Dilton e Feito
Indefinição sobre candidatura de Lula à reeleição atrapalha governo, diz Lira
Segundo Lira, essa indefinição gera “muitos pré-candidatos do próprio PT”.
13/06/2023 às 11h02, Por Dilton e Feito
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na noite desta segunda-feira (12) que o fato de o presidente Lula (PT) não deixar claro se será ou não candidato à reeleição em 2026 atrapalha o governo.
Segundo Lira, essa indefinição gera “muitos pré-candidatos do próprio PT”.
“O fato de o presidente Lula não ter explicitado até hoje se é candidato à reeleição ou não gera, do meu ponto de vista, muitos pré-candidatos dentro do próprio PT. Isso não ajuda na administração do governo. Porque há uma aparente dificuldade de relacionamento de A, B, C, D ou E”, declarou o deputado federal em entrevista à Globo News.
Apesar de aliados pressionarem o Planalto pela ampliação de espaços do centrão, incluindo no Ministério da Saúde, o presidente da Câmara negou que tenha tratado com Lula sobre uma possível substituição da ministra Nísia Trindade.
Disse que as conversas com o atual chefe do Executivo sempre foram “institucionais, claras e límpidas”, e que nunca tratou de cargos em primeiro escalão.
“Eu gosto da ministra Nísia, tive por ela sempre o maior carinho. A defendi no governo passado para que ela assumisse a Fiocruz, numa eleição que teve no Rio de Janeiro, quando teve muita dificuldade —ela é testemunha disso. Não ansiamos nem disputamos nenhum ministério.”
Lira reeditou críticas à articulação política do governo e disse que a montagem da base de apoio por Lula no início da sua gestão não teve o rendimento esperado pelo Planalto.
Repetiu que, embora o país tenha eleito um governo “progressista e de esquerda”, o Congresso Nacional que saiu das urnas é “conservador e liberal”, e ressaltou a legitimidade nas demandas de parlamentares pela ocupação de cargos e pela liberação de emendas.
Por outro lado, elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a quem se referiu como alguém que conduz conversas francas e que negocia os textos de projetos que serão analisados pelo Parlamento.
“O que o Haddad faz? Haddad conversa, negocia texto e é franco nas conversas. Isso é articulação política”, disse Lira.
Na mesma entrevista, o presidente da Câmara contou que, numa recente reunião com Lula, sugeriu a substituição de Rui Costa (PT), atual ministro-chefe da Casa Civil, por Haddad. Segundo Lira, a possibilidade foi descartada pelo presidente da República.
“Eu tive um café da manhã há uma semana com o presidente Lula. No meio da conversa eu fiz a ele uma pergunta: ‘o sr. pensa em ter a possibilidade de o ministro Haddad ir para a Casa Civil e o [Gabriel] Galípolo ficar na Fazenda?”, disse Lira.
“O presidente Lula de imediato disse não. Haddad fica na Fazenda e o Galípolo [que é secretário-executivo da Fazenda] vai para o Banco Central. A partir daí a conversa sobre ministérios cessou.”
Para além de Rui, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT) também está no leque de críticas de deputados ligados a Lira e ao centrão envolvendo a relação com o Planalto.
Já Gabriel Galípolo foi indicado pelo governo para uma diretoria do BC e deve ser sabatinado ainda neste mês pelo Senado, que vai decidir sobre a aprovação do nome para a autarquia.
Lira tem sido o principal crítico da articulação política de Lula.
No final de maio, horas antes da votação pela Câmara da Medida Provisória que reestruturou a Esplanada dos Ministérios, o deputado citou uma “insatisfação generalizada” na Casa.
“O problema não é da Câmara, não é do Congresso. O problema está no governo, na falta ou na ausência de articulação”, disse Lira na ocasião. “Há uma insatisfação generalizada dos deputados e talvez dos senadores com a falta de articulação política do governo, não de um ou outro ministro”.
Lira ainda afirmou não se sentir afetado pela operação da Polícia Federal em uma investigação sobre desvios em contratos para a compra de kits de robótica com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), que atingiu pessoas ligadas a ele.
Questionado se achava que a operação tem por objetivo atingi-lo, Lira respondeu: “Não acho não. Se eu achasse, as coisas já não estavam como estão.”
Fonte: Política Livre
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PENSE UM CÃNCER ESSE ESSE ARTUR LIRA.