Feira de Santana

Decoração natalina em residências renova tradição e o significado da festa para os feirenses

Com muito carinho e dedicação, a dona de casa Tânia Maria de Almeida, que reside no Conjunto Feira VII, também busca manter a tradição das celebrações natalinas em sua casa.

17/12/2021 às 10h20, Por Laiane Cruz

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Laiane Cruz

Com a proximidade das celebrações natalinas, é possível observar em algumas residências e estabelecimentos comerciais o acender das luzes dos pisca-piscas, a decoração da tradicional árvore rodeada de presentes, presépios cuidadosamente decorados, dentre outros símbolos que evocam o sentido e o clima da festa.

De acordo com a tradição católica, as celebrações natalinas se iniciam no Tempo do Advento, que são as quatro semanas que antecedem o dia 25 de dezembro, data escolhida pelos cristãos para celebrar o nascimento de Jesus em várias partes do mundo.

Há seis anos ornamentando ambientes residenciais com enfeites e árvores natalinas, a decoradora Soraia Caribé encontrou no período do Natal uma oportunidade para ganhar uma renda extra, mas acima de tudo uma chance de se sentir realizada, ao levar alegria e o clima natalino para as famílias de Feira de Santana.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

“Eu me comunico com as pessoas ou através de amigos. Elas ligam para mim e perguntam como eu faço. Normalmente, eu chego até a casa da pessoa e peço a ela que pegue todas as ornamentações, como enfeites, pisca-piscas, separo tudo e depois começo a montar as árvores”, contou.

Para a decoradora, o que fica mais bonito são as fitas para fazer os laços, as flores, as bolas de Natal e alguns papais noeis. Todos esses itens são fundamentais para uma árvore bonita e glamourosa. “É uma delícia, eu me realizo. Amo o que eu faço. Para mim é uma terapia”, comemora.

Foto: Arquivo Pessoal/ Soraia Caribé

De outubro até o dia 15 de dezembro, Soraia Caribé já ornamentou 18 residências. Segundo ela, este ano a procura foi maior que no ano passado e precisou dispensar alguns clientes. Para ela, o trabalho carece de muita dedicação e leva algumas horas para ser concluído. Ela só deixa a casa do cliente, após cumprir a sua missão de deixar tudo mais bonito e completo com a magia do Natal.

“A árvore dá mais um charme na casa, no apartamento, fica tudo mais alegre. O Natal tem o tom vermelho e outros tons também como o dourado, o rosé, o branco, e aí é como se botasse um jarro de flores na sua mesa. Dá outro aspecto, você fica mais feliz e fica tudo muito lindo. A árvore mais alta que já montei foi de 3, 10 m, que levei em média dois dias. Mas as normais até 2,20 m normalmente são oito horas. Vou para a casa do cliente de manhã e só saio no final da tarde. A decoração traz mais alegria, motivação e satisfação dentro de casa”, destacou.

Com muito carinho e dedicação, a dona de casa Tânia Maria de Almeida, que reside no Conjunto Feira VII, também busca manter a tradição das celebrações natalinas em sua casa, através da montagem de presépios, algo que é realizado por ela desde quando era criança.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Com o tempo, o amor pelos presépios só aumentou, e a cada ano dona Tânia foi se especializando e adicionando novos itens e detalhes na decoração. A beleza dos modelos confeccionados por ela é tão grande que chamou a atenção de amigos e pessoas conhecidas do bairro onde mora. E por isso há alguns anos, a dona de casa, de forma voluntária, auxilia na montagem de presépios também em outras residências.

“Há uns cinco ou seis anos que monto nas casas. Agora na minha é desde pequenininha, que sempre gostei, e todo ano eu armo. Fui crescendo, comecei a trabalhar, comprando várias coisas e armando meu presépio. Fiz várias mudanças depois que eu me casei, mas todo mês de dezembro eu armo o meu”, afirmou.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Para a confecção de um lindo presépio de Natal, dona Tânia escolhe alguns galhos secos, compra papel metro e amassa para dar o formato de uma serra. Toda a cena é montada em cima de uma mesa ou no chão. Depois, são colocadas cuidadosamente as peças, como os bezerros, carneirinhos, anjos, vaquinhas, os pastores e os três reis magos.

