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Temporais no Rio Grande do Sul devem afetar todos os setores da economia e elevar preços dos alimentos

Arroz, leite e derivados, frutas e hortaliças são alguns dos itens que podem ser impactados pelos efeitos das chuvas no Estado, estima FecomercioSP.

09/05/2024 às 07h34, Por Acorda Cidade

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Temporais no Rio Grande do Sul
Foto: Secom/Lauro Alves

O Rio Grande do Sul vive um momento dramático, com dezenas de mortes e um cenário de devastação estarrecedor. A população tem sofrido com as consequências dos temporais que atingem o Estado desde a semana passada, deixando milhares de pessoas e animais desamparados. Além dos impactos humano e ambiental — que devem ser o foco neste momento para que mais vidas sejam salvas e para que haja o restabelecimento da normalidade o mais breve possível —, a catástrofe, obviamente, terá efeitos econômicos tanto para o Rio Grande do Sul como para o País.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que as perspectivas são de perdas, com efeitos, inclusive, sobre os consumidores, em decorrência de uma eventual pressão nos custos, especialmente dos alimentos. Nenhum setor deixará de ser afetado — no Comércio, nos Serviços, na Industria e no Agronegócio.

Tudo isso considerando que ainda é cedo para se ter uma ideia da real dimensão dos estragos.

Itens mais afetados


O arroz e os derivados do leite são alguns exemplos de itens que devem ficar mais caros por conta da catástrofe. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do País, e, embora pouco mais de 80% da safra tenha sido colhida, ainda não dá para saber se os estoques foram atingidos ou quanto da parcela restante foi perdida. Há incertezas ainda sobre a logística do produto pelas restrições das rodovias.

O mesmo acontece com a criação de gado para produção de leite, que deve ser impactada com a perda de vacas e pasto, além da ingestão, por esses animais, de água sem qualidade, em razão das condições atuais do local.

Outros itens que devem encarecer são as frutas: uva, pêssego e maçã, tradicionais da região, podem ter a produção e o escoamento afetados pela interdição de estradas, impactadas pelos estragos ou pelo deslocamento de caminhões que estão sendo usados para prestar apoio à população atingida.

Nesse caso, os preços, que já estavam em alta desde o ano passado, em consequência de outro fator climático (El Niño), devem sofrer ainda mais pressão. Já no caso das hortaliças, a perspectiva é de falta de estoques nos estabelecimentos durante algumas semanas.

A paralisação da indústria local, seja para o atendimento às famílias, seja por outros fatores, pode levar à falta de suprimentos de inúmeras outras indústrias que utilizam o aço, por exemplo, como matéria-prima.

Para o Turismo, haverá, sem dúvidas, grande efeito: o Aeroporto Internacional Salgado Filho ficará fechado até o fim deste mês, com cancelamentos de voos, até que as operações sejam restabelecidas. O aeroporto é responsável por 3% da movimentação de passageiros pelo Brasil — no mês de maio do ano passado, circularam por ele 540 mil pessoas.

Para se ter uma ideia da dimensão desse evento, a tragédia de Brumadinho, menor e mais localizada, provocou uma queda de 0,2% no Produto Interno do Brasileiro (PIB) em 2019 — mais de R$ 20 bilhões em valores atuais. No Rio Grande do Sul, é muito provável, infelizmente, que os danos causados tenham impacto ainda maior para o PIB nacional. Isso, sem falar, é claro, dos efeitos significativos para a economia e para a população locais.

A FecomercioSP se solidariza com as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul e mantém diálogos abertos com várias instâncias para ajudar na reconstrução do estado a partir de agora.

Sobre a FecomercioSP


Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

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  1. Só mesmo a título de informação, pra quem só vê política partidária em todos os campos da vida…
    O estado do Rio Grande do Sul, SOZINHO, é responsável por 70% da produção de todo o arroz produzido no Brasil. Também, lá é grande produtor de proteína animal (bovina e suína), existindo por lá diversas indústrias do setor calçadista, também de tantos outros seguimentos industriais. Todas essas informações, obtidas através dos informes divulgados pelos setores empresariais, e não os governamentais.
    Esses segmentos produtivos descritos, é só um rápido resumo de uma infinidade de produtos oriundos daquele importante estado, assim como todos os outros estados da União, que unidos, formam a força do país no qual você vive.
    Portanto, não é culpa de nenhum governo, seja ele A ou B. Muitos produtos necessários ao nosso dia a dia, TERÃO que ser importados, em dólar.
    E a estimativa de aumento dos preços, é feita pela Fecomércio-SP, e não o governo, basta ler. Tem gente, que mesmo desenhando, não entende…
    Lhe foi possível entender?

  2. Só o RS que produz alimentos agora é??? Brasil é uma piada na cara de brasileiro , como podem se aproveitar de uma catástrofe natural para aumentar o preço dos alimentos que já estão um absurdo

    1. Só mesmo a título de informação, pra quem só vê política partidária em todos os campos da vida…
      O estado do Rio Grande do Sul, SOZINHO, é responsável por 70% da produção de todo o arroz produzido no Brasil. Também, lá é grande produtor de proteína animal (bovina e suína), existindo por lá diversas indústrias do setor calçadista, também de tantos outros seguimentos industriais. Todas essas informações, obtidas através dos informes divulgados pelos setores empresariais, e não os governamentais.
      Esses segmentos produtivos descritos, é só um rápido resumo de uma infinidade de produtos oriundos daquele importante estado, assim como todos os outros estados da União, que unidos, formam a força do país no qual você vive.
      Portanto, não é culpa de nenhum governo, seja ele A ou B. Muitos produtos necessários ao nosso dia a dia, TERÃO que ser importados, em dólar.
      Lhe foi possível entender?

  3. Vamos esperar como vai ser a política do governo para se resolver toda questão,viemos de uma pandemia e foi passada mesmo com toda dificuldades que o mundo todo passou.

  4. É só a população não comprar esses itens e aprender a se virar de outra maneira, aí não tem como haver preços abusivos, nessas horas há muitos aproveitadores que só pensam no lucro exorbitante

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