Após assembleia, moradores da Zona Rural desocupam garagem da Rosa; ônibus retornam neste sábado (30)

^{Andrea Trindade}

Moradores da zona rural de Feira de Santana, que acamparam por três dias em frente à garagem dos ônibus da empresa Rosa, como forma de protesto pela retirada de quatro linhas, decidiram retornar para suas casas. A decisão ocorreu após uma assembleia no início da noite desta sexta-feira (29).

Apesar do desbloqueio da garagem, os ônibus só voltam a circular normalmente neste sábado (30). É que o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Feira de Santana (Sintrafs) não permitiu que o chamado ''ônibus da leva'' saísse para buscar os motoristas e cobradores para fazerem o retorno de imediato. Eles estavam sem trabalhar desde quarta-feira (27) quando os moradores da zona rural montaram o acampamento durante a madrugada.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Com a manifestação, o transporte público urbano foi parcialmente suspenso, uma vez que a empresa Rosa é responsável por 109 linhas do sistema. Os ônibus da empresa São João circularam normalmente, porém com terminal central fechado. 

Moradores aguardam devolução das quatro linhas

Um dos líderes do movimento, Valter Almeida, disse ao Acorda Cidade, que a decisão de desocupar a frente da garagem se deu por confiar que a prefeitura vai devolver as quatro linhas suspensas pela empresa Rosa e porque com a chegada do feriado prolongado, eles não teriam o transporte de vans para fazer o revezamento de moradores no local.

“Nós fizemos uma avaliação. A prefeitura, nesta sexta-feira, abriu uma negociação conosco para conversar. Pedimos a intercepção do arcebispo Dom Zanoni, que esteve aqui, pedimos ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que também veio, e nós conseguimos negociar para que a prefeitura se comprometesse a devolver as quatro linhas que ficaram desassistidas desde o dia 23 de outubro. Assim que a prefeitura iniciar a intervenção na empresa Rosa, a prefeitura poderá retomar o serviço de ônibus na zona rural. O que também pesou na decisão é que estamos no fim de semana prolongado, e não seria interessante manter as pessoas expostas aqui. Estávamos revezando, mas nos finais de semana o serviço de vans não atende nossa comunidade, então as pessoas não teriam como vim para liberar outras que estavam aqui”, declarou.

Valter destacou a força do movimento, que começou sem liderança, e que o protesto foi idealizado pelos passageiros que ficaram sem as linhas de ônibus.

“Outra coisa também que pesou foi a visibilidade que este movimento teve. Nós mexemos de fato com o transporte público de Feira de Santana, o poder público não reconhecia esse problema que tínhamos, e agora reconhece e está sinalizando que vai buscar uma solução, e estamos confiando que isso aconteça. Vamos aguardar, vamos continuar nos mobilizando. O Sindicato dos Trabalhadores Rural assumiu hoje a causa, nós não tínhamos liderança, este trabalho se deu quando a empresa Rosa colocou um aviso de que não iria atender quatro linhas e os próprios passageiros começaram a se mobilizar para fazer uma manifestação na segunda-feira. Não tínhamos liderança”, afirmou.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

As linhas 50 (São José/Praça do Tropeiro via Carro Quebrado), 52 (Candeia Grossa/Praça do Tropeiro), 123 (São José/Faz.Morro/Terminal Norte) e 124 (Santa Quitéria/Adelba/Terminal Norte), que tiveram os serviços suspensos pela Rosa, estão sendo atendidas, emergencialmente, pelas vans do Serviço de Transporte Alternativo Complementar (Stpac), mas os veículos não aceitam o cartão ViaFeira e não atendem a demanda de gratuidade.

 

 

 

 

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