Dia do Quadrinho Nacional

Conheça a Gibiteca Antônio Cedraz: um espaço público e gratuito em Feira de Santana

A Gibiteca do Centro Juvenil é um espaço que foi criado em 2021. Além da Gibiteca, o CJCC oferta oficinas de Quadrinhos para estudantes da Rede Estadual.

30/01/2023 às 19h19, Por Iasmim Santos

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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos, também conhecido como o Dia do Quadrinho Nacional, é celebrado nesta segunda-feira (30). A data possui o objetivo de reconhecer, valorizar e destacar as histórias em quadrinhos brasileiras enquanto um gênero literário.

A história em quadrinhos, ou HQs, é um meio literário de contar histórias utilizando recursos visuais de uma forma mais criativa que busca aproximar o leitor da narrativa apresentada.

No Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC), localizado na Avenida Rio de Janeiro, no bairro Pedra do Descanso, em Feira de Santana, existe um espaço onde os quadrinhos recebem uma atenção mais do que especial. A vice-diretora do CJCC, Jacqueline Moraes, contou ao Acorda Cidade mais detalhes sobre esse gênero literário e curiosidades que o público feirense pode encontrar e desfrutar no espaço.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A leitura em quadrinhos não é só uma porta de entrada para o universo da leitura e das narrativas, ela também é uma forma de expressão por meio das artes visuais, porque ela não só tem o texto escrito, mas também tem a parte da imagem que amplia essa perspectiva da história. Ela traz elementos visuais, não deixa a imaginação apenas ao critério do leitor, de como são os personagens; ou o ambiente que a história se passa, a história em quadrinhos já traz alguns elementos para fornecer essa base inicial para o leitor”, explicou Jacqueline.

A história em quadrinhos não é popular apenas entre crianças ou jovens, mas também entre os adultos.

“Aqui na escola temos tanto revistas de caráter mais infantil, para quem tá começando no universo da história em quadrinhos, como os mangás, que são muito queridos pelos adolescentes. E temos também revistas mais especializadas inclusive como as da Marvel, da DC, que são revistas com um trabalho e linguagem um pouco mais adulta”, indicou.

Gibiteca Antônio Cedraz

A Gibiteca do Centro Juvenil é um espaço que foi criado em 2021, em homenagem ao quadrista baiano Antônio Cedraz. Grande parte do acervo de quadrinhos foi doado em 2022 pelo desenhista e ilustrador, Lucas Pimenta, da Editora Trem Fantasma.

O vice-diretor do CJCC, Mateus Dumont Fadigas, explicou em entrevista ao Acorda Cidade que a Gibiteca é um local público e gratuito, qualquer pessoa da comunidade de Feira de Santana pode ir ao espaço de leitura para visitar.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Qualquer pessoa pode chegar aqui e ler esse material, a gente só não realiza o empréstimo das revistas, mas qualquer pessoa pode vir aqui, sentar confortavelmente, ler as revistinhas, passar a tarde inteira, manhã ou noite, até o horário que a gente funcionar e ficar aqui lendo. Eu acho importantíssimo que a gente tenha esse espaço aqui, porque com a desativação da Biblioteca Municipal aqui em Feira, nós temos poucos espaços de leitura públicos e gratuitos. Nós temos a biblioteca da Uefs, existem algumas outras bibliotecas menores, e temos a nossa Gibiteca que até onde eu sei é a única especializada em quadrinhos. Aqui você encontra uma diversidade muito grande de quadrinhos. Então é um espaço que a comunidade de Feira de Santana pode utilizar, está aberto para todo mundo”, ratificou Matheus Dumont.

No Centro Juvenil o público feirense encontra uma diversidade de personagens da Marvel, DC, além de coleções e acervos de mangás, como Dragon Ball Z, Os Cavaleiros do Zodíaco, dentre outros.

Oficinas

Cursos também são promovidos no Centro Juvenil de Ciência e Cultura. Os professores que conduzem as oficinas possuem formação em Quadrinho, segundo a vice-diretora Jacqueline Moraes.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Já tivemos uma oficina no formato on-line, chamada ‘Fazendo Histórias’, na qual trabalhamos algumas estruturas dos personagens. Trabalhamos com oficinas de desenhos, nas quais os estudantes podem desenvolver a questão do anime, dos traços, e podem trabalhar seus talentos, inclusive. Nós já tivemos oficinas de Ciência em Quadrinho, na qual escolhemos os personagens de algumas histórias em quadrinhos, que possuem uma perspectiva científica como o Flash, O Batman, para observarmos quais são os elementos científicos que aparecem nas histórias em quadrinhos e que a gente pode utilizar para entender um pouco mais a parte da Ciência”, contou.

Os quadrinhos do Centro Juvenil de Ciência e Cultura são feitos em formato físico e também no formato digital.

