Feira de Santana

Greve dos Correios: mais de 30% dos funcionários estão em atividade, diz sindicalista

Segundo o sindicalista, as reivindicações são todas em torno dos baixos salários. De acordo com ele, vários benefícios estão ameaçados de serem cortados.

12/09/2019 às 10h12, Por Maylla Nunes

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Os funcionários dos Correios estão em greve por tempo indeterminado desde a última terça-feira (10). Porém, de acordo com Vandique Dias, diretor do Sincotelba, mais de 30% dos funcionários estão em atividade, como determina a lei.

“Estamos cumprindo a lei acima do que ela exige. O próprio governo afirmou que tem 80% trabalhando. Essa greve estourou, pois não tivemos mais para onde correr. Desde julho que estamos tentando negociar, mas a empresa não cedeu, porém ontem a empresa já deu o sinal de que quer conversar e ajuizou o dissídio para que a justiça venha decidir a nossa causa”, afirmou.

Segundo o sindicalista, as reivindicações são todas em torno dos baixos salários. De acordo com ele, vários benefícios estão ameaçados de serem cortados.

“Eles querem cortar 40% das férias, do adicional noturno, o tíquete refeição, o tíquete de natal, o vale cultura, já tirou pai e mãe do plano de saúde, querem aumentar a contribuição do plano de saúde de 30 para 40%, cortar a cláusula que garante que quando o funcionário tenha um acidente de trabalho, se ele sair do INSS como apto e a empresa der como inapto, ele não fique sem salário. Se essa cláusula for extinta, como a empresa quer, nós ficaremos a ver navios”, disse.

O diretor do Sincotelba, Vandique Dias, disse ainda que o atual governo vem precarizando ainda mais os Correios. Segundo ele, a categoria é contra a privatização.

“Agora o governo quer privatizar a empresa. Só nesse ano foram mais de quatro mil funcionários demitidos e os atuais funcionários tem que se desdobrar para tentar dar conta do serviço deles e dos outros”, afirmou.

Em Feira de Santana, de acordo com o sindicalista, são 120 carteiros para atender toda a cidade, incluindo os distritos.

Nota dos Correios sobre a paralisação parcial de empregados

A paralisação parcial dos empregados dos Correios, iniciada nesta terça-feira (10) pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal.

A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.

Levantamento parcial realizado, na manhã desta quarta-feira (11), mostra que 82% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente. Na Bahia, 75,26% dos empregados estão trabalhando normalmente.

Negociação — Conforme amplamente divulgado, os Correios estão executando um plano de saneamento financeiro para garantir sua competitividade e sustentabilidade. Desde o início de julho, a empresa participa de reuniões com os representantes dos empregados, nos quais foram apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.

Vale ressaltar que, neste momento, um movimento dessa natureza agrava ainda mais a combalida situação econômica da estatal. Por essa razão, os Correios contam com a compreensão e responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se engajar na missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de eficiência dos serviços prestados à população brasileira.

Leia também: Correios ingressa com ação de dissídio coletivo junto ao TST

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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