Mundo
As cidades com a melhor e a pior qualidade de vida do mundo
Capitais brasileiras têm posições modestas no ranking da Mercer, mas Brasil está no topo de relatórios educacionais, imobiliários e financeiros latino-americanos
05/04/2019 às 07h25, Por Maylla Nunes
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Pelo décimo ano consecutivo, Viena, na Áustria, é a cidade com a melhor qualidade de vida do mundo, segundo o ranking da consultoria Mercer — que neste ano incluiu em seu relatório anual uma lista de cidades com melhor segurança pessoal.
A Mercer, que avaliou 450 cidades e elabora um ranking de 1 a 231 (algumas posições são compartilhadas por várias cidades), mede uma série de fatores que determinam a qualidade de vida, como o lazer, a moradia, o ambiente econômico, a disponibilidade de alimentos, o transporte, a educação, os serviços médicos, entre outros. A pesquisa é analisada por uma faculdade de arquitetura, por organizações não governamentais e por consultorias de vários setores.
Depois de Viena, a cidade com melhor qualidade de vida no mundo é Zurique, na Suíça. Vancouver, no Canadá, Munique, na Alemanha, e Auckland, na Nova Zelândia, compartilham juntas o terceiro lugar. Encerram as dez primeiras Dusseldörf e Frankfurt, na Alemanha, Copenhague, na Dinamarca, e Genebra e Basel na Suíça — ou seja, no top 10, 8 são europeias.
Os últimos postos da lista estão entre Bagdá, no Iraque, Bangui, na República Centro-Africana (RCA) e Sana, no Iêmen.
Na América Latina, a lista de melhor qualidade de vida é liderada por Montevidéu, no Uruguai, seguida por Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile. Entre as piores estão Caracas, na Venezuela, na posição 202, Havana, em Cuba (192) e Tegucigalpa, em Honduras (189).
Entre as brasileiras, a mais bem qualificada é Brasília, no quinto lugar latino-americano e 97 no ranking global. O Rio de Janeiro ocupa a posição 118 e, logo atrás, vem São Paulo, na 119. A outra cidade do Brasil que está contemplada na lista é Manaus, na posição 127.
Intersecção de rankings
Se não tem as melhores cidades para viver, o Brasil lidera outros rankings elaborados na América Latina. Um relatório sobre riquezas individuais a nível mundial publicado pelo banco suíço Credit Suisse publicado no final de outubro revelou que mais de 1.700 latino-americanos são considerados indivíduos com um patrimônio líquido "ultra-alto", ou seja, fortunas superiores a US$ 50 milhões (R$ 183 milhões). São os chamados super-ricos.
O banco suíço ainda afirmou que existiam 458.443 pessoas com fortunas que superavam US$ 1 milhão até junho do ano passado — as chamadas milionárias. Delas, 1.782 contavam com um patrimônio líquido "ultra-alto" por possuírem mais de US$ 50 milhões (as super-ricas) — 161 delas acumulavam riquezas superiores a US$ 500 milhões.
O Brasil encabeça a lista, com 659 super-ricos e 65 pessoas com mais de US$ 500 milhões em patrimônio líquido, seguido do México, onde mais de 95 mil pessoas são milionárias e outras 435 têm fortunas superiores a US$ 50 milhões. O Chile vem em seguida, com 202 super-ricos (incluindo o presidente do país, Sebastián Piñera) e cerca de 59 mil milionários, apesar de ser considerado o "campeão da América Latina" pelo Credit Suisse por ser o país latino-americano com a maior riqueza per capita.
Em maio de 2018, o Centro de Investigación en Finanzas de la Escuela de Negocios da Universidad Torcuato di Tella, da Argentina, publicou uma pesquisa sobre o mercado imobiliário na América Latina mostrando que o Rio de Janeiro tem o metro quadrado mais caro da região, com um preço médio de US$ 3.663 (R$ 13.032, na cotação de maio).
Depois do Rio, as cidades mais caras da América Latina são Santiago do Chile, com uma média de US$ 3.303 o m² (R$ 11.738), e Buenos Aires, na Argentina, cuja medida básica é vendida por cerca de US$ 3.059 (R$ 10.871).
Enfim, a QS, entidade internacional que publica anualmente um ranking das principais universidades do mundo e produz listas específicas para cada continente, publicou no final do ano passado sua atualização para as instituições de graduação latino-americanas: entre as 10 melhores, quatro são brasileiras – a UNICAMP, a USP, a UFRJ e a UNESP.
O ranking completo relaciona traz cerca de 400 universidades da região — 100 a mais do que a lista de 2017. O estudo é baseado em uma metodologia que mede cada universidade em seis indicadores de desempenho: reputação acadêmica e de trabalho, citações em artigos por membro matriculado, média entre professores e alunos, volume de professores com PhD, número de papers publicados, participação em redes internacionais de pesquisa e impacto na Internet.
A lista das 10 melhores instituições de ensino superior da América Latina de 2018 retirou duas universidades que estavam presentes no ano passado, a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidad Nacional de Colombia (UNC), e colocou outras duas: a Universidad de Buenos Aires (UBA) e a UNESP. Ou seja: enquanto o Brasil seguiu representado pelo mesmo número de escolas, a Colômbia deixou espaço para a entrada de uma argentina.
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