Feira de Santana
Deam registrou 2.700 ocorrências neste ano; número menor que em 2019 por conta da pandemia
O número menor de ocorrências comparado ao ano passado, não significa que as agressões reduziram, mas sim que podem existir subnotificações.
29/12/2020 às 15h19, Por Gabriel Gonçalves
Gabriel Gonçalves
Comparado ao ano de 2019, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Feira de Santana, registrou uma queda no número de registros de ocorrências. De acordo com a delegada Edleuza Suely, esta redução foi provocada pelo medo do risco de contaminação à covid-19, além da presença do agressor nas residências, inibindo a ida das mulheres até a delegacia.
"Neste ano passamos por muitas dificuldades principalmente aqui em nossa delegacia com o afastamento de 22 servidores por integrarem o grupo de risco. Em 2019, foram registradas 3.432 ocorrências e neste ano 2.700, mas muitas mulheres se sentiram inibidas a virem até a delegacia por conta do risco de contaminação, mas pensando nisso a Secretaria de Segurança Pública criou a Delegacia Digital com o objetivo de ter mais um canal de comunicação, onde essa mulher possa estar denunciando as agressões, além do disk 100", destacou.
Mesmo com o quadro de servidores reduzido, a Deam realizou todas as atividades em atendimento ao público. Segundo a delegada, o número menor de ocorrências comparado ao ano passado, não significa que as agressões reduziram, mas sim que podem existir subnotificações.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Apesar do quadro de 34 servidores presentes reduzir para 12 por conta do afastamento, tivemos aqui os flagrantes, medidas protetivas sendo requeridas e também os inquéritos regulares além de busca de pertences quando foi necessário. Eu não posso dizer que o número da violência diminuiu, houve uma subnotificação por conta desse temor tanto pela contaminação do vírus, como também pela presença do agressor nos lares na maior parte do tempo inibindo a vinda das mulheres à delegacia", explicou ao Acorda Cidade.
Feminicídios
A delegada Edleuza Suely informou que neste ano de 2020, foi registrada a redução do número de estupros e explicou que nem todo crime contra a mulher está relacionado com o feminicídio.
"Em 2019 tivemos 66 registros de estupros e neste ano com uma diminuição significativa para 39. Em relação ao feminicídio, no ano passado foram três casos e em 2020, foram registrados quatro casos. O crime de homicídio é apurado pela delegacia especializada em homicídios, porém ao final da investigação da morte dessas mulheres, nem todas ficam comprovadas como feminicídio, porque nem toda morte de uma mulher é configurada como feminicídio. Muitas vezes é um homicídio motivado por outras razões, por outras causas, inclusive no envolvimento ao tráfico de drogas que tem causado muitas mortes", finalizou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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