Ciência e Tecnologia

É possível confiar na precisão dos tradutores online?

Avanço da inteligência artificial equiparou as traduções em alguns aspectos, mas elas ainda estão longe de substituir a tradução humana.

12/08/2019 às 14h51, Por Rachel Pinto

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Um dos principais sonhos dos profissionais que trabalham com inteligência artificial é equiparar com perfeição as traduções feitas por um computador às traduções humanas. De fato, as ferramentas online gratuitas já atingiram um bom nível de acerto, mas a linguagem ainda é um desafio para quem trabalha com os algoritmos, dada as particularidades, diferentes variações, contextos e regionalismos.

Os tradutores online possuem um vasto vocabulário e lidam bem com a norma culta. O maior gargalo está em termos específicos de algum determinado contexto ou área de atuação. Também não conseguem interpretar de forma satisfatória alguns regionalismos, sinônimos e expressões linguísticas, principalmente quando o bloco de texto é muito extenso. Dessa forma, as ferramentas cumprem o papel de ajudar o usuário a entender de forma simplificada aquele conteúdo, não abrindo espaço para interpretações mais profundas e detalhistas.

Como os tradutores automáticos também se baseiam em uma grande oferta de dados para aprender com erros e acertos, há uma dificuldade maior em traduzir de ou para idiomas dos quais há menos conteúdo na internet, como o vietnamita, por exemplo. Línguas com uma forma particular de apresentação, que não utilizam letras, também ficam prejudicadas, como no caso do chinês. Apesar disso, o avanço da inteligência artificial colabora para uma maior assertividade nesse tipo de tradução.

Em março do ano passado, a Microsoft anunciou que o tradutor de chinês para inglês da companhia poderia decodificar um texto tão bem quanto um tradutor-intérprete humano faria. A empresa testou a ferramenta em 2 mil frases retiradas de um banco de jornais online e comparou os resultados com traduções feitas por humanos.

Quem também obteve avanços neste campo de atuação foi o Google Tradutor. Até 2016, a ferramenta operava com base no algoritmo PBMT (Phrase-Based Machine Translation), responsável por quebrar blocos de textos em palavras ou frases. Esse sistema, no entanto, tinha limitações, como reconhecia a própria empresa. Ele traduzia de forma mais satisfatória textos retirados de notícias do que textos provenientes de livros de ficção, por exemplo. No final de 2016, contudo, a empresa lançava um novo método de tradução, a partir de algoritmos de redes neurais.

Apesar de todos os avanços, os especialistas são unânimes em dizer que as ferramentas gratuitas de tradução funcionam apenas para usuários mais leigos e que queiram absorver algum conteúdo, sem objetivos profissionais. Eles possuem bons resultados em textos generalistas e podem ser um importante recurso para usuários comuns. Ferramentas pagas e de uso exclusivo costumam se aproximar ainda mais das traduções humanas, mas mesmo nesse caso passam por uma revisão humana e funcionam com áreas específicas de atuação. Para objetivos mais profissionais, como no caso de uma tradução juramentada e de documentos, o mais indicado é contar com um profissional capacitado para esse trabalho.  

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