“Eu me sinto como uma criança armando o presépio. É uma alegria só. Eu armo no dia 15 de novembro, que é um feriado. Não vou para a casa de ninguém, não agendo nada. Antigamente chamavam de Lapinha, mas na minha região até hoje chamam assim. Já armei muitos neste fim de ano, mas não cobro nada, é um prazer que eu tenho. Me sinto feliz quando uma pessoa vem me pedir ajuda”, relatou.

Este ano, a dona de casa já armou cerca de oito presépios. Para ela, o que não pode faltar são as imagens e bastante amor. “Ali pra mim é um prazer. Eu pegar, arrumar, colocar as imagens cada uma em seu lugar. As pessoas compram tudo e eu só vou montar. Me sinto feliz. É uma coisa muito prazerosa. Acho lindo, pra mim é a festa mais linda o Natal. A chegada do menino Jesus é, pra mim, muito significante.”

Foto: Arquivo Pessoal/ Soraia Caribé

O sentido do Natal

Para o Padre Pedro Júnior, da Paróquia Senhor do Bonfim, o presépio, assim como outros símbolos natalinos, é uma representação plástica, artística do nascimento de Jesus, como relatado nos evangelhos bíblicos de Matheus e Lucas.

“O presépio é esta representação criada por São Francisco de Assis no ano de 1223, quando numa noite de Natal, na cidade de Gretio, ele fez esta representação para ajudar as pessoas que na época não tinham uma instrução a compreenderem o sentido no Natal. Baseado pelos relatos evangélicos, o presépio é composto pelo anjo, uma figura divina que anuncia o nascimento do Salvador; por Maria e José; pelos pastores, que representam os mais pobres e Humildes, e também pelos magos cientistas do Oriente, que perceberam algo diferente e foram ao encontro de Jesus trazendo consigo os seus presentes. Estão presentes também alguns animais, como ovelhas, bois, e também a representação da estrela, o sinal de uma manifestação de Deus àqueles sábios homens”, explicou o pároco.

De acordo com o Padre Pedro, o Natal foi crescendo com o tempo nas diversas culturas e tradições, e foram sendo agregadas decorações que faziam parte de cada cultura, as quais foram ganhando sentido, a exemplo do ato de iluminar com as luzes e os piscas-piscas, que simbolizam o Cristo como a nossa Luz, motivo de alegria.

“A ceia, nós temos costume que, quando a gente visita crianças, as famílias preparam algo para os visitantes comerem, algum tipo de alimento. O Natal é a festa da vida. O pinheiro é a árvore que permanece verde, mesmo com o frio, bem como os sinos que anunciam e convidam para celebrar Cristo e dizer que Ele é a nossa esperança. A própria estrela que faz referência ao relato evangélico, as bolas que têm o sentido dos frutos que somos chamados a dar, e o próprio Papai Noel faz referência a um santo, que foi São Nicolau, que levava presentes às crianças mais pobres, e os presentes que colocamos na árvore lembram que o maior presente que Deus deu à humanidade foi o seu próprio Filho. Jesus, se fazendo dom para nós, nos convida que façamos de nós mesmos dons para os outros e que sejamos um presente na vida das pessoas.”

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Conforme o religioso, o presépio é um item indispensável das celebrações natalinas, porque representa o evento central do Natal, que é o nascimento do filho de Deus, que foi enviado a nós para demonstrar o amor, o caminho da fraternidade, da Justiça, da paz, sobretudo em meio às dificuldades enfrentadas nos dias de hoje.

“Acredito que estamos vivendo tempos difíceis. A pandemia chegou de surpresa e nos abateu muito. E atualmente estamos vivendo em nosso estado um momento de sofrimento com os irmãos no sul da Bahia, que estão sofrendo, e também em outras partes do mundo, como os tornados, nos Estados Unidos. A gente, por vezes, pode se desanimar por aquilo que o mundo atravessa e passa, e celebrar o Natal é ter a esperança de saber que não obstante vivamos momentos difíceis, Deus não nos abandona, nos dá força para enfrentar. Ele é a Luz que nos ajuda a superar todas essas situações de trevas e caóticas. O Senhor está conosco e nos fortalece com o dom da Sua presença”, destacou.

 

Com informações dos repórteres Ed Santos e Maylla Nunes do Acorda Cidade. 

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