Feira de Santana
Centenário do Monsenhor Almicar Marques é celebrado com missa na catedral de Santana
A Irmã Rosa destacou a importância social e religiosa do Monsenhor Amilcar Marques que é o fundador do Dispensário Santana.
13/08/2020 às 10h42, Por Rachel Pinto
Ney Silva e Rachel Pinto
O centenário do Monsenhor Almicar Marques, sacerdote que nas décadas de 1930 e 1940 desenvolveu um marcante trabalho social em Feira de Santana foi comemorado esta semana com missa na catedral metropolitana. A celebração, feita pelo padre Aristóteles da Silva, sem a presença dos fieis, devido a pandemia do coronavírus, contou com algumas poucas representações de pessoas ligadas as obras do Monsenhor, como irmã Rosa, represente do Dispensário Santana que foi implantado por ele. A iniciativa da homenagem foi do jovem religioso Victor Batista. Ele contou ao Acorda Cidade um pouco da história do Monsenhor que era natural da cidade de Cachoeira e também teve um importante trabalho em Salvador.
Foto: Divulgação
“As homenagens a Monsenhor Almicar Marques que completa cem anos da sua ordenação sacerdotal foram pensadas como forma de render graças a Deus e homenagear este sacerdote que exerceu tão bem o seu ministério, aqui em Feira de Santana, como também em Salvador. Em Feira, realizou o grande intento que é dispensário Santana. Esta obra que até hoje segue a risca aquilo que ele pensou na intenção quando se reuniu com aquelas poucas senhoras na capela do Santíssimo na então matriz de Feira de Santana e com o objetivo de cuidar dos mais necessitados”, afirmou.
Victor Batista destacou ainda, alguns acontecimentos que marcam a história de Feira de Santana e estão atrelados a figura do monsenhor durante o seu paroquiato. Segundo ele, No ano de 1944 existiu um decreto que proibia as filarmônicas a tocarem no interior da igreja durante os cultos, durante os atos litúrgicos. As filarmônicas, motivadas pelos poderosos na época, estavam insatisfeitas, e eles estavam insatisfeitos com o a figura de monsenhor Amilcar, pois era um homem que incentivava a sociedade, a não ser submissa. Foi então que os poderosos impulsionaram para que a filarmônica invadisse a igreja e tocasse durante o ato. O fato aconteceu no dia 26 de julho de 1944.
Foto: Divulgação
“Neste dia estava previsto, o lançamento da pedra fundamental da sede da Filarmônica Euterpe Feirense e não aconteceu esse lançamento com a presença do monsenhor, pois juntamente com a Filarmônica 25 de Março, eles invadiram a então igreja matriz de Feira de Santana e tocaram no interior da igreja e o monsenhor Amilcar Marques, a partir deste acontecimento pediu sua transferência para a cidade de Salvador”, contou.
Ainda de acordo com Victor, Monsenhor Almicar Marques de Oliveira, nasceu no dia 9 de fevereiro e 1898 na cidade de Cachoeira e teve como pais o senhor Augusto Marques de Oliveira e a senhora Augusta Marques de Oliveira, sua irmã viveu em Feira de Santana foi professora da então escola normal, era a senhora Alda Marques de Oliveira. Durante a sua trajetória sacerdotal, logo após a sua ordenação em 1920, monsenhor foi enviado para Roma para estudar direito canônico e com seu retorno a Bahia, foi designado pelo arcebispo de Salvador, Dom Jerônimo Tomé para ser vigário em Plataforma. Ainda em Salvador, também foi vigário do Abrigo dos Expostos na Santa Casa de Misericórdia da Bahia, capelão do Colégio Santíssimo Sacramento em Salvador. Chegou a Feira de Santana, após ser vigário na paróquia de Santo Antônio Além do Carmo, permanecendo em Feira do ano de 1933 até 1946.
O Monsenhor Almicar faleceu em 1965 vítima de um acidente automobilístico. Para Victor, a Bahia perdeu um grande sacerdote que soube incentivar a figura do leigo na igreja, permitiu que os leigos tivessem um lugar e pudessem se posicionar dentro da igreja.
A Irmã Rosa que é a atual diretora do Dispensário Santana também relata a importância social e religiosa do Monsenhor Amilcar Marques. Ela salientou que é com muita alegria que a comunidade religiosa celebra o centenário sacerdotal dele.
“Ele procurou responder os apelos de Deus na sua vida. Fundou o Dispensário Santana e eu procurei um pouco da história quando tentei me colocar à disposição de Monsenhor Mário Pessoa, para ajudá-lo porque o dispensário Santana estava morrendo por falta de continuadores. Restavam apenas três pessoas que já estavam no declínio da vida. O dispensário é tudo aquilo que o monsenhor procurou fazer. Uma entidade de evangelização, educação, saúde e promoção à vida. O fruto do seu amor permanece ente nós”, concluiu.
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