobrou de preço,ainda não chegou os preços de antes da pandemia, feijão hoje10reais antes da pandemia era 4 reais .Muitos outros itens ainda estar muito caro

  2. Quem for com uma certa frequência ao comércio, notadamente aos supermercados, verão que os preços das mercadorias estao sempre variando para cima. Aonde está a deflação?

    1. ESTAVAMOS AQUI SIM ENFRENTAMOS TRES ANOS DE PANDEMIA NO MUNDO TODO 2 ANOS COM O COMERCIO FECHADO GUERRA NA RUSSIA E UCRANIA QUE TAMBEM AFETOU O MUNDO NÃO SÓ O BRASIL MAIS AGORA NÃO EXISTE MAIS PANDEMIA E OS PRECOS ESTÃO SUBINDO DESEMPREGO AUMENTANDE O AMOR VENCEU FAZ O L BRASIL A CAMINHO DE SER UMA NOVA VENEZUELA REFORMA TRIBUTARIA DA FOME

  3. Basta ir ao supermercado que você tem a certeza que está matéria é uma narrativa, está tudo pela hora da morte.

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade