Polícia

‘Vivia perseguindo ela’, diz filha de lavradora morta a golpes de faca em Santanópolis

A jovem recordou o momento em que viu a mãe pela janela da casa dela, caída no sofá.

10/08/2022 às 16h01, Por Laiane Cruz

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Foto: Redes Sociais | Crime chocou município de Santanópolis

Ainda em choque pelo assassinato da mãe, a moradora de Santanópolis Jamile Cerqueira Barbosa, de 25 anos, filha da lavradora Virgínia Cerqueira, que foi morta com vários golpes de faca, na tarde de ontem (9), pelo ex-companheiro, confirmou ao Acorda Cidade que o autor do crime não aceitava o fim do relacionamento e sempre perseguia a vítima.

Segundo informações obtidas no local do crime ontem (9), o pedreiro José Francisco Costa, de 67 anos, foi até a casa da lavradora, na localidade de Cajueiro, e lá após uma discussão, ele desferiu vários golpes de faca contra ela, que morreu no local.

Após cometer o assassinato, o idoso voltou para a casa dele e tirou a própria vida com um tiro de espingarda na boca. Os corpos foram encontrados dentro dos imóveis, por volta das 14h. A Polícia Militar registrou a ocorrência, e o Departamento de Polícia Técnica de Serrinha foi acionado para fazer o levantamento cadavérico das vítimas. Os corpos vieram hoje pela manhã para o DPT de Feira de Santana para serem necropsiados, e depois foram liberados para o sepultamento em Santanópolis.

Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade

De acordo com Jamile Cerqueira, o ex-padrasto vivia ameaçando a vítima e dizia que se ela não o aceitasse de volta, iria matá-la e também a sua família.

“Fez 1 ano agora em agosto. Ele não aceitava. Era o tempo todo falando que se ela não ficasse com ele, ela não ficaria com ninguém, que ele iria matar ela e quem estivesse com ela. Era o tempo todo seguindo ela. Domingo mesmo ela estava com as amigas em uma festinha que teve na praça, ela teve que vir correndo porque ele estava seguindo ela, que trancou o portão e foi pelo fundo para ele não ver que ela tinha entrado”, revelou a filha.

A jovem recordou o momento em que viu a mãe pela janela da casa dela, caída no sofá da sala.

“Eu fui na roça, e ela até mandou um áudio para mim, ‘Mile, estava onde? Cheguei em casa e você não estava’. Mas minha internet estava ruim e eu falei ‘vamos para casa’. Eu estava na casa do meu sogro. A gente chegou eram 14h, a porta da frente estava fechada e a cetera do lado estava aberta. Eu falei ‘oxe, mainha não chegou ainda’ e olhei do lado, na cetera, a televisão estava ligada e quando eu virei a cetera, vi ela caída no sofá, largada. Eu falei ‘mainha!’ e quando abri a porta, foi que eu vi ela lá caída”, relatou.

Conforme Jamile Cerqueira, desde que terminou o relacionamento, a mãe não se envolveu com mais ninguém. E ele também não assumia outras relações publicamente. Ela observou que a faca usada no crime era igual a que vítima possuía em casa. Para a jovem, tudo foi premeditado pelo pedreiro.

“Ele saiu da casa depois que já tinha matado ela e foi para a casa dele. Já tinha armado tudo na casa dele e se matou. Trancou as portas também da casa dele, todas as janelas, tudo. Ele nunca aceitou a separação. Acho que foram uns 17 anos juntos. Não tiveram filhos”, contou.

Relacionamento abusivo

A filha da lavradora relatou também que durante o tempo em que o casal esteve junto presenciou por diversas vezes humilhações, brigas e agressões contra a mãe.

“No começo era tudo normal, depois ele começou a maltratar ela, batia nela, botava ela para fora. Depois quando ela falava que iria embora, ele falava que ia mudar e nunca mudava. Esculhambava ela na frente de todo mundo, que ela era isso, era aquilo, e assim ia. Quando foi um tempo, ela disse que não queria mais e saiu da casa. Foi tanto que a casa dela da roça, tocaram fogo, a gente não sabe se foi ele”, afirmou.

Jamile morava com a mãe, mas sempre trabalhou fora e deixava o filho com a lavradora. Elas estavam morando na casa da roça, que foi incendiada, mas ainda assim o ex-companheiro ia até lá para ameaçá-la.

“Ele não deixava ela em paz e ia para lá. Eu falei ‘mainha, por que a senhora não fica lá na rua?’, isso foi no dia que tocaram fogo na casa, em dezembro. Em fevereiro foram, aproveitaram que eu estava trabalhando e roubaram minha TV, minhas coisas. Ele fazia de tudo para ela voltar. Só que aí na casa a gente não tem certeza que foi ele, a gente não teve provas e também o roubo da minha casa, a gente não tem prova. Mas do jeito que algumas pessoas falam, que agora aconteceu isso, estão falando que poderia ser ele. Minha mãe morreu com 49 anos, nova, trabalhadora”, lamentou.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

Leia também: Pedreiro mata ex-companheira com golpes de faca e depois tira própria vida na cidade de Santanópolis

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