Compras pela internet facilitam vida dos consumidores no Natal

Confira dicas de segurança durante compras na internet, que devem aumentar 30% com as festas de fim de ano.

14/12/2009 às 07h22, Por Dilton e Feito

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O Natal é época de reunir a família, e, claro, ganhar e dar presentes. Para muitos, contudo, a tarefa de comprar os presentes é árdua. Faltam paciência e tempo para sair de loja em loja pesquisando preços, escolhendo os presentes e enfrentando filas intermináveis. Isso sem contar com a agonia que é estacionar o carro nos shoppings e nas ruas. Enfim, algo que deveria ser prazeroso se torna estressante. Uma opção para fugir da confusão dos shopping centers e das lojas de rua é fazer compras pela internet.

As vantagens são grandes: você não precisa sair de casa, acha promoções atrativas, há sites apenas para fazer comparações de preços, escolhe, compra e paga sem sair do conforto de casa. E a loja ainda leva o produto na sua casa, ou, melhor ainda, na casa de quem será presenteado.

Apesar da comodidade, de acordo com a e-bit, consultoria especializada em comércio eletrônico, apenas 25% das pessoas que acessam a internet no Brasil fazem compra na rede, o que significa cerca de 17 milhões de pessoas. Muitos ainda não se sentem seguros para se aventurar comprando pelo computador.

Rafael Senna, administrador de 25 anos, não é um deles. “Tive receio no início, quando ainda esse tipo de compra não era muito difundida. Depois que comprei e vi que não tinha problema, perdi o medo”, conta. Rafael , que já comprou de eletrônicos a passagens aéreas pela rede, pontua uma das maiores vantagens das compras on-line: “É muito mais fácil para comparar preços, e também há muitas promoções”. Ele afirma, contudo, que é preciso cuidado. “Compro apenas em sites de empresas que conheço, que têm uma reputação a zelar”.

Dicas de segurança

Indicação – Procure comprar em lojas conhecidas ou recomendadas por alguém que já tenha realizado alguma compra

Pesquisa – Estude sobre a loja em mecanismos de busca. Associe o nome da loja a palavras como opinião, fraude, confiança, recomendação e etc.

Site – Preste a atenção no endereço da loja ao entrar no site. Alguns criminosos criam endereços semelhantes para enganar o internauta. Se possível, sempre digite o endereço diretamente. Jamais clique em links enviados por e-mail, sites de relacionamento, comunicadores instantâneos e afins.

Dados pessoais – Não forneça seus dados pessoais a sites nos quais você não confia. Informações como RG e principalmente CPF são muito importantes.

Senha – Sua senha é pessoal e intransferível, ou seja: nunca a repasse a sites de compras ou a terceiros (nem mesmo ao suporte do site).

Cartão – Se você tem mais de um cartão de crédito, escolha um deles para usar em compras pela internet. Dê preferência para aquele com o menor limite.

Cadeado – Os sites seguros têm sempre um cadeado na tela. Outra forma de checar a segurança é ficar atento se há um “s” após o “http” no início do endereço.

Crescimento

A procura pela comodidade de comprar pela rede tem crescido ano a ano. Não é por acaso que as vendas por meio da internet devem aumentar até 30% neste Natal na comparação com a mesma data do ano passado, segundo pesquisa da e-bit. De acordo com o levantamento, as vendas entre os dias 15 de novembro e 24 de dezembro, período de influência do Natal, poderão atingir o patamar de R$ 1,63 bilhão, ante R$ 1,25 bilhão do ano passado. Segundo a empresa, os pedidos deverão ser liderados por livros e eletrodomésticos, esse último segmento estimulado pela manutenção da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) à linha branca. Na sequência, aparecem as categorias de eletrônicos e informática, enquanto que saúde, beleza e medicamentos deverão liderar as preferências do público feminino.

