Feira de Santana

Estudantes feirenses criam aparelho capaz de detectar doenças através do sopro

As estudantes informaram que estão em busca de parcerias com hospitais no intuito de fazer a coleta de dados com pacientes que já tenham sido diagnosticados com essas doenças que podem ser identificadas com o Orientamed.

Estudantes feirenses criam aparelho capaz de detectar doenças através do sopro Estudantes feirenses criam aparelho capaz de detectar doenças através do sopro Estudantes feirenses criam aparelho capaz de detectar doenças através do sopro Estudantes feirenses criam aparelho capaz de detectar doenças através do sopro

Ney Silva e Rachel Pinto

As estudantes feirenses Natália Nascimento e Julia Nascimento criaram um equipamento eletrônico que é capaz de identificar pelo menos 15 doenças através do sopro. As duas estudantes, juntamente com o estudante paulista Reiler Vargas, graduado em biotecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pretendem patentear o equipamento para fabricar em grande escala e distribuir para clínicas e hospitais do Brasil.

Júlia Nascimento que é estudante de biotecnologia, também pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou que o equipamento é um dispositivo que é muito semelhante ao bafômetro, porém focado na área de saúde. De acordo com ela, o equipamento consegue identificar através do sofro várias doenças. Funciona como um teste rápido que pode ser utilizado antes do paciente entrar no consultório médico.

“Detecta doenças como diabetes, intolerância a lactose, pneumonia, tuberculose, câncer, malária e hepatite. É um equipamento fácil de utilizar, super intuitivo, leve e dá para qualquer pessoa profissional de saúde levar para lugares que normalmente não tem hospital ou laboratório por perto e o paciente precisa de um atendimento imediato”, explicou.

A estudante Natália Nascimento, irmã de Júlia, e doutoranda em computação pela PUC Rio, relatou como surgiu o equipamento que foi batizado de Orientamed. A ideia veio de pesquisas realizadas pela estudante com sensores de gás e de inteligência artificial.

“A partir dessa pesquisa, gerei diferentes áreas como agro, transporte e saúde e comecei a apresentar essas aplicações em diferentes conferências na Ásia, no Vale do Silício e na Nasa. Júlia, que faz biotecnologia, me convidou para dar uma palestra na UFRJ e nessa palestra Julia e Reiler (que também faz biotecnologia) perceberam que havia uma sinergia entre as nossas pesquisas, já que eles estavam estudando essa interação de gases e doenças. Então a partir dessa sinergia, nós então montamos uma equipe para participar de uma competição de saúde no Rio de Janeiro. Foi quando nós ganhamos nosso primeiro prêmio e aí a partir disso nós começamos a conquistar outros prêmios”, contou.

Natália acrescentou ainda a elaboração do Orientamed representa uma oportunidade de tirar do papel uma ideia e ver o quando os conhecimentos acadêmicos podem influenciar a vida de muitas pessoas.
“Eu fiz a graduação na Uefs em engenharia da computação e a metodologia de ensino do curso eu acho que foi um grande incentivo para que eu pudesse explorar, a minha criatividade que é uma metodologia diferente”, frisou.

Natalia detalhou sobre a funcionalidade do Orientamed e como é o mecanismo do sopro no equipamento. Ela relatou que o sopro é composto por diferentes gases e quando a pessoa tem alguma doença, de acordo com pesquisas e artigos científicos, os gases que saem da boca dessa pessoa podem ser modificados. O aparelho junto com os sensores consegue captar e reconhecer a diferença desses gases e relacioná-los com as diversas doenças.

“O Orientamed faz uso da inteligência artificial para conseguir encontrar qual o padrão gasoso, qual o padrão do gás com as diferentes doenças. Nós ganhamos a competição de saúde no Rio, como a ideia mais inovadora. Nós ficamos em segundo lugar na competição do Congresso de Engenharia biomédica que é o maior da América Latina. Ganhamos como a startup mais dedicada em uma competição em Minas Gerais e fomos pré selecionados para dois grandes editais da Samsung e do governo do Rio de Janeiro”, disse.

As estudantes informaram que estão em busca de parcerias com hospitais no intuito de fazer a coleta de dados com pacientes que já tenham sido diagnosticados com essas doenças que podem ser identificadas com o Orientamed. Elas pretendem entregar o dispositivo gratuitamente aos clientes e cobrar um pacote mensal pelo número de testes que serão realizados com o dispositivo.