Saúde
Pesquisadores identificaram poluentes como causas de Doenças Inflamatórias do Intestino (DII) na Europa e nos EUA -- problemas já chegam a América do Sul.
24/05/2019 09h27, Por Rachel Pinto
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Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostrou que a poluição do ar é capaz de modificar o microbioma intestinal — uma transformação que, até então, os médicos acreditavam que só poderia acontecer por meio da dieta.
Segundo Marie Pedersen, professora da universidade e chefe da pesquisa, embora ainda não se saiba exatamente o que seria um microbioma intestinal saudável, já que ele é repleto de bactérias que, fora do intestino, podem gerar infecções e alergias, a exposição a um ar poluído faz com que o órgão fique mais exposto a Doenças Inflamatórias do Intestino (DII) como a doença de Crohn e a colite ulcerativa — quando o sistema imunológico não funciona adequadamente, um processo semelhante ao da AIDS.
Já há pesquisas que mostram que as DII são mais comuns em grandes cidades e em países com economias desenvolvidas, onde o ar tende a ser mais sujo do que em áreas rurais ou menos expostas às emissões de gases na atmosfera. Nos últimos anos, metrópoles da América do Sul e da Ásia, que nunca conviveram com esse tipo de enfermidade, passaram a registrar os primeiros casos — outro indício de relação entre a poluição e o intestino.
"Mais de 200 genes são conhecidos por tornar alguém suscetível às DII. Esses genes estão relacionados à parede intestinal e alguns estão relacionados com a forma como o sistema imunológico combate as bactérias ruins nessa área", afirmou Pedersen ao jornal britânico The Guardian. "A barreira intestinal protege contra mutações genéticas, mas a exposição ambiental pode danificar essa barreira. Se um gene danifica o sistema imunológico, isso pode provocar doenças", acrescenta.
As pesquisas internacionais colocam a Coreia do Sul como pioneira nas tentativas de diminuir a poluição do ar: no país asiático, o governo disponibilizou um fundo de reserva (estimado em US$ 2,65 bilhões) para combater danos e atender emergências causadas por ar poluído. Na sequência, outros projetos de lei foram aprovados, como a obrigatoriedade de instalar um purificador de ar em cada sala de aula das escolas do país, além da remoção do limite nas vendas de veículos a gás liquefeito de petróleo (GLP), que produzem menos emissões poluentes do que os tradicionais motores movidos a gasolina e diesel.
Na Europa, enquanto motoristas franceses protestam por causa dos preços do combustível, autoridades ao redor do continente trabalham para cortar o uso de carros com um novo conjunto de leis imaginado em uma escala nunca vista. Essas regulações "anti-automóveis", mais do que isso, estão sendo propostas com grande apoio popular.
A poluição é uma das principais causas de doença e mortalidade e tem sido associada a muitas condições de saúde, incluindo doenças pulmonares, ataques cardíacos, derrames, mal de Alzheimer, diabetes e asma. No entanto, os cientistas ainda não sabem quais são os poluentes específicos responsáveis. "A maioria dos pesquisadores usa dados de locais de monitoramento fixos, que estão em quase todas as cidades. No entanto, eles ficam limitados a estudar alguns poluentes que representam todos os outros", disse Pedersen.
"O dióxido de nitrogênio é o principal poluente do trânsito, então estudamos essa substância e a atribuímos à ocorrência de doenças. É como no caso da nicotina do cigarro: ela é o alvo de estudos, embora seja composta de vários outros produtos químicos. É um desafio restringir a fonte exata", finalizou.
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