Economia
Criptomoedas: apenas 13% dos brasileiros compreendem seu funcionamento
Para se ter uma ideia, embora 36% dos brasileiros possuam algum conhecimento sobre criptomoedas e haja procura por esta tecnologia, apenas 13% compreendem como é que elas funcionam.
03/07/2019 às 08h21, Por Maylla Nunes
Acorda Cidade
O novo estudo "Território desconhecido: por que os consumidores ainda estão receosos em adotar criptomoedas?”, realizado pela Kaspersky, revelou que a falta de conhecimento e confiança são os principais fatores que impedem os consumidores de utilizarem criptomoedas. Para se ter uma ideia, embora 36% dos brasileiros possuam algum conhecimento sobre criptomoedas e haja procura por esta tecnologia, apenas 13% compreendem como é que elas funcionam.
Embora a taxa de adoção das criptomoedas pelos consumidores a nível global tenha se tornado menos intensa, algumas celebridades como o ator Johnny Depp e outros influencers do YouTube, como o PewDiePie, têm utilizado esta tecnologia. A verdade é que muitos dos consumidores ainda conhecem pouco a respeito do funcionamento das criptomoedas e é este desconhecimento que faz com que não sejam adotadas pelo público geral. Dos brasileiros entrevistados, 73% revelaram nunca ter adquirido criptomoedas – mostrando o quão distantes ainda estamos em aceitar as criptomoedas como uma forma de pagamento comum.
O estudo da Kaspersky concluiu que existe uma grande vontade entre muitos dos consumidores para utilizarem criptomoedas, mas esta falta de conhecimento tem dificultado todo o processo de adesão. Ainda assim, muitas das pessoas que pensavam que sabiam com o que estavam lidando, mais tarde decidiram se afastar das criptomoedas. Aliás, 22% dos brasileiros parou de utilizá-las por considerar que eram “tecnicamente complicadas”.
Contudo, a falta de conhecimento pode gerar uma série de desconfiança quanto às criptomoedas e afetar a capacidade dos consumidores em manter o seu dinheiro longe de perigo. Por exemplo, 37% dos brasileiros revelaram que, por acreditarem que as criptomoedas são voláteis, preferem esperar que se tornem mais estáveis para utilizá-las. Há, também, a percepção frequente entre os consumidores de que as criptomoedas não vão durar para sempre. Inclusive, 13% dos brasileiros acreditam que estas moedas estão apenas “na moda” e que não vale a pena considerá-las.
Enquanto o interesse em criptomoedas pode parecer ter atingido o seu pico, a verdade é que ainda existe uma procura por esta tecnologia. Cerca de 31% dos brasileiros afirmaram que, apesar de não estarem utilizando criptomoedas atualmente, gostariam de usá-las no futuro. No entanto, a dúvida ainda permanece entre os consumidores, sendo muitas vezes guiados pelo medo de colocarem em risco as suas finanças. O que é certo é que os hackers podem utilizar as criptomoedas para seu proveito, já que cerca 16% dos brasileiros revelaram já terem sofrido um ataque deste gênero. Os criminosos também criam e-wallets falsas para levarem as pessoas a investirem o seu dinheiro de forma incorreta, tornando-se vítimas de fraude – cerca de 3% dos brasileiros afirmou já ter sido vítima de uma fraude de criptomoedas.
Após vários anos consecutivos de investigação ao lado de startups de criptomoedas, a Kaspersky recomenda às empresas de criptomoedas a adotarem melhores práticas de segurança, como também utilizarem estruturas comprovadas para contratos inteligentes (tais como https://openzeppelin.org/) e a conduzirem avaliações de terceiros a estes contratos, de forma garantir que não existem vulnerabilidades.
“Se os consumidores querem trocar ou negociar os seus bens de criptomoedas, devem estar atentos à segurança das credenciais da sua conta. Se tiverem em mente investimentos a longo prazo ou utilizarem as criptomoedas para pagamentos, devem guardá-las num ambiente seguro e utilizarem várias carteiras digitais, ou ainda, distribuí-las entre o software e o hardware. Aconselhamos também às empresas de criptomoedas a se organizarem de forma eficiente para conseguirem mostrar aos seus clientes que são capazes de proteger os seus investimentos”, afirma Vitaly Mzokov, Head of Verification na Kaspersky.
Para ajudar a melhorar a estabilidade e a fomentar a confiança nas criptomoedas, os parceiros da Kaspersky, tais como a Merkeleon, desenvolveram plataformas legítimas de mercado, que envolvem leilões online, trocas de criptomoedas e sistemas de criptopagamentos. Alexey Sidorowich, responsável de vendas e negócios na Merkeleon, explica: “as criptomoedas têm benefícios, mas, como podemos ver, muitos dos consumidores ainda não estão conscientes da segurança e do modo como esta tecnologia funciona. Embora seja um tema bem atraente, é preciso estar seguro de como utilizar as criptomoedas. Por isso, torna-se imprescindível que as empresas desse setor façam o possível para protegerem a sua rede e assegurarem que as finanças dos seus consumidores estão a salvo e em segurança”.
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