As grandes empresas que atuam no setor partilham do otimismo da consultoria. A Casas Bahia, maior varejista de eletroeletrônicos do país, que possui uma grande operação pela internet, espera que as vendas no Natal subam 20% em relação a 2008. De acordo com Michael Klein, diretor-executivo da empresa, os campeões de venda devem ser justamente os eletroeletrônicos, como televisores (plasma e LCD), e os produtos de informática, a exemplo de PCs, netbooks e notebooks.

Já a redeWalmart,donados supermercados Bompreço, espera resultados robustos para suas vendas on-line. De acordo com a empresa, o site www.walmart.com.br, que entrou em operação em outubro do ano passado, alcançou um volume de vendas 2,5 vezes maior que o esperado para seu primeiro ano de funcionamento. Segundo a Walmart, o endereço eletrônico, que recebe 200 mil visitantes ao mês, deve ainda dobrar de faturamento no ano que vem.

Cliente pode devolver produto em até sete dias

Embora não haja legislação específica sobre o assunto, quem faz compras na internet conta com uma série de direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor (CDC). Segundo Alessandro Gianeli, de 33 anos, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Justiça entende que o artigo 49 do código, que regulamenta compras fora do estabelecimento comercial, se aplica às aquisições on-line. O artigo prevê algumas regras que muitos consumidores desconhecem.

Por não ter acesso a todas as características do produto semtê-lo em mãos, por exemplo, o cliente tematé sete dias de prazo, a partir do recebimento, para se arrepender da compra e devolver o produto. De acordo com o CDC, se o cliente devolve o produto dentro do prazo de arrependimento todos os valores pagos pelo consumidor, inclusive o frete, têm de ser ressarcidos.

O cliente deve observar, contudo, a diferença entre troca e devolução. A loja não é obrigada a trocar produtos que não apresentam defeitos. De acordo com a consultoria especializada e-bit, a maior parte das lojas virtuais efetua trocas.

Os custos de frete de envio e reenvio, porém, ficam por conta do consumidor. Mas essa cobrança deve ser avisada. Caso o site da loja afirme que realiza trocas, mas não informe que é o consumidor quem paga os fretes, ela tem de arcar com os custos de transporte. Para quem tem problemas com devoluções, trocas, ou recebimentos, Gianeli aconselha primeiro procurar o fornecedor, de forma amigável. “Se o fornecedor não resolver, o consumidor deve procurar o Procon, e, em última instância, a Justiça”, afirma. Ele ressalta contudo, que a comunicação deve ser sempre por escrito, e protocolada, de forma que o cliente tenha provas de que tentou resolver a questão, caso algo dê errado.

Segundo o advogado do Idec, algumas atitudes simples podem evitar dores de cabeça. A primeira delas deve ser a verificação de dados no site, como endereço físico, telefone, CNPJ da empresa, etc. Outra dica é procurar saber a opinião de quem já comprou no mesmo endereço eletrônico, que pode atestar a confiabilidade do mesmo.

Algumas queixas também surgem de falhas simples. Muitos problemas de recebimento, por exemplo, ocorrem por causa de nomes de ruas duplicados ou endereços incorretos. Antes de reclamar com a loja, portanto, o cliente deve estar atento ao preenchimento dos dados.

E-Commerce em números
R$ 8,2 bilhões foi quanto faturou o setor de e-commerce no Brasil em 2008, segundo a consultoria especializada e-bit.O valor representou um aumento de 30% em relação a 2007.

R$1,25 bilhão foi o faturamento do e-commerce no período do natal de 2008, que leva em conta as vendas do comércio on-line de 15 de novembro a 23 de dezembro.

30% é quanto devem crescer as vendas on-line durante o Natal deste ano. O faturamento do setor no período deve alcançar R$1,63 bilhão.

17% é a fatia de mercado dos produtos mais vendidos na rede em 2007: livros, revistas e jornais. Em segundo lugar estão os produtos de saúde e beleza, com 12% das vendas.

50 milhões, dos 190 milhões de brasileiros, usam internet no país, segundo a e-bit. O Brasil é o 6° país do mundo em número de internautas. China e EUA são os primeiros.

 

(Notícia publicada na edição impressa do dia 14/12/2009 do CORREIO)

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