Feira de Santana

Greve dos Correios: mais de 30% dos funcionários estão em atividade, diz sindicalista

Segundo o sindicalista, as reivindicações são todas em torno dos baixos salários. De acordo com ele, vários benefícios estão ameaçados de serem cortados.

Acorda Cidade

Os funcionários dos Correios estão em greve por tempo indeterminado desde a última terça-feira (10). Porém, de acordo com Vandique Dias, diretor do Sincotelba, mais de 30% dos funcionários estão em atividade, como determina a lei.

“Estamos cumprindo a lei acima do que ela exige. O próprio governo afirmou que tem 80% trabalhando. Essa greve estourou, pois não tivemos mais para onde correr. Desde julho que estamos tentando negociar, mas a empresa não cedeu, porém ontem a empresa já deu o sinal de que quer conversar e ajuizou o dissídio para que a justiça venha decidir a nossa causa”, afirmou.

Segundo o sindicalista, as reivindicações são todas em torno dos baixos salários. De acordo com ele, vários benefícios estão ameaçados de serem cortados.

“Eles querem cortar 40% das férias, do adicional noturno, o tíquete refeição, o tíquete de natal, o vale cultura, já tirou pai e mãe do plano de saúde, querem aumentar a contribuição do plano de saúde de 30 para 40%, cortar a cláusula que garante que quando o funcionário tenha um acidente de trabalho, se ele sair do INSS como apto e a empresa der como inapto, ele não fique sem salário. Se essa cláusula for extinta, como a empresa quer, nós ficaremos a ver navios”, disse.

O diretor do Sincotelba, Vandique Dias, disse ainda que o atual governo vem precarizando ainda mais os Correios. Segundo ele, a categoria é contra a privatização.

“Agora o governo quer privatizar a empresa. Só nesse ano foram mais de quatro mil funcionários demitidos e os atuais funcionários tem que se desdobrar para tentar dar conta do serviço deles e dos outros”, afirmou.

Em Feira de Santana, de acordo com o sindicalista, são 120 carteiros para atender toda a cidade, incluindo os distritos.

Nota dos Correios sobre a paralisação parcial de empregados

A paralisação parcial dos empregados dos Correios, iniciada nesta terça-feira (10) pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal.

A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.

Levantamento parcial realizado, na manhã desta quarta-feira (11), mostra que 82% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente. Na Bahia, 75,26% dos empregados estão trabalhando normalmente.

Negociação — Conforme amplamente divulgado, os Correios estão executando um plano de saneamento financeiro para garantir sua competitividade e sustentabilidade. Desde o início de julho, a empresa participa de reuniões com os representantes dos empregados, nos quais foram apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.

Vale ressaltar que, neste momento, um movimento dessa natureza agrava ainda mais a combalida situação econômica da estatal. Por essa razão, os Correios contam com a compreensão e responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se engajar na missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de eficiência dos serviços prestados à população brasileira.

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Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade