Feira de Santana

Após vacinação, cai média de idade dos pacientes internados; mesmo vacinada população precisa manter os cuidados

Vale ressaltar que o risco de ter um quadro grave após a vacina é menor comparada àquelas pessoas que ainda não se vacinaram.

09/06/2021 às 22h03, Por Andrea Trindade

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Gabriel Gonçalves

No início da pandemia, a média de idade dos pacientes internados no Hospital de Campanha de Feira de Santana era entre 65 e 70 anos. Atualmente, esses dados foram reduzidos, e de acordo com o diretor da unidade hospitalar, Francisco Mota, a média varia entre 50 a 59 anos.

De acordo com ele, em torno de 10% dos pacientes que estão internados hoje no Hospital de Campanha, já foram imunizados com pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

Foto: Secom/PMFS

“Logo no início a gente observava uma média de idade que variava ali por volta de 65, 70 de idade e nesse momento, a maior parte dos pacientes internados, são aqueles com idade entre 50 a 59 anos. Com relação aos pacientes que já tomaram pelo menos a primeira dose, a frequência não é tão grande assim de internamento, mas estamos junto com a Drª Melissa Falcão apurando estes dados e em torno de 10% dos pacientes que foram aqui internados, tomaram a vacina, não necessariamente as duas doses. A vacina da Oxford é extremamente raro isso acontecer, já com a vacina da CoronaVac, temos alguns casos de pacientes internados que tomaram apenas uma dose”, explicou.

Esse mesmo dado foi comprovado no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). De acordo com o coordenador das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), o médico intensivista, Lúcio Couto, a média de internamento é de 49 anos.

“Hoje a média de idade dos pacientes internados em nossa UTI, é de 49 anos, mas lembrando que no início da pandemia, essa média já foi de 66, chegando a 70 anos e caiu muito o quantitativo de pacientes com essa idade. Realmente, a realidade hoje é de pacientes mais jovens, inclusive de pacientes que já receberam a primeira dose da vacina, mas é uma quantidade muito pouca ainda, nada expressivo”, explicou o médico ao Acorda Cidade.

Ainda segundo o coordenador, o principal motivo que leva o paciente a ser internado em uma UTI, é o quadro de insuficiência respiratória com a necessidade do suporte de oxigênio.

“Hoje como citei, a média de internação realmente era grande dos idosos com uma média de 70 anos e isso caiu muito. O que leva a um paciente ser internado em uma UTI, é justamente o quadro de insuficiência respiratória com a necessidade do suporte de oxigênio e também da ventilação mecânica não invasiva ou invasiva. Com relação aos idosos, essa população já está vacinada e deixaram de chegar em nossa unidade na quantidade que chegavam antes, por isso, a média atual é de 49 anos, mostrando a importância da vacinação como principal fator modificador desse cenário”, destacou.

Pessoas vacinadas que foram internadas

De acordo com a médica infectologista e coordenadora do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus do município, Melissa Falcão, cerca de 55% dos idosos já tinham tomado a segunda dose da vacina CoronaVac, mas por conta da eficácia, foi necessário o internamento de alguns pacientes, mesmo estando imunizados.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
 

“Existe uma incidência alta dos idosos com relação à internação, mesmo após ter tomado a segunda dose da vacina. Cerca de 55%, ou seja, mais da metade, já tinham tomado as duas doses da vacina e isso acontece principalmente com pessoas acima de 60 anos que utilizaram a CoronaVac e os estudos mostram que esta vacina tem uma eficácia menor e provavelmente, por conta disso, alguns idosos precisaram ser internados”, explicou.

Ainda sem ter uma vacina com comprovação na eficácia de 100% contra o vírus, a infectologista alertou que é necessário manter todos os procedimentos, como medida de segurança.

“Nenhuma das vacinas disponíveis confere 100% de proteção. Então mesmo quem já tomou as duas doses e conseguiu a sua proteção, seja com cerca de 54%, 70% ou até mesmo 90%, a depender da vacina, tem o risco de adquirir a doença, porém o risco de ter um quadro grave, uma manifestação grave após a vacina, é menor comparada aquelas pessoas que ainda não tomaram a vacina. Logo no início da pandemia, estávamos vendo pacientes acima de 60 anos por conta das doenças associadas, mas logo depois vimos uma mudança com a chegada das variantes, atingindo pessoas mais jovens e começaram a ser internadas, mesmo sem ter nenhum tipo de doença associada”, afirmou.

Segundo Melissa Falcão, a vacina CoronaVac está sendo questionada e avaliada pelo Ministério da Saúde.
“A vacina diminui a chance daquele paciente ter um quadro grave e essa vacina que foi bastante utilizada nos idosos, a CoronaVac, vem sendo questionada e avaliada até pelo Ministério da Saúde e o que seria feito com relação a isso? Teria uma terceira dose da CoronaVac para poder fazer o reforço dessa imunização? Isso já foi discutido e está em pauta no Ministério da Saúde. Sabemos que as vacinas ainda não são 100% eficazes, mas quanto mais pessoas vacinadas, menos pessoas serão contaminadas, menos o vírus vai estar circulando e claro, uma quantidade menor da população vai se contaminar”, concluiu.

Sobre a eficácia da vacina, o Butantan informou que não é necessário receber terceira dose da CoronaVac. Estudos do Projeto S, realizado pelo instituto em Serrana, no Ceará e no Chile indicam que apenas duas doses são necessárias para imunizar a população e proteger contra o vírus Sars-CoV-2. O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, esclareceu essa dúvida em vídeo e reforçou que a vacina do Butantan é eficiente e segura para pessoas acima de 18 anos, inclusive idosos.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
 

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