Feira de Santana

Avó que escreveu carta para agradecer PM que socorreu a netinha se emociona ao reencontrá-lo

Emocionados os dois se abraçaram e conversaram. Para Ivanir, o soldado Azevedo agora faz parte da família.

17/07/2019 às 07h46, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

Emocionante. Foi assim o reencontro do policial militar Fábio Azevedo com a servente Maria Ivanir, na manhã desta terça-feira (16), na sede da 66ª Companhia Independente da Polícia Militar, em Feira de Santana. Os dois se encontraram pela primeira vez, no mês passado, em um momento de desespero, quando Maria Ivanir tentava socorrer a netinha de 3 anos de idade, que estava tendo convulsões.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Parada no engarrafamento, ela desceu correndo do carro ao avistar uma viatura e encontrou naquele momento, mais do que uma ajuda, um gesto heroico e de amor. Ele abriu a porta para ela entrar com a criança e conseguiu chegar a tempo ao hospital, depois de andar pelo acostamento, driblar o engarrafamento com a sirene ligada, e até subir um canteiro, tudo pra ajudar a salvar a garotinha.

Ao chegar ao hospital o médico ressaltou: Se tivesse demorado ela não iria resistir. Mais aliviada, Ivanir foi à recepção a procura do policial, mas ele já não estava mais. No coração dela, o sentimento de gratidão transbordava e ela quis muito ter a oportunidade de reencontrá-lo. Foi aí que Maria Ivanir teve a ideia de escrever uma carta para o Acorda Cidade. Preferiu escrever a mão e entregar pessoalmente, para ter certeza de que a carta seria lida diante de tantas mensagens que a produção recebe pela Internet.

Ao ler o relato emocionante ainda que faltando detalhes (porque Ivanir se emocionava sempre que lembrava do fato), a produção entrou em contato pra saber um pouco mais sobre o que aconteceu. A carta foi compartilhada em uma matéria no site Acorda Cidade, ganhou as redes sociais e chegou até o soldado Fábio Azevedo – Interpretado por muitos como um anjo que apareceu naquele momento para ajudar Ivanir e a netinha e depois sumiu.

Sumiu porque ela não sabia o nome dele, nem a qual companhia ele pertencia. Ficaria muito difícil localizá-lo. O gesto de amor e a lembrança de vê-lo com uma mão ao volante e a outra na cabecinha da garotinha, como se estivesse orando por ela, não saia do pensamento de Ivanir que queria muito reencontrá-lo.

O reencontro

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

O Acorda Cidade e a Polícia Militar se mobilizaram junto a escola onde Ivanir trabalha, a Escola Estadual Georgina Erisman, no bairro Jardim Acácia, e promoveram o reencontro. Emocionados, os dois se abraçaram e conversaram. Para Ivanir, o soldado Azevedo agora faz parte da família.

“O sentimento é de gratidão. Só penso nisso porque minha netinha poderia ter falecido no trajeto porque a convulsão quando demora muito pode trazer uma lesão cerebral, e graças a Deus, não teve isso. Minha neta está aqui bem e feliz, e eu só tenho a agradecer a Deus, porque esse policial pra mim foi um anjo enviado por Deus naquela hora. Eu não tenho com o que pagar o que ele fez. Só Deus. Ele já faz parte da minha família, todas as vezes ao deitar e ao acordar vou orar por ele e agradecendo a Deus por ele fazer parte da corporação da polícia, por ser uma pessoa de bem", declarou emocionada.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Socorrer pessoas acontece de forma corriqueira na Polícia Militar, em diversas situações, mas a gratidão como a de Ivanir não é tão frequente. E foi o que chamou a atenção do policial.

“O sentimento é tão especial porque eu já participei de várias ocorrências. Não só eu como toda minha equipe, já fizemos várias ocorrências de socorro, mas exemplo de gratidão como a que ela demostrou é raro, que dá o valor e gosta do trabalho da gente. A gente precisa desse apoio da comunidade. Foi muito emocionante. Eu estou até sem palavras para descrever esse momento. Deus que me colocou ali, no lugar certo, na hora certa e a vó estava disposta a tudo pra salvar a neta”, declarou.

O policial disse que o momento em que decidiu subir o canteiro foi decisivo porque aqueles segundos seriam imprescindíveis para aquela vida.

“Naquele momento tinha ocorrido um acidente e a pista estava toda travada, quando ela chegou com sua neta quase desfalecida no colo, eu só fiz abrir a porta da viatura para ela entrar. Eu estava vindo do conserto da oficina. A viatura tinha dado um defeito e estava na manutenção e eu fui buscar. Eu estava sozinho na viatura, e tinha outras pessoas auxiliando na outra viatura. Eu consegui, naquele momento, desvincular daquele trânsito e chegar ao hospital. O socorro foi ali na saída do Jardim Cruzeiro, na Rua Andaraí no acesso ao Anel de Contorno. A gente está sempre preparado para este tipo de ação, mas o problema foi o agravante do engarrafamento e quando chegamos próximo ao hospital, a criança estava gelando, quase sem respiração. Um momento decisivo foi quando já estava em frente ao hospital, mas tinha que fazer o retorno e o retorno era um pouco distante do hospital Unimed. O que pude fazer foi encontrar um local mais baixo [no canteiro] e fazer uma manobra para a viatura chegar ao hospital mais rápido”, relatou.

Leia também: Avó pede ajuda para encontrar PM que a ajudou a socorrer neta de 3 anos
 

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