Saúde

Estudo aponta que estresse pode levar a prejuízos neurais

Em contrapartida, pesquisa também indica que novos estudos sobre o cérebro poderão definir terapias para Alzheimer e Parkinson.

06/09/2019 às 18h51, Por Kaio Vinícius

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Nunca se falou tanto sobre estresse. O esgotamento mental provocado por fatores externos tem crescido a cada ano, e atinge diferentes idades. No entanto, mais do que o descontrole emocional, o estresse também pode ser a causa de outros problemas como insônia, dores de cabeça, acessos de raiva e até mesmo depressão.

Além de todos esses prejuízos, uma recente pesquisa relacionou o esgotamento mental à morte de células-tronco neurais hipocampais adultas, ligadas à neurogênese, isto é, ao processo de formação de novos neurônios. Segundo cientistas coreanos, o estresse pode causar prejuízos neurais a médio e longo prazo.

No entanto, uma boa notícia também veio com os resultados da pesquisa. De acordo com o artigo publicado na revista Autophagy, as conclusões da pesquisa sobre estresse poderão ajudar no desenvolvimento de novas terapias para doença como o Alzheimer e o Parkinson.

Isso porque o estudo revelou que a autofagia, ou seja, o processo celular para proteger as células de condições desfavoráveis por meio da digestão e da reciclagem de seus materiais internos, ocorre de forma intensa em pessoas que enfrentam fortes períodos de estresse. Assim, conclui-se que é possível remover componentes intracelulares tóxicos ou antigos e obter nutrientes para a melhor sobrevivência do organismo.

De acordo com Seong-Woon Yu, pesquisador do Departamento de Cérebro e Ciências Cognitivas no Instituto de Ciência e Tecnologia Daegu Gyeonbuk, da Coreia do Sul, novos estudos poderão ajudar no melhor entendimento sobre todo o processo observado no cérebro sob condições estressantes. “Com uma pesquisa contínua, poderemos dar passos em direção ao desenvolvimento de tratamento efetivo de distúrbios psicológicos, como a depressão e a ansiedade”, revela.

Diferentes áreas da medicina também investigam o impacto do estresse crônico no organismo. O neurologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, Cláudio Roberto Carneiro, também acredita que o estudo internacional mostra dados que ajudam a entender melhor a relação entre estresse e danos cerebrais.

Segundo o médico, “as pessoas estressadas têm um comprometimento cognitivo, uma alteração do hipocampo que acreditamos ser influenciada pelos níveis mais altos do cortisol. Em um nível expressivo, esse hormônio pode influenciar a morte celular, que, no estudo, vemos como a responsável pelos prejuízos neurais”.

Enquanto todos esses estudos ocorrem, algumas ações do dia a dia podem auxiliar na prevenção do estresse, como: alimentar-se de forma balanceada na maior parte dos dias, praticar atividades físicas de forma regular, procurar rir e se distrair mais, dormir melhor, fazer sexo, respirar corretamente e outras ações simples que envolvem bem-estar físico e emocional.

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