Feira de Santana

Sindicato dos servidores penitenciários realiza assembleia para discutir sobre abuso de autoridade do diretor do presídio

O sindicato alega que o capitão Allan Araújo colocou os servidores penitenciários em uma situação vexatória na última quinta-feira (24).

30/09/2020 às 12h35, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb) realizará uma assembleia geral em frente ao Conjunto Penal de Feira de Santana, na manhã desta quinta-feira (1º). O encontro vai discutir questões relacionadas à segurança da unidade penal e sobre o fato que ocorreu na última quinta-feira (24), quando o diretor, o capitão Allan Araújo, em virtude de uma denúncia de que havia algo ilícito em um dos carros que estavam no estacionamento, proibiu que todos os servidores saíssem do presídio.

O presidente do sindicato, o policial penal, Reivon Pimentel, declarou ao Acorda Cidade que a categoria considerou a postura do capitão Allan Araújo como descabida, como abuso de autoridade, e um dos principais objetivos da assembleia será debater formas de responsabilizar o diretor do Conjunto Penal sobre a operação deflagrada contra os servidores penitenciários. Segundo Reivon, não houve nenhuma comprovação de que havia realmente material ilícito em um dos carros.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade (Arquivo)

“Além da problemática que a gente já vem denunciando há anos, principalmente em relação a falta de segurança, a superlotação, falta de equipamentos de segurança, no último dia (24), o diretor da unidade, o capitão Allan Araújo, extrapolou todos os limites do bom senso, todos os limites da coerência, quando sob alegação de que havia material ilícito no interior de um dos veículos estacionados dentro da unidade, ele manteve em cárcere privado, por cerca de 40 minutos, todos os servidores penitenciários. Principalmente os policiais penais que são lotados no Conjunto Penal de Feira de Santana. Foi uma atitude descabida, sem base legal, autoritária, vexatória, porque colocou todos como suspeitos e nós fomos convocados enquanto representantes da categoria para nos reunirmos em assembleia, onde vamos discutir toda a problemática da unidade penal e também discutir e deliberar sobre as ações que serão adotadas para responsabilizar o diretor da unidade por conta da prática de abuso de autoridade, assédio moral, e principalmente pelo desrespeito com a nossa categoria”, afirmou.

Reivon declarou que a categoria dos policiais penais é uma categoria honrada que cumpre o seu dever e que não merece ter o seu nome maculado, como foi feito por Allan Araújo.

Ele frisou que o diretor da unidade apenas disse que recebeu um email com informações de que havia ilícitos em um dos carros e não detalhou quais tipos de ilícito seriam, nem em qual veículo estariam. Para o sindicalista, a gestão do diretor é amadora.

“Se se há uma investigação em curso, a operação de flagrante só pode ser deflagrada quando se tiver certeza de que há realmente o ilícito e de quem é o ilícito. Então a operação foi baseada apenas no achismo. No serviço de inteligência presume-se que as pessoas que estão à frente desse serviço tenham o mínimo de intelecto, de capacitação técnica, para estarem desempenhando essas atividades. Da forma que foi feita, prova que tanto a gestão da unidade, quanto o setor, que passou a suposta informação são amadores, pois iam realizar uma operação apenas no achismo, sem a certeza. Isso é inconcebível e com isso, por conta desse amadorismo, todos os policiais penais foram constrangidos. O nome da categoria foi maculado e há prova de assédio moral e abuso de autoridade, perpetradas pelo capitão Allan”, acrescentou.

Reivon Pimentel explicou à reportagem do Acorda Cidade que na segunda-feira (28), o sindicato em virtude de ser uma entidade democrática, deu a oportunidade para que o capitão Allan Araújo se explicasse durante uma reunião com a categoria, mas de acordo com ele, a resposta do diretor do presídio não foi de convencimento.

“Por isso estaremos em assembleia nesta quinta-feira (1º) para discutirmos e deliberamos sobre as ações que serão adotadas para responsabilizar o gestor do Conjunto Penal de Feira de Santana. A decisão será de categoria e poderá ensejar em paralisação em greve, ou em outras medidas para que o estado, o diretor da unidade, possam ser responsabilizados”, concluiu.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.
  

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