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Semmam vai emitir laudo que explica aquecimento no piso de residência na Queimadinha

De acordo com o João Dias, o imóvel foi construído em uma Área de Proteção Ambiental (APP), onde existia a Lagoa do Prato Raso, que foi aterrada pelas ocupações irregulares.

18/10/2019 às 19h00, Por Kaio Vinícius

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A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semmam) vai emitir um laudo técnico sobre o que estaria provocando o aquecimento no piso de alguns cômodos da casa onde Regina Santos Neta reside com a mãe, há 25 anos, na rua Alcides Fadiga, bairro Queimadinha.

Há uma semana, elas identificaram que um local específico do piso da varanda e em um dos quartos da residência estava esquentado. Diante da incerteza do que estaria acontecendo abriram um buraco na varanda para observar se eram fios de energia, quando foi possível ver a água do subsolo borbulhando e a fumaça saindo.

Preocupadas acionaram a Defesa Civil Municipal, que também encaminhou o caso para a Semmam. Na manhã desta sexta-feira (17), o chefe do Departamento de Educação Ambiental, João Dias, retornou para a residência acompanhado do diretor do órgão municipal, Hiram Freire.

De acordo com o João Dias, o imóvel foi construído em uma Área de Proteção Ambiental (APP), onde existia a Lagoa do Prato Raso, que foi aterrada pelas ocupações irregulares.

“Ao tomarmos conhecimento do caso estivemos na residência para identificar o que estaria provocando o aquecimento do piso. Constatamos que aqui existia uma lagoa no passado, que foi aterrada. A partir daí consultamos um geógrafo e uma química para estudarem o que estaria provocando o fenômeno”, informa.

“Eles apontaram que no lugar deve ter formado uma turfa (material de origem vegetal em decomposição), a partir do processo de aterramento da lagoa, quando foram despejados materiais de construção sobre a vegetação. Por conta disso, a decomposição da matéria orgânica produziu o calor e, consequentemente, aqueceu o solo e a água, resultando no aquecimento do piso e a fervura da água”, explica João Dias. Ele acrescenta que o fenômeno já diminuiu, “porque a matéria orgânica vegetal deve ter sido parcialmente consumida”.

Segundo João Dias, a Semmam vai fazer a análise físico-química e bacteriológica da água, e a análise do DQO (Demanda Química de Oxigênio) e DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e com o uso do termômetro será feita a aferição da temperatura. O trabalho será em parceria com a UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia).

“A partir do laudo será feito um estudo das medidas a serem adotadas”, frisa. João Dias acrescenta que há risco no futuro das construções em área de lagoa cederem, podendo até cair. “Situações semelhantes são encontradas em outros bairros do município, a exemplo da Lagoa Grande, na Rocinha; Lagoa Juca Campelo, no Santo Antônio dos Prazeres, Lagoa da Pedreira, na Conceição, e em outros pontos da Lagoa do Prato Raso”, pontua.

Fonte: Secom Feira  

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