Política
Antes de voar em avião de Joesley, Temer e Marcela fizeram turismo na Bahia com verba pública
O peemedebista já havia admitido, em 2009, ter utilizado verba pública para fazer turismo com a família na Bahia, curiosamente o mesmo destino para onde ele foi na aeronave do delator da Lava Jato.
08/06/2017 às 10h05, Por Brenda Filho
Dar explicações sobre um voo não é novidade na vida do presidente Michel Temer (PMDB). Às voltas agora com respostas contraditórias sobre a utilização de um avião do empresário Joesley Batista, do grupo JBS, em 2011, o peemedebista já havia admitido, em 2009, ter utilizado verba pública para fazer turismo com a família na Bahia, curiosamente o mesmo destino para onde ele foi na aeronave do delator da Lava Jato. O caso foi relevado na época pelo site Congresso em Foco na série de reportagens sobre a farra das passagens na Câmara e no Senado. Na ocasião, Temer era o presidente da Casa e minimizou a denúncia, alegando que seu ato não era ilegal. Ao todo, 443 ex-deputados foram denunciados pelo Ministério Público no ano passado por uso indevido de dinheiro público. O crime atribuído a eles é de peculato, cuja pena varia de dois a 12 anos de prisão em caso de condenação. Entre os denunciados, estão figuras conhecidas nacionalmente, como o ministro Moreira Franco, hoje secretária-geral da Presidência, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o ex-governador e presidenciável Ciro Gomes (PDT-CE).
Porto Seguro
Michel Temer viajou com a mulher, Marcela, amigos e familiares para Porto Seguro, em janeiro de 2008, período de recesso parlamentar. Segundo registros da Varig, aos quais o Congresso em Foco teve acesso, os voos foram custeados com a cota parlamentar a que Temer tinha direito para voar entre São Paulo e Brasília. No dia 29 de janeiro daquele ano, o grupo partiu do aeroporto de Congonhas com destino a Ribeirão Preto e, de lá, para Porto Seguro. Viajaram o casal, o irmão dele Adib Temer, Wally Temer, cujo parentesco a reportagem não identificou, e Fernanda Tedeschi, irmã de Marcela.Na época, Temer admitiu ter usado os bilhetes para os parentes, mas alegou que não havia impedimento pelas regras da Casa. Esse, porém, nunca foi o entendimento do Ministério Público. Tanto que os parlamentares foram obrigados a mudar o ator normativo que tratava do assunto para deixar claro que era proibida a cessão de bilhetes custeados pela Câmara e pelo Congresso a parentes e amigos. Centenas de deputados e senadores utilizavam como bem entendiam, cedendo para amigos e familiares, créditos da generosa cota pública, para fazer turismo. Nova York, Paris, Miami e Londres eram alguns dos destinos preferidos.
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