Bahia

Ataques de cães a caprinos e ovinos aumentam e produtores pedem solução 

Segundo um produtor, os ataques de cachorros são frequentes e os proprietários não sabem mais o que fazer, pois os prejuízos são inúmeros.

01/04/2023 às 07h26, Por Iasmim Santos

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Os produtores e pecuaristas da região do Sisal, na Bahia, estão preocupados com os frequentes ataques de cães a caprinos e ovinos da região. De acordo com administrador, filho de produtor rural, Andrey Lima, já são vários animais mortos e prejuízos decorrentes dessa situação. Segundo ele, os ataques ocorrem quase que diariamente, principalmente na região de Conceição do Coité, Valente e Retirolândia, nas quais os cães invadem os sítios da localidade e prejudicam as criações. 

Segundo Andrey, os cachorros entram nas propriedades e nos locais em que os carneiros se encontram e os atacam. 

“Muitas vezes eles não pegam os carneiros para comer, como forma de alimento, mas pelo prazer do ataque e de matar o animal mesmo”, pontuou. 

Prejuízos

No sítio do pai de Andrey já foram contabilizados 16 animais perdidos. 

“O primeiro ataque foi em setembro, teve nove animais atacados, mordidos, mas só morreram quatro. Conseguimos recuperar cinco, tratamos com medicamentos e conseguimos recuperar. Depois nós tivemos um segundo ataque no mês de novembro que ocorreu no galinheiro da gente, em que perdemos algumas galinhas e perus. E neste ano, em fevereiro, na véspera do Carnaval nós tivemos o terceiro ataque em que 16 animais foram atacados e desses 16, 11 morreram”, relatou. 

O administrador disse ao Acorda Cidade, que os animais provavelmente possuem donos, mas desconhece quem são.

“Os donos só aparecem quando alguém mata o cachorro. Eles vão para a delegacia, como já aconteceu situações de pessoas serem detidas por causa disso, porque matou cachorro. Tem vários registros na delegacia. Os ataques estão de tal forma que o deputado Luciano Araújo falou na Assembleia Legislativa do Estado sobre essa situação de cachorros que têm matado criações lá”, acrescentou.

No dia 14 de março, o deputado estadual Luciano Araújo participou de uma reunião da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia. Durante essa reunião  o deputado denunciou no colegiado os ataques aos caprinos e ovinos por parte de cães na região do sisal e pediu que essas práticas de extermínio fossem investigadas pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura. 

Os proprietários da região estão muito preocupados

“Na cidade de Santaluz já houve uma audiência pública, a Câmara de Vereadores já promoveu uma audiência pública junto ao juiz da cidade e o promotor. Essa audiência também já aconteceu no município de Riachão do Jacuípe, onde os promotores já autorizaram os donos a matarem o animal que estiver dentro da propriedade. Se eles encontrarem o cachorro dentro da propriedade está autorizado, pelos promotores e pelo juiz, a serem assassinados pelos donos da propriedade, uma vez que esteja dentro da propriedade. Na cidade de Riachão e Santa Luz já aconteceu isso, mas nas outras cidades o poder público não tomou providência nenhuma”, informou. 

A maior preocupação dos fazendeiros da região está sendo criar os animais, ressaltou Andrey.

“Porque se a gente deixar os animais soltos para pastarem, que é a principal fonte de alimento deles, a qualquer momento a gente chega na roça e acha os animais mortos.” 

O administrador acredita que uma ação em conjunto com a Polícia Militar, Ministério Público e poder Executivo precisa ser criada. 

“Acho que eles precisam tomar uma providência e fazer talvez a mesma coisa que foi feita em Santa Luz. Porque nós já chegamos e encontramos os cachorros dentro da nossa propriedade, só que não podemos fazer nada. O que a gente pode fazer é espantar e tirá-los de dentro da propriedade. É muito prejuízo que já passa em mais de 10 mil reais, fora os investimentos feitos dentro da propriedade como telas, cercamentos, mudanças de cercas, reforços e tudo mais, para tentar conter esses animais”, frisou. 

Em nota, o Ministério Público esclareceu que no último dia 1º de abril, a promotora de Justiça Letícia Baird, que atua na comarca de Santaluz, não esteve presente na referida audiência realizada na Câmara de Vereadores. Quanto a Riachão de Jacuípe, o MP participou de uma audiência há dois anos, na qual fez ponderações em relação ao exercício da legítima defesa pelos proprietários dos rebanhos, sem em nenhum momento ou de qualquer maneira autorizar que eles matassem os cães.  

