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Brasil já produz cerca de 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano

Apesar de coleta e gestão de resíduos, 6,3 milhões de toneladas de lixo não são recolhidas nos municípios.

09/12/2019 às 12h31, Por Rachel Pinto

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No último dia 08 de novembro, a Abrelpe (associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) divulgou os mais recentes números do Panorama dos Resíduos Sólidos. Os dados mostram que em 2018 o Brasil gerou 1% a mais de resíduos sólidos urbanos em relação ao ano de 2017, alcançado a marca das 79 milhões de toneladas.

Caso o Brasil não encontre melhores estratégias para implementação de práticas mais assertivas na gestão de resíduos e reciclagem, tendemos a aumentar a produção nacional para 100 toneladas até 2030, considerando dados da série histórica.

O Brasil é o maior gerador de resíduos sólidos da América Latina: são 541 mil toneladas por dia segundo a ONU meio Ambiente, ou 40% de toda a produção de lixo da faixa continental. Infelizmente, cerca de 6,3 milhões de resíduos sólidos não são recolhidos nos municípios brasileiros, criando um déficit na coleta em comparação a países com a mesma faixa de renda.

Faltam recursos e conscientização

Ainda segundo os dados da Abrelpe, 1 em cada 12 brasileiros não tem acesso aos serviços de coleta regular de lixo na porta de casa. Apenas 55% dos resíduos urbanos coletados têm como disposição final os aterros sanitários, enquanto o restante do volume de lixo gerado ainda é descartado de maneira ambientalmente inapropriada em mais de 3 mil municípios.

Durante o ano de 2018, cerca de 29,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram encaminhados aos lixões e estes ainda não contam com um aparato completo de gestão de resíduos e outras medidas necessárias para a proteção do meio ambiente e da população ao redor destes locais.

A média brasileira do volume de lixo retida nos aterros controlados ainda é menor do que países com a mesa renda, que costumam destinar 70% do lixo para essas instalações.

O estudo também detectou a diminuição nos investimentos dos municípios brasileiros voltados à limpeza urbana: houve uma queda de 1,28% no montante destinado às atividades e a perda de 5 mil postos de trabalho formal na área. A média destinada aos serviços de limpeza pública por habitante foi de apenas R$10,15 por mês no ano passado.

Em declaração à Agência Brasil, o presidente da Abrelpe lamentou a falta de estrutura do país para o problema da geração e tratamento dos resíduos e salientou a falta de percepção clara tanto dos poderes públicos quanto da sociedade para o enfrentamento do problema: “Os números mostrados no panorama colocam o Brasil numa posição muito abaixo de outros países que estão no mesmo nível de renda do Brasil. O nosso déficit é muito grande e nós precisamos realmente de medidas urgentes para não só recuperar esse déficit”, declarou Carlos Silva Filho.

Uma das medidas que podem colaborar para o quadro é uma visão estratégica da gestão de resíduos. Guilherme Gusman, sócio da VG Resíduos, explica como a prática funciona para as empresas. “Possuímos um check-list de homologação bastante criterioso que determina a qualificação dos tratadores de resíduos parceiros, levando em consideração fatores como validade das licenças de operação, cumprimento das condicionantes da licença ambiental, certificados de registro e vistoria. Os órgãos responsáveis que fazem licença e alvará são estaduais, ou municipais e o IBAMA é responsável por certificados a nível nacional”.

Enquanto os municípios sofrem com seu endividamento, também cabe aos cidadãos tentar colaborar com todo o processo. Separar o lixo orgânico do lixo reciclável pode ajudar a fomentar cooperativas de catadores fomentando o mercado local de reciclagem e reduzindo o volume de resíduos eliminados nos aterros.  

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