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Família de Yasmin continua com campanha até que liminar judicial seja cumprida em favor de parte do tratamento

No último dia 7 de setembro, Yasmin Bastos precisou ser internada novamente por conta de uma infecção urinária. Ela está no Hospital São Rafael, em Salvador, sem previsão de alta.

14/09/2021 às 12h32, Por Rachel Pinto

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Laiane Cruz

Na última quinta-feira (9), a juíza federal Andreia Guimarães do Nascimento, da 3ª Vara Federal Cível de Feira de Santana, determinou em caráter liminar que a União custeie parte do tratamento de saúde contra o câncer de Yasmin Nunes Bastos, de 11 anos, que corre contra o tempo para conseguir realizar uma terapia chamada Car-T Cell, nos Estados Unidos.

O valor da terapia está estimado em R$ 3,5 milhões, e a Justiça determinou que a União providencie, no prazo de 15 dias, o montante de quase R$ 2 milhões, que é o complemento do valor que já foi arrecadado na campanha ‘Todos por Yasmin’, que atualmente gira em torno de R$ 2,3 milhões.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o pai de Yasmin, Nelson Nunes, informou que apesar da grande vitória, sem precedentes na história, ainda é preciso ter cautela e continuar com a campanha de arrecadação, uma vez que a liminar ainda cabe recurso pela União. Além disso, o valor determinado pela Justiça e o que foi arrecadado só dará para cobrir apenas o custo da terapia.

“É com felicidade que a gente recebe a notícia da liminar impetrada em favor da saúde da nossa pequena, ainda mais por se tratar de uma liminar única em nosso país. Não existe no âmbito jurídico nada parecido como essa liminar que foi concedida para Yasmin. A gente recebe isso com muita felicidade, porém ainda com a cautela, pois a gente tem ainda esses 15 dias para aguardar que a União realmente cumpra com o que foi determinado.”

Segundo ele, antes mesmo de iniciar a campanha de arrecadação de fundos, a família havia acionado a Defensoria Pública da União (DPU) na tentativa de garantir o tratamento de Yasmin.

“Essa foi a primeira ação. A gente acionou a DPU desde março, quando a gente iniciou a campanha, e somos assistidos por ela desde então. O intuito da campanha é a cura de Yasmin. A gente iniciou a campanha pra gritar ao mundo um SOS pela nossa causa, e a DPU se engajou na nossa causa desde o início e buscou de todas as formas conseguir o acesso ao tratamento. O custo somente do tratamento está estimado em 3,5 milhões de reais, do qual seriam 30 dias de hospitalização, de infusões e medicações para Yasmin em um hospital dos Estados Unidos, onde a gente conseguiu mais em conta. Ela vai precisar de uma terapia chamada Car-T Cell, que é algo inovador na Oncologia e consiste em retirar células do organismo de Yasmin e potencializar em laboratório de alta precisão, exclusivo pra isso. Essas células depois de serem potencializadas e multiplicadas, são recolocadas no corpo do paciente. É uma terapia que está em evidência em todo o mundo e com certeza será a grande revolução da oncologia nos próximos anos”, explicou Nelson Nunes.

Continue doando

O pai de Yasmin frisou que apesar do valor já arrecadado e a possibilidade de custeio de parte da terapia pelo SUS, a família terá que arcar com custos adicionais elevados, uma vez que precisará permanecer nos Estados Unidos durante o período de 90 dias, tempo este solicitado pelos médicos.

“O tratamento dura 30 dias, mas a gente precisa aguardar o pré e pós-tratamento lá também e aí está o grande motivo da gente continuar a campanha. A liminar é clara em dizer que o SUS deve complementar o valor para o tratamento, que é de 30 dias. Mas por orientação do defensor que está nos acompanhando a gente mantém a campanha, porque a liminar não é algo concreto, como todos sabem, e ainda cabe recurso. Nós continuamos com a campanha Corrente do Bem, para que essa comoção, esse acesso à mídia e outros canais, redes sociais, para que continuem fortalecendo a campanha e não caiba recurso nessa liminar. E também a gente continua a campanha porque não tem como prever possíveis imprevistos, de internamento de Yasmin durante o período que ela estiver lá, não sabemos prever qual o tipo de transporte aéreo que Yasmin pode precisar, e se a gente precisar de uma UTI o custo é muito elevado, e só deu pra começar a campanha com o valor que a gente tinha estimado do tratamento”, esclareceu.

Diante dessas incertezas, Nelson pede que a população continue apoiando a causa de Yasmin. “A gente continua contando com a solidariedade de todos. Entendemos que muita gente já doou e reforçamos a gratidão que a gente tem por toda essa comoção. E essa liminar saiu justamente por conta desse abraço da sociedade. Todos estão querendo o bem de Yasmin. Os comentários são positivos e isso nos enche de alegria pra conseguir prosseguir nessa batalha tão grande.”

No último dia 7 de setembro, Yasmin Bastos precisou ser internada novamente por conta de uma infecção urinária. Ela está no Hospital São Rafael, em Salvador, sem previsão de alta.

“São surpresas como essas que a gente não pode prever de Yasmin, de ter uma infecção dessa, e o tratamento lá nos Estados Unidos é totalmente privado e qualquer internação dessa traria um custo extra pra gente. Mas estamos vivendo um dia de cada vez e agradecemos todas as conquistas que já conseguimos, pra continuar nossa luta”, salientou. 

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