CPI da saúde ouve mais quatro testemunhas na Câmara; indícios de irregularidade foram registrados

Foi realizada na manhã desta sexta-feira (3) na Câmara Municipal, mais uma oitiva que investiga possíveis irregularidades na saúde pública de Feira de Santana. Na oportunidade, quatro testemunhas foram ouvidas nesta sessão. São eles: um contador da empresa JG, uma assistente administrativa de coordenação das policlínicas e UPAs no município, a coordenadora geral das UPAs e policlínicas e o chefe do departamento de Recursos Humanos de Feira de Santana.

Presidente da CPI, o vereador Paulão do Caldeirão (PSC) não compareceu à Câmara por problemas de saúde. Substituto de Paulão e relator da CPI, o vereador Ivamberg Lima (PT) destacou, em entrevista ao Acorda Cidade, que tudo ocorreu dento da normalidade e que os materiais já colhidos em outras oitivas estão servindo de análise para tomar as devidas providências.

“Primeiro esclarecer que o vereador Paulão do Caldeirão não presidiu a sessão de hoje por problemas de saúde, mas está tudo bem, graças à Deus. Até agora, os trabalhos transcorreram dentro da normalidade. Acho que essa comissão obteve materiais interessantes para que a gente possa colocar no relatório e todas essas oitivas, que nós fizemos até hoje, renderam materiais que nós analisaremos e tomaremos as providências cabíveis para responsabilizar quem for de direito. Hoje está sendo um dia produtivo para essa comissão parlamentar de inquérito”, disse.

Questionado se já foi apurado algum indício de irregularidade, Ivamberg frisou que o bloqueio de pagamento de médicos e a contratação de médicos de uma empresa sem fins lucrativos são dois assuntos que podem provar falta de transparência na secretaria.

“Até aqui, na primeira oitiva, nós já detectamos duas coisas questionáveis. Primeiro a questão de bloqueio do pagamento dos médicos, solicitados segundo a diretora da Insaúde, pelo secretário municipal de saúde. Segundo, é a contratação de médicos por uma ‘quarteirização’, vamos dizer assim, já que a empresa é um OS sem fins lucrativos, a empresa terceirizou o serviço de médicos pagando impostos e isso é questionável. Hoje ouvimos algumas testemunhas, mas o que nos chamou atenção foi a afirmação de que para a contratação da coordenadora geral das Upas foi uma indicação do prefeito. O prefeito pediu que ela entregasse o currículo a sua secretária, mandou para empresa e a empresa então chamou. É de se questionar como é que está a transparência dessas contratações”.

Se há previsão de convocação do secretário de Saúde, o médico Marcelo Britto para depor na CPI, o vereador Ivamberg informou que primeiro, é necessário ouvir as empresas, para assim, convocar os dirigentes.

“No nosso plano de trabalho temos as linhas de investigação. A primeira linha de investigação é ouvir todas as empresas, não só da Secretaria de Saúde, mas de todas as secretarias que têm trabalho terceirizado. Na segunda linha, é ouvir os dirigentes, então, só na segunda linha nós chamaremos os dirigentes, e com certeza o secretário de saúde. Com certeza será convocado”, finalizou. (Por Maylla Nunes, com informações do repórter Paulo José)