Violência contra mulher
Fotógrafo reúne influencers de Feira em projeto de conscientização sobre a violência contra a mulher
O objetivo é fazer com que as mulheres possam refletir sobre a importância de denunciar qualquer tipo de agressão, a que forem expostas por seus companheiros.
06/04/2021 às 08h53, Por Gabriel Gonçalves
Laiane Cruz
O Policial civil e fotógrafo de Feira de Santana Murilo Pedreira, lançou recentemente nas redes sociais uma campanha de orientação e conscientização da mulher com relação à violência doméstica, por meio de fotografias. Para dar mais visibilidade ao projeto, ele convidou alguns influencers digitais da cidade para participarem e divulgarem os trabalhos em suas páginas pessoais do Instagram.
As imagens trazem um olhar sensível do fotógrafo sobre o tema. O objetivo é fazer com que as mulheres possam refletir sobre a importância de denunciar qualquer tipo de agressão, a que forem expostas por seus companheiros.
De acordo com Murilo Pedreira, a ideia já tinha cerca de três meses, mas só foi lançada no início do mês de março, que é dedicado à mulher.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“Além de ser policial civil, eu também sou fotógrafo profissional e quis utilizar a minha arte de alguma forma para fazer um trabalho junto com influencers digitais aqui da cidade, que conscientizassem as mulheres e as incentivasse a denunciar a violência doméstica”, informou o fotógrafo.
Segundo ele, o trabalho foi totalmente voluntário, não teve nenhum fim de comercialização. A ideia era unir forças pra essa causa. “Esse projeto foi direcionado para os instagrans das pessoas que participaram, foram quatro influencers. Essas fotos foram colocadas nos instagrans pessoais delas e também no meu, mas não foi passado isso pra nenhum órgão ou entidade de apoio. No início do mês de março a gente publicou e teve uma resposta bem interessante. A gente quis não só atingir o público de Feira de Santana, mas também o público a nível nacional e quem sabe até mundial”, disse.
Denúncia
Para o fotógrafo que atua como policial civil na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), é muito importante que a mulher denuncie o agressor no primeiro sinal de violência.
Foto: Arquivo Pessoal
“Falando da minha experiência como policial, nem sempre o primeiro sinal de agressão, a mulher procura registrar na delegacia, no Ministério Público ou alguma entidade de apoio. Então a ideia desse projeto é fazer com que as mulheres ao primeiro sinal, vão à delegacia, procure a proteção”, destacou.
Ele revelou que as vítimas normalmente relatam que no início das agressões, foram privadas de cursar faculdade, fazer academia, e até coisas simples como se maquiar.
“A violência moral e psicológica causa danos, às vezes, maiores que a violência física. E reter documentos, destruir bens da vítima se enquadra na violência patrimonial. Existe hoje o disque 180, que é um órgão federal, essa ligação é anônima e pode ser feita tanto pela vítima como alguém que tem conhecimento do caso. Essa ligação vai para a central de Brasília, que encaminha a denúncia através de e-mail para as delegacias especializadas ou as delegacias de área de cada município”, explicou.
Foto: Arquivo Pessoal
Murilo Pedreira acrescentou que por conta da pandemia, a violência doméstica, a nível nacional, teve um aumento de 50% das ocorrências. E não foi só a questão da quantidade, mas também a gravidade da violência contra a vítima. Em Feira de Santana, especificamente, não teve uma oscilação muito grande, segundo ele, mas houve também uma mudança na gravidade das ocorrências.
“É um tipo de violência que atinge todas as classes, não importa a questão social ou intelectual. Desde as famílias com baixa renda até as famílias com renda alta, está presente em todos os níveis. A gente lançou essa campanha, mas está aberta a qualquer entidade que queira utilizar esse material, basta entrar em contato conosco para a questão de autorização de uso de imagem, mas não vai ter nenhum tipo de fim lucrativo. A ideia é incentivar os órgãos como a Deam, o 180 e também o Centro de Referência da prefeitura. As mulheres podem procurar esses órgãos”, concluiu.
Foto: Arquivo Pessoal
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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