Feira de Santana

Arcebispos de Feira de Santana reforçam mensagem de esperança e fé no Dia de Finados

O arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanone Castro, ressaltou que a celebração de finados possui uma conexão direta com o Dia de Todos os Santos e a busca pela compreensão da vida.

02/11/2021 às 16h51, Por Laiane Cruz

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No Dia de Finados, celebrado anualmente em 2 de novembro, muitas famílias prestam homenagens a parentes e amigos falecidos e têm ainda a oportunidade de refletir sobre o significado da vida. Diferente de outros feriados, onde a prioridade é o desanso e passeios em família, o Dia de Finados convida a sociedade à oração em cemitérios ou igrejas.

O arcebispo emérito de Feira de Santana, Dom Itamar Vian, em missa celebrada na manhã desta terça-feira, na Igreja Matriz, ressaltou a importância de expressar a gratidão àqueles que já se foram e rezar por eles.

"É muito importante levar uma flor, que é forma de gratidão, e acender uma vela, que simboliza a ressurreição de Cristo e a nossa ressurreição, mas o mais importante de tudo e a melhor forma de agradecermos às pessoas que faleceram e estiveram conosco é rezarmos por elas."

O Dia de Finados, segundo o arcebispo, poderia ser resumido em uma única palavra: a esperança.

"A palavra cemitério significa dormitório, lugar de dormir, de descansar, esperando a ressurreição. Por isso, para nós cristãos, para as pessoas de fé, sempre devemos colocar como grande prioridade a esperança. Jesus disse: 'Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim tem a vida eterna'. E ele acrescentou: 'Não tenha medo. Coragem. Eu vou preparar-vos um lugar'. E se Jesus está lá nos preparando um lugar, portanto, devemos viver como pessoas de esperança, coragem e fé, mesmo em meio a esse turbilhão de dificuldades, problemas, sofrimentos, que estamos passando", afirmou.

Dom Itamar destacou ainda a importância do serviço ao próximo e à família. "Minha mensagem no dia de hoje é exatamente a de Jesus: 'Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Vim para a este mundo não para ser servido, mas para servir'. O poeta Gabriel Marcel costumava dizer: 'A morte é bela quando a vida for bela'. Isto é, quando a vida for dedicada e vivida a serviço dos outros. Portanto, nossa morte será bela quando a vida for passada servindo ao esposo, à esposa, aos filhos, e à comunidade."

O arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanone Castro, ressaltou que a celebração de finados possui uma conexão direta com o Dia de Todos os Santos e a busca pela compreensão da vida, que, segundo a fé cristã, não tem seu fim com a morte.

"É a busca de compreensão da realidade que vivemos. Os povos todos buscaram uma resposta, tentaram compreender essa realidade limite da pessoa humana. Não só os cristãos, mas povos de várias civilizações, várias nações, têm presente essa compreensão. Mas, nós, cristãos, somos chamados a ver a morte não como um fim, não como uma realidade sem sentido. Então, nesse momento em que nós vivemos, com a experiência de perdas, sobretudo quem perdeu um ente querido, traz a morte como um limite humano, mas nisso somos chamados a olhar, contemplar a vida de Jesus, que passou a vida toda fazendo o bem e venceu a morte."

Reflexos da pandemia

Dom Zanone Castro refletiu ainda sobre a nova realidade que a sociedade está vivendo em meio à pandemia de covid-19, com a perda de mais de 600 mil pessoas e também o fato de Feira de Santana aparecer entre as cidades mais violentas do mundo.

"A perda de entes queridos, aqueles que estão mais próximos, é um momento em que a igreja, em cada uma das comunidades, nos cemitérios, nas catedrais, matrizes, famílias, fazermos a memória dos nossos entes queridos, pois em Deus teremos vida, e acolher a palavra de Jesus: 'Não perturbe o vosso coração, credes em Deus e também em mim, pois na Casa do Pai há muitas moradas'. Somos irmãos e precisamos nos solidarizar uns com os outros. Não há vida boa e tranquila para um grupo só, como já dizia o Papa João Paulo II: 'Ou a paz é de todos ou não será de ninguém'. Nesse momento o mundo está sufocado com a questão do clima, com a economia que privilegia só a riqueza, e eu creio que celebrar o Dia de Finados é celebrar a humanidade, e aquilo que acontece com um atinge a todos."

Na opinião dele, a pandemia serviu para mostrar que ricos, pobres, judeus, homens, mulheres, todos somos um em Cristo.

"Se todos passamos pela morte, acreditamos que em Cristo todos teremos a vida plena. A pandemia desmascarou a hipocrisia do mundo, o falso comércio, a falsa força da riqueza, e nos aponta para um novo mundo, que tem que ser construído na fraternidade, que necessariamente passa pelo olhar ao pequeno, os pobres. Nós vemos que precisamos compreender que tudo está interligado. E a igreja deve ser a anunciadora da paz, da justiça, assim como os meios da comunicação, a serviço do que é reto, justo e da vontade de Deus."

Ele salientou também que depois de mais de um ano sem reuniões presenciais, aos poucos as pessoas estão retomando os encontros, porém o momento é de reflexão e uma oportunidade de estar atento a uma mudança. "Uma conversão pessoal, de toda a igreja e de toda a sociedade."

 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

 

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