Codesal suspeita que acidente em parque foi causado por falta de manutenção; equipamentos são desmontados

O que seria um momento de lazer acabou se tornando um acidente grave. Após o período do trabalho, o jovem Andrei Peroba, de 20 anos, foi até um parque de diversões com a irmã de 17 anos e a prima de nove. Os três se acidentaram no brinquedo estilo pêndulo, quando o equipamento despencou e atingiu o chão na última sexta-feira (16), no Campo da Pronaica, no bairro Cajazeiras 10, em Salvador.

Andrei teve o braço esmagado e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele precisou amputar o membro.

Após o acidente, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) interditou o local e o parque começou a ser desmontado nesta terça-feira (20).

Além do jovem, sua irmã, Andreia, também se machucou e foi socorrida para o Hospital Eládio Lasserre. Apesar do susto, ela teve ferimentos leves e foi liberada logo depois do atendimento.

Segundo ela, no primeiro momento achou que a pancada foi natural, mas ao ver o irmão no chão gemendo de dor, conseguiu correr para pedir ajuda.

“Depois percebi a batida e perguntei para a minha prima se ela estava bem. Aí vi meu irmão no chão, escutei ele gritando de dor e saí desesperada. Eu não podia fazer nada, só pedi ajuda. Só queria tirar meu irmão daquele lugar”, desabafou.

Dois irmãos da empresária, Vitória Marisa, haviam brincado momentos antes no equipamento. Segundo ela, eles queriam retornar, mas resolveram brincar na roda gigante antes.

“Houve um estalo assim bem alto, como se estivesse partindo alguma coisa. Quando olhei para trás, o brinquedo começou a entortar os dois eixos e bateu. Fez aquele barulhão, bateu primeiro e despencou”, disse.

Segundo informações do portal g1, esse não é o primeiro caso de acidentes registrados no parque. Quatro dias antes, um estudante se feriu e precisou levar quatro pontos no braço ao se cortar em outro brinquedo.

Notificação

A Diretoria de Ações de Proteção e Defesa do Consumidor (Codecon) notificou os proprietários do parque e deu o prazo até esta quarta-feira (21) para que eles apresentem os documentos que comprovem a permissão de funcionamento, assim como a comprovação de manutenções exigidas.

Em caso de descumprimento da notificação, eles serão autuados por “desobediência”. O g1 entrou em contato com os donos, mas não teve retorno.

Protesto

Na última segunda-feira (19), por volta das 6h, familiares do jovem realizaram um protesto em frente ao parque para pedir justiça. Durante a manifestação, uma tia de Andrei, Andressa Peroba, foi atropelada por um carro. O condutor fugiu, mas foi flagrado por uma equipe de televisão.

Ela teve ferimentos leves no joelho. Em entrevista ao portal g1, ela falou sobre todo o trauma que a família tem vivido. Andressa cobrou justiça pelo acidente do sobrinho.

Segundo a mãe das vítimas, Linéia Peroba, os jovens, principalmente Andrei, não receberam nenhuma assistência dos empresários. Durante a manifestação, ela estava bastante revoltada por conta da situação que o filho tem passado.

“Eu quero uma resposta. Em alguns vídeos que vi, disseram que iam entregar essas porcarias aqui perfeita. Venha cá, vocês vão me entregar meu filho perfeito? Porque Deus me deu meu filho perfeito e essa porcaria aqui tentou destruir meu filho, destruiu o sonho do meu filho”, disse a mãe.

A mãe ainda ressaltou que o filho está bastante abalado. Andrei estava empregado há três meses.

Respostas das Autoridades

Informações do g1 apontam que a Sedur interditou o local até que a emissão do laudo de perícia técnica que, segundo o Departamento de Polícia Técnica (DPT), seja entregue, dentro de um prazo de 10 dias, período este que pode ser prorrogado.

Já a Codesal (Defesa Civil de Salvador) informou que a suspeita é de que o acidente foi causado por falha mecânica ou falta de manutenção, mas ressaltaram que somente a perícia pode confirmar.

O Corpo de Bombeiros declarou em nota que prestou o socorro à vítima e vistoriou o parque para prevenir incêndios e pânico das pessoas que precisam deixar o local. Eles confirmaram que não são responsáveis por vistoriar os equipamentos.

Além disso, a Câmara Municipal de Salvador solicitou acesso aos documentos comprobatórios da instalação do parque no local; do funcionamento do brinquedo em que aconteceu o acidente e
esclarecimentos sobre a realização de vistorias técnicas nos equipamentos do parque.

A Polícia Civil está investigando o caso. Até o momento, os proprietários não se pronunciaram sobre o acidente.

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram