Feira de Santana
313 mulheres vítimas de violência doméstica receberam auxílio do CRMQ em 2016
Maria Luiza pontua que todas as mulheres que se sentirem ameaçadas devem procurar o órgão municipal de forma espontânea.
23/01/2017 às 11h45, Por Kaio Vinícius
Acorda Cidade
Elas rompem o silêncio. Todos os dias, mulheres procuram a delegacia especializada para prestar queixa contra maridos, companheiros ou um parente que lhe agrediu. Em situação de violência doméstica elas encontram no Centro de Referência à Mulher Maria Quitéria (CRMQ) o apoio psicológico e moral para superar esse trauma.
Um ato cruel, que não escolhe idade, cor e nem tampouco a classe social. Somente em 2016, o CRMQ prestou assistência gratuita a 313 mulheres, que foram submetidas a acompanhamento psicológico, jurídico, social e pedagógico. Um número considerado pequeno, quando se comparado à realidade. Os atendimentos são por demanda espontânea ou através de encaminhamentos.
A demanda reprimida, conforme a coordenadora do Centro de Referência à Mulher, Maria Luiza Coelho, é atribuída a falta de conhecimento da existência do serviço e também por elas associarem a uma delegacia. “Ainda há mulheres que desconhecem o órgão municipal e acreditam que chegando aqui terão que denunciar o agressor”, afirma.
Maria Luiza explica que o papel do CRMQ não é de delegacia. “Mas, o de apoiar as mulheres em situação de violência e fortalecer a autoestima de cada uma delas para que possam identificar o momento certo para tomar a sua decisão”, explica acrescentando que “a violência pode ocorrer tanto por parte do companheiro quanto do filho que agride a mãe, do pai que maltrata a filha, como nos casos que envolvem a trabalhadora doméstica”, exemplifica. A violência é classificada como psicológica, física, patrimonial, moral e sexual.
Maria Luiza pontua que todas as mulheres que se sentirem ameaçadas devem procurar o órgão municipal de forma espontânea de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, inclusive ao meio-dia. Os atendimentos são sigilosos, detalhe que garante segurança às mulheres.
No equipamento elas também têm acesso a cursos profissionalizantes, através do Polo de Cultura Digital, a oficinais de dança, vivência terapêutica e há previsão de implantar, neste ano, mais dois novos cursos: de defesa pessoal e cabelereiro. O CRMQ está localizado à rua Paris, 97, bairro Santa Mônica.
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