Prática de Esporte

Boxe: das dificuldades enfrentadas ao lugar mais alto do pódio

De acordo com o professor Joba, ainda no início da carreira, são muitas as dificuldades que devem ser enfrentadas até ter um reconhecimento verdadeiro.

15/08/2021 às 11h58, Por Gabriel Gonçalves

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Gabriel Gonçalves

Nesta última edição dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o Brasil foi muito bem representado e conquistou uma medalha em cada pódio. Os baianos Hebert Conceição e Beatriz Ferreira conquistaram a medalha de ouro e prata, respectivamente, e Abner Teixeira trouxe o bronze.

Atualmente, o boxe é um tipo de luta que tem como característica o combate, utilizando-se apenas dos punhos e só passou a integrar o calendário moderno dos Jogos Olímpicos em 1920 na cidade de Antuérpia, na Bélgica.

Embora seja muito bonito ver um representante brasileiro subindo ao pódio recebendo uma medalha, dentro de um campeonato mundial, independente da colocação, é preciso também conhecer as dificuldades e superações vencidas por cada atleta que sonha em um dia também representar uma cidade, um estado e até mesmo o país.

Há 13 anos lutando boxe, hoje o professor Joba, do Centro de Treinamento Vida Ativa, apenas ministra as aulas. Segundo ele, ainda no início da carreira, são muitas as dificuldades que devem ser enfrentadas até ter um reconhecimento verdadeiro.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Eu tive uma passagem como atleta de 2008 para 2009, uma passagem muito rápida, mas logo depois eu decidi seguir em carreira solo, por conta das grandes dificuldades e que até hoje ainda prosseguem, a exemplo de patrocínios, dificuldades para treino e viajar para realizar as competições. Então quando a gente vai amadurecendo, vamos criando família, as dificuldades aumentam. Além do esporte, você precisa sustentar a sua família e isso dói na alma, dói no espírito e são com estes pontos que muitos atletas vão se desfazendo da carreira por não terem condições de se auto sustentar, participar dos eventos e sustentar a família", disse.

Atualmente, a academia atende mais de 300 alunos para a prática do boxe. Estes, segundo o professor Joba, são alunos que buscam uma melhor qualidade de vida, e cerca de 180 garotos entre 13 a 18 anos fazem parte de um projeto social, com aulas gratuitas.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Hoje nós temos um grupo que é dividido entre alunos Fitness, que são alunos que buscam o boxe como uma qualidade de vida e, dentro deste grup, temos em média mais de 300 alunos. Temos aqui também o nosso projeto social, onde atendemos de forma gratuita todos os dias cerca de 180 garotos, entre 13 a 18 anos de idade. É uma pena não ter uma estrutura para atender mais jovens aqui, porque seria uma grande chance principalmente no desenvolvimento deles e poder quem sabe começarem a disputar campeonatos a nível municipal e nível estadual. Eu posso dizer que os jovens amam o boxe e agora ainda mais depois das medalhas que o Brasil ganhou nessa Olimpíada", afirmou.

Para o professor Joba, o reconhecimento do boxe só é dado quando o atleta chega ao 'status' mais alto, que é o pódio, mas até chegar nesse destino, o caminho ainda é difícil.

"Quando o garoto chega ao status mais alto, ele tem um reconhecimento, mas até chegar lá a conquista se torna difícil. Estamos vendo aí o exemplo de Hebert Conceição, que ganhou medalha de ouro, mas ele precisou de muita ajuda e para alcançar voos mais altos no boxe, precisamos do apoio municipal, porque os primeiros passos são dados dentro da cidade, logo depois os campeonatos intermunicipais. Passando esse degrau, têm início os campeonatos estaduais até chegar no campeonato nacional, então digo que é fundamental ter esse apoio diretamente da prefeitura, apoiar os projetos sociais, não só do boxe, como em outras modalidades a exemplo da capoeira, do futebol, que são carentes com os projetos sociais", destacou.

Praticando o boxe há mais de um ano, a comerciante Thais Pedreira informou à reportagem do Acorda Cidade que escolheu o esporte para seguir uma nova rotina de vida. Segundo ela, a insatisfação com o corpo mudou de forma radical após o início das aulas.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Eu escolhi o boxe inicialmente pela perda de peso, a queima de calorias, porque requer um esforço maior. Então eu estava muito insatisfeita com meu corpo e precisava perder peso. Posso dizer que o boxe me ajudou 100% com relação a isso. Hoje o treino aqui é minha segunda casa, porque eu passei a gostar dos treinos, o que difere da musculação que já fazia. Então na academia, tinha aquela questão de ficar flácida, massa muscular e o boxe me surpreendeu com a musculação e com o ganho de massa", explicou.

Antes do boxe, Thais afirmou que se considerava sedentária. Para ela, a modalidade fez melhorar a condição de sono e alimentação.

"Eu digo que era extremamente sedentária, não gostava de pegar peso na academia, aquela coisa monótona com repetição dos exercícios, e aqui a dinâmica é diferente. Os exercícios são variados, a gente não faz o treino apenas no saco, faz outras atividades e saber que no dia seguinte não será da mesma forma como no dia anterior. Depois dos treinos, a minha vida mudou de forma geral, como na questão do sono, uma vontade de colocar uma roupa melhor, me sentir bonita, muda até o pensamento", destacou.

Aos 13 anos de idade, Thiago Queiroz conheceu o amor pelo boxe e não largou mais. Atualmente dando aula de na Academia T&A, Thiago informou à reportagem do Acorda Cidade que sempre se identificou com a modalidade e, a partir daí, iniciou a qualificação dentro do esporte.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Eu já dou aula de boxe há cinco anos e este é um esporte que sempre me identifiquei, sempre gostei dessa modalidade e comecei como aluno, assim como todos. Isso foi me motivando, eu fui gostando cada vez mais, me qualifiquei, tomei cursos em outras cidades e foi assim que decidi abrir minha própria academia. Antes eu dava aula em outros locais, mas aí surgiu a oportunidade e, junto com outro professor, decidimos abrir esse espaço", disse.

De acordo com Thiago, após as competições das Olimpíadas, a procura na academia pela modalidade aumentou e contou que já teve a oportunidade de treinar atletas que já venceram competições municipais.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Eu já tive um aluno aqui da academia que foi campeão feirense dentro de um torneio de boxe que foi realizado. No ano passado teria novamente, mas por conta da pandemia, todas as lutas foram suspensas e agora estamos esperando se regularizar para que possamos disputar novamente. Depois do quadro de medalhas que tivemos, o boxe se destacou bastante no esporte e só fez fortalecer essa modalidade. Com certeza vai ter um crescimento na procura para a prática desse esporte, até porque, para mim, hoje o boxe não significa apenas uma qualidade de vida, é algo que faço com amor", concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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