“A gente tem mesa digitalizadora e programas, nos quais o estudante pode fazer o seu quadrinho no formato digital, a parte da coloração. Mas a gente também tem espaço para o físico, o estudante também pode fazer o seu quadrinho no formato mais analógico, com papel, lápis, lápis de cor”, pontuou Jacqueline Moraes.

Como funciona a construção de um Quadrinho

Os desenhos são construídos a partir de uma proposta definida em sala.

“O professor orientador constrói uma proposta para que o estudante desenvolva, sejam questões específicas do traço, sejam questões relacionadas com a parte de colorir, ilustrar, ou para questões que envolvam um conteúdo didático da escola que podem ser aproveitados na história em quadrinho, como é o caso das narrativas, porque não é só o desenho, é importante ter toda uma estrutura narrativa de encantamento”.

A maior parte dos trabalhos que os estudantes desenvolvem no Centro são autorais.

“Muitos estudantes se inspiram em desenhos que já existem, existe a questão do aperfeiçoamento do traço, e isso muitas vezes parte de um desenho já existente”, concluiu Jacqueline.

Oficina ‘Ciências e Quadrinhos’

O vice-diretor, Mateus Fadigas contou ao Acorda Cidade que a oficina Ciências e Quadrinhos é a mais recente que está sendo trabalhada no Centro.

“São os estudantes que imaginam os personagens, eles que criam as histórias, eles que desenham, seja no papel ou no computador com as ferramentas e programas ideiais para isso. E eles produzem ao final da oficina uma proposta de uma revista em quadrinhos com os personagens e histórias que eles mesmos criaram. Claro que são histórias que envolvem o conteúdo de ciências, porque a proposta da oficina é Ciências e Quadrinhos”, explicou.

A leitura abre portas

“A gente sabe que a alfabetização é importante em nossa sociedade, porque ela permite que as pessoas alcançem novos lugares, novas possibilidades. E o gostar de ler e o saber ler também é importante, porque quando você estimula essa vontade de ler possibilidades são abertas para diversos tipos de leituras”, ressaltou Mateus.

O vice-diretor destacou também que muitas vezes a leitura em quadrinho é como uma porta de entrada para o mundo da leitura.

“Quando o estudante consegue alcançar essa diversidade da leitura ele tem acesso a novos conhecimentos, a novos mundos e a novas possibilidades de vida. A leitura possibilita a ampliação de novos estudantes”.

Público das Oficinas

A oficina tem como público principal estudantes da Rede Estadual.

“O Centro Juvenil é uma escola estadual. Oferecemos cursos, oficinas, atividades e eventos para estudantes que já estão matriculados em outras escolas estaduais, mas que no seu tempo livre, no horário em que não estão cursando as disciplinas do currículo regular, eles podem vir cursar as nossas oficinas e fazer os nossos cursos. Por enquanto as oficinas são restritas para os estudantes da Rede Estadual”, abordou.

Os quadrinhos não são uma literatura ou arte menor, observou Mateus.

“Existem escritores já consagrados como o Neil Gaiman que se lançaram nos quadrinhos. Os quadrinhos são arte, são literatura e não têm nada a perder se comparados a outras literaturas. Existem muitos clássicos da literatura que foram adaptados ao formato de quadrinhos para que sua leitura se tornasse mais agradável e alcançasse mais pessoas. É uma forma de expressão artística, que oportuniza para que mais pessoas tenham o contato com as histórias que já são conhecidas por muita gente”, frisou.

HQs no cinema

E você sabia que muitos filmes conhecidos e exibidos nas telinhas de cinema surgiram no mundo dos HQs? Confira alguns abaixo:

  • A Família Addams: em 1991, surgiu o primeiro filme baseado nos quadrinhos da Família Addams.
  • As Aventuras de Tintim: um live-action que marcou o ano de 2011 foi a adaptação para o cinema dos quadrinhos de Tintim.
  • Transformers: em 2007 carros se transformavam em robôs e participavam de missões importantes. Os sons e as cores presentes no filme remetem à estética dos quadrinhos de “Transformers”, produzidos em 1984.
  • Volte para Casa, Snoopy: em 1972, chegou ao cinema a produção audiovisual de um dos cachorros mais queridos de quem ama quadrinhos: Snoopy. Com base no enredo de tirinhas produzidas em 1968.
  • Asterix e Obelix – Missão Cleópatra: os quadrinhos dos gauleses Asterix e Obelix conheceram a modernidade em 2002, quando foram para os cinemas.
  • O Incrível Hulk: são muitos os quadrinhos de super-heróis que se transformaram em filmes, mas só “O Incrível Hulk”, de 2008, incorporou cortes de câmera e uma fotografia que lembra o formato e a estética dos quadrinhos que originaram o longa-metragem.
  • MIB – Homens de Preto: o filme de 1997 é, em sua origem, uma história em quadrinhos.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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