Feira de Santana

'Estamos com grande capacidade de transmissão da covid-19', alerta prefeito de Feira de Santana sobre casos após o São João

Prefeito deverá solicitar pesquisa para compreender movimento no centro da cidade em plena pandemia.

11/07/2020 às 16h03, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins da Silva em entrevista ao Acorda Cidade na manhã de sexta-feira (10), comentou sobre as ações da prefeitura no combate a pandemia da covid-19, entre elas a possibilidade de implantação do Toque de Recolher, a suspensão das atividades na Feirinha da Estação Nova neste fim de semana e também sobre o aumento expressivo o nível de transmissão da doença na cidade.

Para o prefeito, esse aumento de casos de pessoas infectadas pode estar relacionado com o período do São João, onde muitas pessoas desrespeitam o isolamento social e se encontraram para comemorar a data. Ele frisou que esta realidade não aconteceu apenas em Feira de Santana e pôde ser vista através de reunião virtual com outros prefeitos em que foi observado que essa situação de aumento foi generalizada em várias cidades do interior da Bahia.

De acordo com Colbert, o fato de Feira de Santana somar quase 5 mil casos de pessoas com coronavírus e o aumento do número de infectados nos últimos dias indicam que a cidade está no pico da doença.

“Anteontem foram 201 casos. Fomos para 190, voltamos para 201. Melissa Falcão tem chamado a atenção disso e eu também penso dessa forma, nesses momentos de pico, a oscilação é muito mais negativa do que positiva. Estamos com uma grande capacidade transmissão de casos ainda, embora oscila ainda com a quantidade de testes que são realizados. Muitos desses testes realizados continuam sendo ainda pela iniciativa privada, uma vez que Feira recebe em torno de 60 a 70 testes PCR diariamente. Aliás, estou pedindo ao governador um reforço dessa quantidade para que a gente possa testar mais pessoas ainda pelo método mais seguro que é o PCR. Nesse momento, nós nos encontramos infelizmente no nível máximo de transmissão”, declarou.

O prefeito relatou que não consegue compreender como tantas pessoas são vistas circulando pelas ruas de Feira de Santana, mesmo com o comércio fechado. Ele informou que não há até o momento uma explicação sobre esse tipo de comportamento e vai solicitar uma pesquisa sobre esse tipo de mobilidade em plena pandemia.

Testagem nos bairros

De acordo com Colbert, a prefeitura vai aplicar testes rápidos em todos os Postos de Saúde da Família (Psfs), em todos as 11 unidades básicas de saúde da zona rural e da sede e também todas as policlínicas, inclusive dos distritos de Humildes, São José e outros. Ele explicou que essa testagem segue alguns critérios. Quando por exemplo a pessoa apresentar alta temperatura, existência de comorbidade e contato com infectados.

“Quando o teste dá positivo implica que as pessoas devem fazer de imediato o isolamento e nós temos que fazer o PCR também para constatar. Por isso, estamos pedindo ao governo do estado a ampliação de testes PCR que são efetivamente aqueles que têm uma margem de erro perto de zero por cento. Nesse momento, a recomendação é isolar e fazer o PCR, não é somente ir pra casa e aguardar. Não. A ideia é a ampliação dos testes o que já estou pedindo ao governador”, frisou.

Médicos que recomendam o tratamento precoce

Sobre o fato de alguns médicos feirenses defenderem o tratamento precoce da covid-19 através do uso de medicamentos como hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina, o prefeito salientou que não há evidências científicas que todas essas medicações realmente tenham efeito sobre o vírus, mas que respeita o assunto, o posicionamento dos médicos e também já solicitou a Secretaria Estadual de Saúde para que seja enviada a hidroxicloroquina.

“Também já pedi ao Ministério da Saúde e vamos sim disponibilizar para que possam ser respeitada as decisões médicas e dos pacientes. Quanto a ivermectina, não há distribuição ainda, não há perspectiva de compra, mas é algo que a gente pode avaliar e analisar para que nós possamos ter esse tipo de disponibilidade. O que digo é que o médico requisitando e o paciente aceitando, eu como médico tenho que respeitar essa decisão e mais do que isso, cumprir. O importante é que possa ser feita da forma mais ampla e mais aberta possível e é preciso que chamemos atenção que não existe nenhum trabalho clínico e científico mostrando que isso funciona dessa forma. As pessoas podem tomar, podem utilizar. Usa-se, mas do ponto de vista especificamente falando de testes, não existe evidência científica a respeito do assunto. Azitromicina sim, tem respaldo exército científico amplo de testagem ampla também. A azitromicina temos na rede e já é distribuída”, informou.

O prefeito disse ainda que não pretende distribuir kits com medicamentos para combater a covid-19, como outras cidades estão fazendo que como médico, não tomaria a hidroxicloroquina, caso fosse contaminado pela doença.

“É questão eminente. Eu acho que não é o adequado, mas isso é uma opinião minha, a minha opinião como médico é diferente, eu respeito as decisões médicas, e quando envolve o paciente, se prevalece o respeito desse tipo de entendimento”, comentou.

Hospital Municipal

Questionado se quando a pandemia passar, se o Hospital de Campanha poderá se tornar um Hospital Municipal o prefeito observou que irá avaliar essa questão.

“Não é o pensamento da prefeitura nesse momento. Inclusive temos que ver o que é necessário ampliar em termos de atividades médicas do município, não sei se exatamente dessa forma, ou de outra maneira também que nos permita a fazer essa opção não é simplesmente fazer uma retirada, uma desapropriação respeito muito todas as pessoas que detém as propriedades daquela área, mas temos que avaliar como Feira de Santana vai sair e vai sair com nova ação médica, nova ação sanitária após essa pandemia que nos deu muitas lições, inclusive essa, é necessário a ampliação de serviços médicos? Sim, eu não tenho dúvidas disso”, concluiu.

Leia também:

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