Feira de Santana

Descarte de lixo e móveis colabora para entupimento de córregos em Feira de Santana

Outro problema elencado pelo departamento de limpeza é o descarte de cascas de cocos em terrenos baldios e outros locais inapropriados.

11/01/2023 às 21h20, Por Acorda Cidade

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córrego no Feira X
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Feira de Santana possui mais de 30 córregos, que cortam os bairros da cidade. Em 2022, o Departamento de Limpeza Pública do município, que é vinculado à Secretaria de Serviços Públicos, realizou a limpeza de grande parte desses canais, segundo informação do diretor João Marcelo.

“Em 2022 nós conseguimos limpar grande parte deles. Iniciamos em janeiro pelo Vila Verde, no Feira X, e terminamos com ele, fazendo aquele córrego que sai da Rua Senador Quintino e passa pelo bairro Mochila, seguindo pelo Feira X até o Anel de Contorno, desaguando no Rio Jacuípe.

O canal do Feira X, por exemplo, leva em torno de 2 meses para completar a limpeza, a depender da chuva. E a limpeza do córrego pode ser feita de duas maneiras: ou ela é feita com máquina, nós trabalhamos com uma escavadeira e caçambas, ou pode ser feita manualmente. A depender do tamanho do córrego e da vazão de água, é definida a forma de limpeza”, explicou o diretor em entrevista ao Acorda Cidade.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Segundo ele, no ano passado, foi realizada a limpeza de córregos nos bairros Cidade Nova, Feira X, Gabriela, Sítio Novo, Parque Ipê, Avenida de Canal, Conceição, Renascer, Gabriela, Feira V, Feira IX, dentre outros canais.

No entanto, a prática da população de descartar materiais inservíveis, como garrafas pet, de vidro, lixo de todo tipo, móveis velhos e eletrodomésticos, dificulta o serviço de limpeza, provoca o entupimento dos córregos, e essa situação colabora também para o aumento do nível da água nesses locais com as chuvas.

“Nós trabalhamos o ano todo, chegamos ao ponto de trabalhar com duas máquinas. O grande problema é que o descarte de lixo, como móveis, vasos sanitários, entulhos, atrapalha muito. Também garrafas pet e de vidro são descartados nos canais e nos locais onde deságuam nestes canais. A gente vê sofá, porta de geladeira, várias coisas. Na Avenida José Falcão, em 2021, fomos fazer a limpeza do entorno da lagoa, onde tem a passagem que atravessa da Avenida do Canal para a Queimadinha, e foi retirada uma caçamba de garrafas pet, porta de geladeira, sofá, cama, e demais materiais. Aqui próximo à Sesp tem um terreno e o pessoal descarta direto.”

2ª Caminhada contra o Lixo no bairro Irmã Dulce
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Outro problema elencado pelo diretor do departamento de limpeza é o descarte de cascas de cocos em terrenos baldios e outros locais inapropriados.

“A grande novidade é o descarte de coco, a casca, que as pessoas estão descartando à vontade nos terrenos, e isso pode ser prejudicial à saúde. Aqui nós aplicamos uma multa que fica aproximadamente em R$ 1 mil, sobre o descarte ilegal de lixo, então quando a gente consegue identificar, notifica e autua. Recentemente recebi imagens de umas caçambas que estão descartando entulhos, próximo ao Anel de Contorno, já estou com os dados da proprietária e ela receberá a visita dos fiscais. A partir daí será notificada e será solicitado que ela retire o material e podemos chegar até a multá-la”, informou o diretor ao Acorda Cidade.

Operação Bota Fora

Como forma de coibir a prática do descarte irregular de lixo e conscientizar a população, o Departamento de Limpeza promove a ação Bota Fora. O serviço consiste em levar um caminhão até os bairros para recolher os materiais inservíveis da população.

“A prefeitura passa com um caminhão por um determinado bairro e faz a coleta desses materiais inservíveis que tem em casa. Primeiro passa um carro de som anunciando, passam os educadores ambientais, fazem a propaganda e depois, no dia determinado, o caminhão passa no local para coleta. Mas as pessoas preferem descartar em locais que não deveriam. Mas a prefeitura continua com o serviço. Nós fazemos a coleta de porta em porta.”

Segundo João Marcelo, é feito primeiro um anúncio no determinado bairro e passa um carro de som fazendo a propaganda, que aquele serviço estará no bairro em determinado dia.

“Com isso na data determinada vai uma equipe de educadoras ambientais e uma equipe de coleta com um caminhão. Faz o recolhimento e isso é doado às cooperativas que fazem reciclagem, porque muitos desses produtos tem peças que são recicláveis e eles podem utilizar em outros serviços.”

Na opinião dele, a população perdeu a noção do perigo do que é o descarte ilegal de produtos inservíveis.

“A População está jogando no meio da rua, e estamos fazendo a coleta. O local onde o pessoal mais joga é na Avenida de Canal, ao lado do estádio Beira Riacho. Passei próximo à Avenida Ayrton Senna e a Rubens Francisco Dias e ali as pessoas estão descartando entulho dentro de uma lagoa. Isso é inadmissível, a prefeitura vai tomar as providências, vai ser feito um mutirão ali. Tem uma equipe de mutirão que está na Rubens Francisco e vai em direção à Avenida Ayrton Sena, para fazer esse tipo de limpeza.”

A proposta do Bota Fora é justamente ajudar a população a não descartar em locais inapropriados.

“Se a prefeitura passar, ela pode aguardar. Agora o que acontece muito é o descarte de entulho, restos de construção. A população perdeu a noção e está jogando em qualquer lugar. A prefeitura não tem um local, porque isso é um serviço particular. Então se eu assumo um compromisso comigo mesmo, tenho que arcar com as despesas e contratar uma empresa para ela fazer esse tipo de descarte”, completou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.

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