Saúde
Campanha alerta que família tem palavra final na doação de órgãos
"Seja Doador de Órgãos e Avise sua Família" é o slogan da ação
16/09/2021 às 09h05, Por Laiane Cruz
Acorda Cidade
Agência Brasil – O Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) e a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) são parceiros na campanha "Seja Doador de Órgãos e Avise sua Família", lançada por ocasião do Setembro Verde, para conscientização da população sobre a importância da doação. A ação tem como objetivo alertar que a família tem a palavra final sobre a doação de órgãos. A iniciativa conta ainda com parceria da Sociedade Brasileira de Hepatologia, além de várias organizações não governamentais (ONGs).
De acordo com dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), 1.126 pessoas estão na fila de espera por um transplante de fígado e mais de 45 mil pessoas aguardam por um transplante de órgãos sólidos e de tecidos.
O hepatologista Paulo Bittencourt, presidente do Ibrafig, destacou que cada doação feita pode salvar a vida de oito pessoas, a partir de um único doador. Lembrou, entretanto, que durante os quase dois anos de pandemia de covid-19, o número de doações por milhão de habitantes caiu para valores bem abaixo da meta necessária para reduzir a morbimortalidade das pessoas em fila de espera para transplantes. Por isso, afirmou que a campanha é urgente. “Sem o consentimento da família, não há doação, mesmo que a intenção do possível doador seja conhecida de todo o seu entorno”.
Abordagem
A opinião foi compartilhada pelo nefrologista Alexandre Tortoza Bignelli, coordenador do Serviço de Transplantes Renais do Hospital Universitário Cajuru (HUC), localizado em Curitiba e considerado referência em transplante de rins. Bignelli afirmou à Agência Brasil que, na hora da captação, a abordagem deve ser feita com a família da pessoa que desejava doar, “porque essa pessoa está em morte cerebral e é a família que vai dar a última palavra”. Lembrou que, em vida, a pessoa pode ser doadora de órgãos mas, se estiver em morte cerebral, não é ela que vai decidir, mas a família. “Se a família pensa diferente, não sai a captação. É importante ter essa conscientização”.
Outra coisa que se deve ter em foco é que a lista de espera é justa, destacou o nefrologista. “A distribuição de órgãos se faz por critérios de gravidade, como é o caso do fígado ou coração, ou por critério de compatibilidade ou genética (tipo de sangue). O órgão vai ser distribuído com equidade entre a população. Não tem ninguém que seja favorecido na lista, à exceção das crianças e jovens até 18 anos. Nessa faixa de idade, as crianças são priorizadas”. Isso não significa, porém, que não exista criança em lista de espera, disse Bignelli. Se houvesse maior captação, comentou, “essas crianças teriam mais chance de sair da lista”.
Pesquisa
A pesquisa Doação de Órgãos foi encomendada pelo Ibrafig, entre os dias 2 e 7 de agosto passado, ao Instituto Datafolha e ouviu 1.976 pessoas com 18 anos ou mais, moradoras em 129 municípios e pertencentes a todas as classes econômicas. O levantamento revelou que sete em cada dez brasileiros gostariam de ser doadores de órgãos ao morrer. Entretanto, cerca de metade desses potenciais doadores (46%) não informou à família sobre o seu desejo.
A sondagem mostrou ainda que a intenção de doação de órgãos diminui com a idade, sendo de 79% entre os entrevistados de 18 a 24 anos, e de 55% entre pessoas com 60 anos ou mais. O desejo de doar aumenta com a escolaridade. Alcança 56% entre pessoas com ensino fundamental, contra 79% dos brasileiros com ensino superior. A renda é outro fator que contribui para a maior intenção de doar: 55% nas classes D e E e 78%, nas classes A e B.
De todos os entrevistados, 30% declararam não querer doar seus órgãos ao morrer. Dezesseis por cento alegaram desejo de continuar inteiros ou não serem manipulados após a morte, 13% apresentaram motivos religiosos, 11% mostraram falta de vontade ou de interesse em doar, 9% citaram doenças pré-existentes.
Retrocesso
O Registro Brasileiro de Transplantes Janeiro-Julho 2021, editado pela ABTO, indica que o agravamento da pandemia de covid-19 em todo o país aumentou a queda nas taxas de doação e de transplante, retrocedendo a números de 2014 nas taxas de doação em geral; até 2012, nas taxas de transplante de fígado e coração, até 2011, nos transplantes de pulmão e até 2003, na taxa de transplante renal.
Mais Notícias
Feira de Santana
Homem é perseguido e morto dentro de salão de beleza
Um homem, ainda sem a identificação, foi morto a tiros por volta das 17h desta sexta-feira (26), na rua Candelaria,...
26/07/2024 às 22h33
Feira de Santana
Ônibus é incendiado após morte de morador no bairro Conceição
A prefeitura emitiu uma nota suspendendo o transporte público no local nesta sexta, até que retorne à normalidade a segurança...
26/07/2024 às 21h43
Educação
Inscrições para cursos de idiomas e redação da Uefs encerram nesta terça-feira (30)
As inscrições ocorrem exclusivamente de forma presencial, das 8h30 às 11h30 e das 14h às 17h, no Módulo 2 da...
26/07/2024 às 20h30
Feira de Santana
Fé e devoção: milhares de fiéis participam da procissão em homenagem à Senhora Sant'Ana
Segundo Dom Itamar, a devoção à Senhora Sant'Ana começou há 292 anos. Uma tradição, que deve ser passada de geração...
26/07/2024 às 18h33
Brasil
Concurso Unificado: provas começam a ser distribuídas em 3 de agosto
Com o adiamento do exame, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos recolheu todos os 18.757 malotes...
26/07/2024 às 17h01
Política
PGR denuncia deputado Nikolas Ferreira por injúria ao presidente Lula
A PGR também ofereceu a Nikolas a possibilidade de realização de uma audiência preliminar para avaliação de um eventual acordo...
26/07/2024 às 16h52