A energia solar e o turismo sustentável no Brasil

Os tópicos sustentabilidade e meio ambiente têm sido amplamente discutidos nas últimas décadas. Com diversas medidas criadas internacionalmente para conter os danos ambientais e desenvolver novas tecnologias capazes de não agredir o meio ambiente, hoje já é possível adotar algumas técnicas para reduzir o impacto. A energia solar, por exemplo, é uma destas técnicas. 

No Brasil, a energia solar está crescendo consideravelmente e está encostando na energia de fonte eólica, que é a segunda maior geradora do país (22 gigawatts – GW), ficando atrás somente da energia hidrelétrica. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), de janeiro a outubro de 2022 houve uma aderência de quase 45%; a instalação da potência subiu de 13,8 GW  para 20 GW. Um espaço que é essencial para a energia solar são as fazendas solares, que, além de gerar energia, também promovem uma movimentação no setor do turismo.

O que são as fazendas solares?

Basicamente, as fazendas solares são grandes áreas com uma ampla instalação de painéis fotovoltaicos, que produzem uma quantidade enorme de energia – e, dependendo do tamanho da fazenda solar, é possível gerar energia para cidades menores. Trata-se de um modelo interessante para que mais pessoas possam usufruir da energia solar no Brasil, principalmente por conta da renda (já que é caro contratar um sistema fotovoltaico para consumir esse tipo de energia). 

 A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou 2.469 fazendas solares em território brasileiro em 2019, o que faz do Brasil o país líder no mercado de energia solar em toda a América Latina atualmente.

Ainda, a Aneel publicou que já foram investidos mais de R$ 86 bilhões por meio da iniciativa privada, e mais R$ 22 bilhões por órgãos estatais. Na questão da geração de empregos, já foram registrados mais de 480 mil vagas geradas pelo setor de energia solar. 

É importante diferenciar, também, as fazendas solares das usinas solares: com a capacidade de gerar uma potência de até 1 megawatt, as fazendas solares produzem menos energia que as usinas, capazes de produzir centenas de megawatts.

Fazendas solares e a movimentação no turismo

Como dito anteriormente, as fazendas solares no Brasil também são importantes para o turismo. Empreendedores estão construindo hotéis para promover ações de turismo sustentável: de maneira que incentivem os hóspedes a também apoiar ações que protejam o ecossistema, além de promover um desenvolvimento sustentável do turismo local.

Conheça, abaixo, cinco hotéis-fazendas solares que valem a pena visitar!

Parador Luminar – Rio de Janeiro (Nova Friburgo)

O Parador Lumiar é uma Área de Proteção Ambiental (APA) e tem uma área de cerca de 440 mil metros quadrados em meio à Mata Atlântica, a 850 metros de altitude. A energia solar é absorvida por placas fotovoltaicas, que são responsáveis por cerca de 70% do consumo de energia do empreendimento. A construção também é sustentável: foram usados tijolos ecológicos, madeiras de demolição e panos de vidro para que a luz natural do local seja privilegiada.

Pousada Cavaleiro dos Pirineus – Goiás (Pirenópolis)

A Pousada Cavaleiro dos Pirineus conta com a geração de energia elétrica 100% vinda de painéis fotovoltaicos. Além delas, também são usados os coletores para o aquecimento da água de banho e piscina. A pousada fica localizada a 2,5 km do Centro Histórico de Pirenópolis, também dentro de uma APA para preservação da mata nativa.

Pousada do Engenho – Rio Grande do Sul (São Francisco de Paula)

A Pousada do Engenho conta com a atividade de uma usina solar para geração de energia, o que a torna 100% autossuficiente. Nas acomodações do local, os tetos solares (chamados também de skylights) são capazes de produzir luz natural, além de ajudar a reduzir a umidade no local, já que o sol combate o mofo. 

Importante ressaltar que, até julho de 2021, a pousada gerou quase 23 kwh, representando uma economia de quase R$ 20 mil, além da redução de 200 toneladas de dióxido de carbono.

Hotel Spaventura – São Paulo (Ibiúna)

A 70 km da capital paulista, há um hotel que investe na própria usina fotovoltaica, de maneira totalmente autossuficiente. A produção de energia já atingiu mais de 4 mil KWh/mês, representando uma compensação de mais de 300 kg de CO2 por mês. O hotel conta com 40 chalés e alguns apartamentos, além de proporcionar toda uma atividade sustentável do local: como a captação de água da chuva, filtro e cisterna e produção dos próprios alimentos servidos na fazenda para o consumo dos hóspedes.

Hotel Rosa dos Ventos – Rio de Janeiro (Teresópolis)

O Hotel é pioneiro no uso de energia solar desde 1986 – o uso de painéis solares de polietileno para aquecer piscinas e a água do banho de todos os apartamentos, além das clarabóias e mais janelas para aumentar a iluminação natural, são marcas registradas do hotel. Além disso, o local também constituiu uma Área de Reserva Legal, com certificação pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA).

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