Feira de Santana

669 pessoas foram vítimas de picadas de animais peçonhentos em Feira no ano de 2021; há desabastecimento de soros

A maioria dos casos foi de picadas de escorpiões.

13/01/2022 às 12h58, Por Rachel Pinto

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Gabriel Gonçalves

O Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) em Feira de Santana registrou 669 acidentes por picadas de animais peçonhentos durante o ano de 2021.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora do setor, Geruza Cher, informou que esse quantitativo de pacientes, segue uma média de casos dos últimos anos, e enfatizou que a maioria das picadas, é proveniente de escorpiões.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Nesse ano de 2021, nós tivemos 669 casos de acidentes com animais peçonhentos, uma estimativa já corriqueira entre os anos anteriores, e é sempre essa média, sendo que a quantidade maior de acidentes com os animais, sempre é com os escorpiões. No ano de 2020, tivemos 691 casos, e sendo o carro-chefe, também as picadas dos escorpiões que foram 509 registros. Mas além do escorpião, também temos casos com serpentes, aranhas e as vezes, temos pacientes com picadas de abelhas", explicou.

No ano de 2020, 107 pacientes deram entrada no HGCA, vítimas de picadas de serpentes, enquanto que no ano de 2021, esse número aumentou para 145. Já o atendimento às vítimas de picadas de aranhas, manteve uma média de 45 casos.

De acordo com Geruza Cher, o mais indicado no primeiro atendimento após uma picada de escorpião, é lavar o local com água e sabão.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Em primeiro lugar, devemos lavar o local com água e sabão, e nessa área aqui, não temos endemia de casos de escorpiões que são altamente letais. Os mais corriqueiros, apresentam apenas sinais e sintomas mais brandos, como dor no local, vermelhidão, então causa um certo incômodo, mas geralmente não é tão letal como existe em outras localidades do país. Já no caso das aranhas, elas são um pouco mais venenosas, e diante da situação, existe sim, a necessidade do encaminhamento imediato para uma unidade de referência para que as medidas importantes sejam tomadas, inclusive pode haver a necessidade de fazer o uso do soro antiaracnídeo", declarou.

Ainda segundo a coordenadora do núcleo, o procedimento de lavar o local da picada do escorpião, é o primeiro ato que deve ser realizado, mas em caso de dor permanente, a vítima precisa ser encaminhada para uma unidade de referência.

"Havendo uma dor mais intensa, é necessário que este paciente seja encaminhado para uma unidade de referência, e que neste caso aqui na região, nós somos a unidade de referência para Feira de Santana e cidades circunvizinhas. Então estes pacientes serão submetidos à realizarem exames, não só clínicos, mas também laboratoriais, uma avaliação renal e outros scores também, como o funcionamento do organismo, para saber se têm a necessidade do uso do soro ou apenas hidratação e medicação para diminuir o quadro da dor, sendo avaliado por um período de 6 horas para verificar se terãp algum tipo de intercorrência", pontuou.

Embora o Hospital Geral Clériston Andrade seja uma unidade referência para este tipo de atendimento, a coordenadora do Núcleo, explicou que o local, sofre com a questão do desabastecimento de soros.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Por sermos uma unidade referência, temos a obrigatoriedade de ter os soros, porém eles são dispensados pelos Núcleos Regionais, conforme o Ministério da Saúde vai encaminhando. Então hoje, a gente vem vivenciando uma situação de desabastecimento, não só de soros antiofídicos, mas em relação também ao soro antitetânico e ultimamente nestes dois anos, com mais intensidade em relação ao soro antirrábico humano. Esse desabastecimento é justificado pela falta de matéria-prima para produzir estes soros, então é uma realidade que estamos vivenciando a nível nacional. Então caso a unidade não tenha, nós trabalhamos com o realocamento, nós procuramos saber se outras unidades que estejam mais próximas, podem dispensar esses soros, para que a gente venha fazer o uso aqui em nossa unidade. Então entramos em contato com o Núcleo de Serrinha, com o Núcleo de Salvador, que são Núcleos próximos e observamos qual pode realizar esse remanejamento", explicou.

Além dos animais peçonhentos, a unidade hospitalar também recebe pacientes vítimas de mordida de cães.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Temos muitos casos aqui e observamos principalmente os animais, então todas as orientações são dadas, e até mesmo para passar para o restante da população, para que fiquem cientes, porque nem toda situação, necessita do soro antirrábico humano. Geralmente ele é utilizado em situações quando há a presença do animal silvestre. Recentemente, tivemos casos de uma raposa e de uma lontra, esses animais são considerados animais selvagens, já os animais domésticos, como é o caso dos cães, caso tenha essa possibilidade da observação, fazemos o uso da vacina, observa-se se este animal teve alguma reação, alteração comportamental ou até mesmo a morte, sendo justificada, aí sim, tem a necessidade do soro antirrábico humano", afirmou.

Dicas para evitar picadas de escorpião

Segundo Geruza Cher, um dos principais locais onde este tipo de animal costuma se esconder, é dentro de calçados.

"O que a gente tem nesse momento, é uma mudança climática, onde há o calor mais exacerbado. Então estes animais peçonhentos, principalmente os escorpiões, eles costumam sair dos seus locais que são úmidos e procurar um local mais adequado, com isso, eles acabam entrando nos domicílios, procurando locais mais escuros, úmidos. Então sempre que forem usar os calçados, ainda mais agora com esta nova rotina da pandemia, em que muitas pessoas estão deixando os calçados do lado de fora da casa, sempre observem, sacudam este calçado, porque ali, pode ter um escorpião escondido", concluiu.

 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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