O MP destaca também na nota que os proprietários dos cachorros que teriam realizado os ataques são legalmente responsáveis por quaisquer danos materiais causados aos donos dos caprinos mortos. O MP também informa que tem procedimento instaurado para acompanhar as políticas públicas relativas ao controle de animais nos Municípios, que devem fiscalizar, por meio dos órgãos ambientais, a efetiva realização do cadastramento dos animais e sua vinculação aos respectivos tutores, além de averiguar o tratamento dispensado aos bichos.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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  1. Assassinatos? Isto é defesa pessoal e da vida. Parabéns aos promotores e juíz. Imaginem a “sanha criminosa” destes “cãezinhos”, principalmente se forem Pitbulls, com instintos mortais, se encontrar pessoas ou crianças pela frente próximas aos animais atacados? Ajam em defesa de suas propriedades e da família.

  2. Cometário racional! Outros tiram de pistoleiros como só eles tivessem arma. “Quando não tem argumentação parte para agressão.” Falta de racionalidade querer resolver as coisas na bala. São piores que os bichos, pois possuem alterativas e não utilizam. Já os “animais” utilizam o que restam para eles.

  3. Eu acredito que uma boa conversa entre as partes interessadas, proprietários dos caprinos e ovinos e os tutores dos cachorros, resolve de maneira definitiva e sem mais mortes de animais de ambas as partes. Afinal de contas ninguém quer perder mais animais do que já perderam. Chega de mortes violentas e celebrem a paz.

  4. Pra resolver e não ter mais prejuízo, basta fazer uma mistura bem dosada de pólvora, chumbo e espoleta, podem acreditar que os caprinos e ovinos ficarão em paz e segurança que merecem.

  5. deveria sentar cartucho também em um bando de pessoas medíocres q não deveriam nem está no meio de seres humanos, ai quando as coisas acontecem na vida delas ai falam a pessoa tao boa e acontece isso, a mão de deus pesas

  6. isso é muito simples de resolver basta políticas publica dos governos municipais, castração e depois animais sem dono devem ir para abrigos públicos administrados por prefeitura mas com parcerias de ongs que entendem e sabem cuidar desses animais. outra coisa simples o problema é q todos produtores querem soluções mais na hora de coçar o bolso fica reclamando dos problemas quando também poderiam ajudar

  7. Infelizmente fazem leis para animais principalmente para cães.e preciso uma lei para responsabilizar os donos de cães por prejuízos causado por ceus cães.o meu prejuízo conta com 130 animais abatido por cães . No município de serra preta BA.

  8. Resultado da falta de humildade, ao invés de abrir vários ministérios deveria existir um para controlar a procriação de animas e abandono, muitos cachorros largados a própria sorte com fome.

  9. A solução é cerca elétrica nos pastos. Com primeiros fios de arame mais juntos e primeiro bem perto do chão, pro cachorro não passar por baixo. Cachorro não é besta. No primeiro choque ele não volta mais. O mais bestinha para no terceiro. Na cerca externa, à beira das estradas, é mais complicado, pelo risco à transeuntes, sobretudo crianças. Arame farpado em formato de serpentina abaixo do primeiro fio de arame, pros cachorros não passarem por baixo nem escavarem pra conseguir passar. Na primeira estrepada eles desistem. Ou então o velho e bom pé de gravatá, plantado em touceiras bem fechadas, como os antigos faziam. Com uns pés de cabeça de frade nos espaços, pra garantir. Quem tiver condição, muretinha baixa, como nas chácaras e sitios. Se não tiver muita, vai fazendo até de pedregulhos maiores e barro com um pouquinho de cimento, pra ficar firme. Ou então fixar estacas na parte baixa das cercas, cravando o máximo possível no chão, pro caso de escavarem. Talvez encher de pedregulhos grandes a médios ao longo da cercas, pra dificultar a escavação pelos cães… Não esquecer de fazer algo parecido nas cancelas, como as porteiras são chamadas na região. O nome disso tudo é arquitetura hostil. Nesse caso, altamente justificada.

  10. Tão simples, senta o cartucho neles. Se invadiu minha propriedade e tá mexendo com minha criação, tenho todo o direito. Os “pais e mães de pet” que chorem kkk

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