Saúde

Dia Mundial da Hanseníase: pacientes têm dificuldade de realizar tratamento em Feira por falta de medicamentos

Se for diagnosticada de forma precoce, as chances de cura são altas.

31/01/2021 às 07h39, Por Laiane Cruz

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Gabriel Gonçalves e Laiane Cruz

Janeiro foi o mês de conscientização sobre a hanseníase (Janeiro Roxo), cujo dia é celebrado neste domingo (31), quando também é encerrada a campanha.

Apesar de ser um mês voltado para os cuidados e o tratamento da doença, pacientes que realizam o acompanhamento em Feira de Santana têm tido dificuldades de encontrar os medicamentos, que são distribuídos pelo Ministério da Saúde e repassados aos pacientes através da secretaria de saúde. No município, o tratamento gratuito é oferecido no Centro de Saúde Especializado Dr. Leone Coelho Leda.

A doença, que antigamente era conhecida como lepra, tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento for inadequado.

De acordo com uma paciente de 28 anos, que preferiu não se identificar, ela foi diagnosticada com a doença há dois anos, mas precisou parar o acompanhamento há cerca de dois meses, por falta de medicamento. Ela conta que, por conta disso, o problema vem aumentando a cada dia e sofre com os transtornos causados pela hanseníase.

"Já tenho mais de dois meses sem receber a medicação e estou passando por esse transtorno. As manchas aumentam, sinto dores nos nervos, tem dias que não consigo andar, muita dormência nos braços e os nervos vão parando aos poucos. A medicação que uso é fornecida gratuitamente, a Corticorten de 5mg e Prednisona de 20 mg, mas não estou encontrando. As manchas vão se espalhando e sofro muito preconceito, principalmente dos meus colegas do trabalho", relatou.

Segundo o dermatologista, Cláudio Nogueira, que atua no centro especializado, algumas medicações estão em falta no local, e acredita que seja motivado pela logística do Ministério da Saúde focado na distribuição das vacinas contra o coronavírus.

"Existem algumas medicações que estão em falta sim, mas infelizmente eu digo que está sendo causado por conta da pandemia. Não é obrigação da Prefeitura adquirir essa medicação, ela apenas repassa o que o Ministério da Saúde repassa para o Estado e que chegam aqui. Mas já recebi a informação que está sendo resolvido e que agora no mês de fevereiro voltará ao normal", explicou.

Tratamento

Conforme o dermatologista Cláudio Nogueira, os principais sintomas da hanseníase são manchas brancas e vermelhas acompanhadas de lesões. Se for diagnosticada de forma precoce, as chances de cura são altas.

"Essa doença muitas vezes é causada pela imunidade da pessoa, mas não é uma doença altamente contagiosa, ela tem um baixo contágio, mas o sistema de alimentação inadequado pode provocar esta doença, que normalmente apresenta manchas brancas, vermelhas, lesão na região do corpo e uma leve dormência. É preciso ter atenção porque existem quatro fases: uma mais moderada com apenas manchas e a mais severa, que além das manchas, podem aparecer nódulos no local", explicou.

De acordo com o dermatologista, todo tratamento é realizado com medicamentos fornecidos pela Organização Mundial da Saúde.

"O tratamento é conhecido como QPTBM, através de um multibacilar e o cobacilar. Durante seis meses o paciente é acompanhado fazendo uso da medicação fornecida pela Organização Mundial da Saúde, porque esta doença não é apenas do Brasil, e sim mundial", disse.

Neste ano por conta da pandemia, nenhum tipo de evento em alusão ao dia mundial da hanseníase foi realizado no CSE, localizado na Rua Prof. Geminiano Costa, Centro. A unidade atende pacientes para a realização do tratamento contra a doença.
 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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